Bebidas

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Espero que gostem :D
Feliz Páscoa a todos vcs!!
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POV Joey



   Amanha fará uma semana que estou aqui, e até agora Keyzel não deu sinal de vida. Será realmente possível que ele tenha desistido de mim? Talvez seja melhor assim... Todos me tratam muito bem aqui, e pela primeira vez em toda a minha vida posso dizer que estou feliz. Eu não me sinto sozinho, Ty é o máximo comigo, ele me entende e passa a maior parte do tempo me fazendo companhia, me mostrando coisas novas e geralmente essas coisas são muito divertidas. Dean não se importa em fazermos bagunça, desde que não nos colocamos em perigo ou quebremos nada. Ele está sendo muito bom comigo, está sendo paciente e carinhoso. Acho que gosto dele... Estou começando a achar que tudo o que Keyzel me disse sobre ele era mentira. Dean não é um homem mal sem coração. Pelo contrário.
   Tio Sam me ensina muitas coisas também, ele gosta de conversar, assim como meu irmão. Comecei a chama-lo de tio a alguns dias atrás, ele é muito bom comigo.
   John é o que passa menos tempo comigo. Ele não me trata mal, mas também não se esforça para se aproximar de mim, como fazem tio Sammy e Dean. Acho que ele não confia em mim. E sinceramente, eu não o julgo por isso.
   Entro na cozinha com passos despreocupados, John e tio Sam foram a cidade comprar algumas coisas que Dean pediu, Ty está no colégio e Dean está ocupado na garagem, mexendo no seu precioso Impala. Não entendo como alguém pode ter tanto carinho por um carro.
   Rodo os olhos enquanto abro a geladeira, não tem ninguém me vigiando, o que quer dizer que posso beber o que eu quiser.
   Pego uma cerveja e fecho a porta da geladeira, já faz um tempo que não bebo nada, e acho que uma cerveja não fará mal a ninguém.
   O engraçado é que não chego nem a abrir a garrafa, porque meu querido pai entra na cozinha e para seus olhos em mim. Suspiro.
  — Joey, o que pensa que vai fazer com isso?
  — Beber?
  — Quantas vezes eu disse que você não pode beber? Por acaso você não escuta?
  — Ah Dean não seja tão paranóico, uma cerveja não fará mal nenhum. -Digo dando de ombros.
   Dean caminha até mim visivelmente sério, tira a garrafa das minhas mãos e diz:
  — Primeiro, não me chame de paranóico ou juro que te mostro o que o paranóico aqui faz com crianças mal educadas e segundo, esqueça as bebidas alcoólicas Joey, já conversamos sobre isso.
  — Mas é só uma...
  — Filho, isso prejudica você mesmo, além do mais não quero embebedar uma criança.
  — Eu tenho dezesseis! -Digo emburrado.
  — Continua sendo uma criança para mim.
  — Claro... Porque você é muito velho, não é mesmo? -Provoco cruzando os braços.
  — Sou mais velho que você. -Rebate ele com um sorriso convencido nos lábios -Escute Joey, quero você bem longe das cervejas me ouviu?
  — E o que acontece se eu não fizer isso?
  — Então eu irei ficar bravo de verdade, e minha mão terá uma séria conversa com seu traseiro desobediente. -Fala ele dando de ombros. É incrível o dom que Dean tem de falar algo assim com uma postura tão descontraída.
   Assinto positivamente com a cabeça, Dean nunca me castigou desde que cheguei aqui, então não sei como isso funciona com ele. Mas se for como Keyzel faz, eu com certeza não quero encrenca para o meu lado.
  — Quer me ajudar com o carro?
  — Não... Eu vou assistir alguma coisa na TV... Não vou beber. -Digo tentando convence-lo. Eu disse que não quero encrenca, mas eu não estarei encrencado se Dean não descobrir. Eu não fico de porre fácil, preciso beber muito para que isso aconteça. Então não vou deixar que Dean perceba que andei bebendo.
   Depois de trocarmos mais algumas palavras ele volta para a garagem me deixando sozinho.
   Como quem não quer nada bebo um copo de água calmamente, caso ele resolva aparecer de repente. E somente depois de conferir mais duas vezes, volto para perto da geladeira. Pego outra cerveja e me sento no balcão.
   Minha intenção realmente era beber apenas uma, só que isso não deu certo.
   Enquanto eu bebia comecei a pensar profundamente, e quando isso acontece...Eu simplesmente me perco em pensamentos e paro de prestar atenção nas coisas ao meu redor.
   “Onde será que Keyzel está agora? ” Uma cerveja.
  “Ele vai matar todo mundo desse bunker quando me encontrar, inclusive eu, se descobrir que estou gostando daqui, da minha família biológica”. Duas cervejas.
  “Embora os Winchester sejam realmente bons. Dificilmente se deixariam vencer facilmente. Pensando bem, eles tem grandes chances de lutar contra Keyzel”. Três cervejas.
  “Não seria tão ruim assim viver aqui, e recomeçar minha vida”. Quatro cervejas.
  “Cara, essa cerveja está realmente boa!” Cinco cervejas.
   Como eu disse, me distraio facilmente, e quando dou por mim já se foram mais de meia dúzia de cervejas. E para piorar as coisas, Dean resolve aparecer novamente!
  — Joey, você não ia...-Ele para de falar no mesmo instante em que me vê. Ok, acho que agora sim estou realmente encrencado.

POV Dean


   Grande foi a minha surpresa, quando dou de cara com Joey sentando no balcão de cozinha, com um ar distraído e mais de sete garrafas de cerveja ao seu lado. Sem contar com a que ele está bebendo agora!
   Será que eu falo grego? Não faz nem uma hora que lhe avisei sobre as bebidas! Esse garoto deve estar bêbado!
  — Levanta desse balcão! -Indago irritado enquanto caminho até ele.
   Ao me ver Joey se apressa em esconder a garrafa que estava segurando atrás de si. Isso foi tão infantil de sua parte, ele achou mesmo que eu não tinha visto? Como se uma garrafa a menos fosse fazer alguma diferença!
  — Dean... Não é o que parece.
  — Eu mandei levantar do balcão Joseph!
   Ao ouvir seu nome, meu filho obedece em menos de dois segundos.
  — Eu não acredito que você bebeu tudo isso filho! -Murmuro surpreso e irritado ao mesmo tempo.
   Joey leva os olhos na direção das garrafas, em seguida fica cabisbaixo.
  — Eu não me dei conta que foram tantas... Era para ser apenas uma. Mas se serve de consolo eu não estou bebado, não estou nem perto de estar! -Diz dando de ombros. É hoje que eu mato esse pirralho!
  — Se serve de consolo? - sem pensar muito lhe seguro pelo braço, tomando cuidado para não apertar demais. A última coisa que quero é que meu erro com Ty se repita com Joey. Lhe proporciono três fortes palmadas, que fazem meu filho soltar um palavrão.
  — Que porra você pensa que está fazendo? -Reclama ele me mirando indignado.
  — Ouse falar mais um palavrão e eu aumento ainda mais seu castigo Joey!
  — Agora eu não posso mais me expressar?
  — Não a base de palavrões. Venha, você vai tomar um banho gelado e depois teremos uma conversa muito séria sobre regras, e o que acontece quando você as quebra! -Digo lhe aplicando mais duas palmadas, enquanto lhe conduzo em direção as escadas.
  — Não faça isso Dean! -Pede ele depois de soltar um gemido baixo e começar a esfregar freneticamente o local em que depositei os golpes. Nem foram tão fortes assim. Algo me diz que Joey não faz idéia de como funciona isso.
   Ele pode ter sido “castigado” de diversas formas, muito mais doloridas e brutais do que umas simples palmadas. Mas tenho quase certeza que ele não tem a mínima noção de como irei castiga-lo. Acho que nunca lhe castigaram assim.
   Estou vendo que terei que ter muita paciência com esse garoto... E eu que pensei que Tyler era difícil.
  — Fazer o que? Isso? -Digo lhe proporcionando outra palmada, essa menos forte que as outras. Esse garoto conseguiu me deixar irritado.
  — Auu Dean! Eu pedi para você não fazer mais...
  — Joey de uma coisa você pode ter certeza, tem muito mais de onde essas aqui vieram, reservadas especialmente para crianças desobedientes!
    Ele não responde apenas segue caminhando. Respiro fundo ao perceber que hoje vai ser um daqueles dias...
   
 

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