Um pouquinho de lazer

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Hey amores, espero que gostem :)

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POV Joey



   Entro no quarto em que estou ocupando em minha estadia aqui. É um bom quarto, mais confortável do que todos que já tive em minha vida. E olha que foram muitos.
   Me jogo no cama, enquanto a conversa que tive ainda pouco com Dean ressoa em minha mente. Ele não parece ser tão mal como eu imaginava... Como Keyzel me contou. Dean é incrível com Tyler, e está sendo legal comigo... Está tentando se aproximar.
   Estou tão confuso, minha vida toda cresci pensando que Dean não me queria, que havia optado por apenas um dos bebês... Mas parece que não foi assim. Ele não sabia da minha existência até agora... Ou sabia e está mentindo?
   Keyzel afirmou que ele sabia... Mas Dean afirmou que não sabia. Ah minha cabeça está doendo!
   Ouço alguém bater na porta.
  –Não tem ninguém, seja quem for volte mais tarde! -Indago sem dar muita importância.
   Tyler entra no quarto segundos depois. Parece que o garoto está ficando surdo.
  –Além de intrometido tá ficando surdo também é? -Questiono vendo como ele se senta ao meu lado. A verdade é que eu gosto da companhia de Tyler, mas preciso manter as aparências não é.
  –Ah cala a boca Joey... Nós dois sabemos que esse truquinho não funciona comigo.
  –Do que você está falando?
  –Você sabe... Você passa o tempo todo tentando fazer com que as pessoas pensem que você é durão... Mas esse não é você Joey. -Responde ele pacientemente. Parece que meu irmãozinho passou um bom tempo me estudando.
  –É claro que eu sou durão! -Contra ataco fingindo indignação.
   Ele me encara com um olhar de “Nós dois sabemos que isso não é verdade”.
   Suspiro cruzando os braços.
  –Vai falar logo o que você quer ou vai ficar aí me encarando? -Obviamente estou mal humorado. Já vi que Ty é uma pessoa repleta de argumentos.
   Ele roda os olhos enquanto coloca os pés em cima da minha cama.
  –O que papai queria?
  –Conversar.
  –Nããããão Joey, eu jurava que vocês estavam fazendo tricô! -Indaga ele com todo o sarcasmo do mundo -Eu sei que vocês estavam conversando Joey... Mas sobre o que?
  –Cara, você é muito curioso sabia?
  –Não é só curiosidade... É que... Eu vejo como Dean tenta se aproximar, e você sempre recua. Ele é o melhor Joey, porque não da uma chance a ele? -Tyler fala com emoção na voz, se fosse a alguns anos atrás eu com certeza teria entrado na dele. Mas não agora.
   Keyzel sempre odiou pessoas emotivas. Ele não podia me ver chorar, entrava em desespero e não sabia o que fazer... Então começava a gritar e depois me batia. Como se isso fosse resolver tudo. Mais só piorava a situação. Eu não podia sentir pena de ninguém... Não podia poupar nenhuma vida ou ele me batia até cansar. Devo admitir que foi o que mais me custou a aprender. Era impossível ver alguém sofrendo e não poder ajudar... Eu sempre ajudava. Não conseguia matar ninguém. Mais com o tempo... Com o tempo minhas escolhas mudaram.
   Então eu percebi que a solução para acabar com isso era deixar de chorar, deixar de mostrar que estou contente com coisas que não valem a pena...Segundo Keyzel é claro. Deixar de sentir pena e culpa. Eu só precisava fazer o que ele esperava que eu fizesse.
   Aprendi que minhas emoções são só minhas e de mais ninguém. E eu não iria abrir uma exceção para Dean Winchester.
  –Ty... Seu pai é... -Fui interrompido.
  –Nosso pai, Dean é seu pai também Joey. -Diz ele sorrindo. Respiro fundo.
  –Tanto faz Tyler. Eu não me importo com os detalhes. O que eu estava dizendo era que Dean é um cara legal, mas não significa nada para mim. E se depender de mim as coisas vão continuar assim.
  –Porque tanta relutância Joey? Você acabou de admitir que Dean é legal... Então porque não aproveitar isso e lhe dar uma oportunidade?
  –Porque eu não quero Tyler... Olha eu já cansei desse papo, será que podemos conversar sobre outra coisa?
   Meu irmão me encara fixamente durante alguns segundos, como se estivesse pensando se me dar ouvidos ou não. Finalmente se decidiu e balançou a cabeça em um sinal positivo.
  –Tudo bem... Mas se quiser conversar sobre isso, eu estarei bem aqui.
  –Eu já entendi Ty. Eu não vou precisar, mais obrigado assim mesmo. -Respondo com certa ironia na voz.
  –Bom, quer jogar ping pong até o jantar​ ficar pronto?
  –Ping pong? Não tem sinuca?
  –Tem sim, mas ping pong é mais divertido.
  –Eu não sei jogar ping pong Ty.
  –E sinuca você sabe? -Pergunta fazendo pouco caso.
  –Claro, Keyzel fez questão de me ensinar. -Respondo dando de ombros.
  –Então vamos fazer um trato, jogamos meia hora de cada jogo. Eu te ensino no ping pong.
  –Por mim tudo bem... Mas vocês têm as mesas aqui no bunker?
  –Ahan... Papai odeia ficar entediado. Primeiro comprou a mesa de sinuca e em seguida a de ping pong.
  –Então vamos.
   Saímos do quarto e descemos as escadas, passamos pela sala e Tyler me conduziu para um corredor, onde há cinco portas, uma de frente para outra. Esse lugar é enorme.
   Entramos na segunda porta ao lado esquerdo, Ty ascende a luz e o ambiente se ilumina. Sorrio com o que vejo, de fato as mesas de jogos estão aqui, mais não somente elas... Tem também uma máquina de jukeboxes e uma de fliperama. Essa última é antiga, mas se encontra em ótimo estado. Como se isso já não bastasse, há uma TV enorme na parede com uns aparelhos logo abaixo. Tem um sofá em forma de L perto da TV, em um canto mais afastado.
   E não acaba por aí, tem um balcão e atrás dele várias prateleiras com diversas bebidas, tem até um frizee.
  –Esse lugar é o paraíso. -Murmuro sorrindo enquanto caminho em direção do mini bar.
  –Não... -Sorri Ty - Papai gosta de chamar de sala de jogos... Ele demorou anos para montar tudo isso.
  –E ele deixa você entrar aqui quando quer? -Pergunto surpreso. Keyzel nunca me deixaria entrar em um lugar como esse... Ele temeria que eu quebrasse alguns de seus brinquedos.
   Tyler dá de ombros.
  –Desde que eu não toque nas bebidas e avise quando estiver aqui... Ele não se importa.
  –Mas você não avisou.
  –Mas a gente não vai demorar aqui... Joey não toque nas bebidas!-Avisa ele quando faço menção de pegar uma garrafa de vodka. Rodo os olhos e volto para perto dele.
  –Cara duvido que você nunca bebeu nada daqui... É tentador demais para ignorar. -Digo despreocupado.
  –Fique longe das bebidas Joseph.
  –Não me chama de Joseph! -Indago irritado, ele usou um tom autoritário e eu não gostei. Tyler fez eu me sentir como se eu fosse uns sete anos mais novo que ele.
   Começamos a jogar e não demora para eu me distrair... O ping pong é incrível.

POV Tyler



   Jogamos ping pong e sinuca, agora estamos no ping pong novamente. Joey pareceu gostar bastante do jogo.
  –Coloque uma música para tocar enquanto jogamos. -Pede ele apontando para a máquina de jukeboxes.
  –Ok... O que você quer?
  –Qualquer coisa...
   Escolho uma das minhas músicas favoritas, Sweet Child o mine do Guns N' Roses. Aumento o volume e volto para o jogo. Minutos depois papai entra pela porta com o celular em mãos.
   Por sua expressão de alívio ao nos ver, suponho que estava nos procurando... Faz quanto tempo que estamos aqui? Olho o relógio na parede e vejo que faz mais de uma hora e meia que sumimos.
  –Ty, eu estava procurando vocês. -Diz ele entrando no recinto.
   Deixo a raquete sobre a mesa.
  –Nos encontrou. -Respondo com um sorriso forçado. Acho que eu deveria ter avisado ele. Por sua expressão Dean deve ter se preocupado bastante.
  –Eu liguei no seu celular... Porque não atendeu?
  –Eu deixei ele no quarto... Papai, eu sei que deveria ter avisado...
  –Não tem problema filho, só me avise dá próxima vez, tudo bem? -Diz ele sorrindo. Retribuo o gesto, contente por ele não ter se zangado -Venham meninos, o jantar já está pronto. Amanhã vocês jogam mais.
  –Nós temos mesmo que ir? -Questiona Joey, ele realmente gostou daqui.
  –Sim, vocês tem.
   Joey suspira deixando a raquete sobre a mesa, antes de caminhar para fora do quarto dá uma última olhada na mesma, como se quisesse leva-la junto.
  –Não fique assim filho, amanhã você joga mais. -Diz papai vendo a decepção do meu irmão.
   Joey não diz nada, apenas volta a caminhar, saindo do quarto.
   Eu faço o mesmo, papai me segue segurando em meu ombro.
  –Você está sendo um ótimo irmão Ty, obrigado por se esforçar.
  –Não é esforço nenhum... Joey é um bom garoto papai. -Respondo de forma sincera. Dean deposita um beijo em minha cabeça.
  –Vocês dois são Ty... Vocês dois.

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