O começo do fim

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Olá amores, sim estou postando outro hj, o motivo? Estou muitooo feliz, hoje estou fazendo 18 anos, então imaginem a alegria kkkkkk
E quando fico feliz escrevo mais, para comemorar eis aqui mais um capítulo para vocês!
Comentem se gostaram ou não, a opinião de vcs é muito importante!
Agradeço a todos que comentaram no último capítulo, prometo que vou tirar um tempinho para responder a todos os comentários.
Abraços, aproveitem a leitura!

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POV Tyler

   Hoje fazem três dias desde que papai me castigou, e desde então tenho feito de tudo para não me meter em encrenca. Essa última surra realmente doeu, fiquei dois dias sem poder me sentar comodamente... Ok, dois dias é exagero, mas posso garantir que não ficou longe disso.
   Foi uma péssima ideia ter ido a festa, mas de certa forma foi bom... Porque pudemos parar Sarah, e agora Manu sabe sobre o segredo da família.
   Suspiro e abraço o travesseiro. Ela é tão bonita... E tão inteligente... E aceitou tudo tão facilmente. Claro que no início minha ruiva ficou em choque, mas não demorou para voltar ao normal.
   Saio dos meus pensamentos quando ouço alguém tocar na porta, estranho. Geralmente ninguém toca, minha família tem o feio costume de invadir meu quarto sem pensar duas vezes.
   Levanto da cama, onde passei as últimas horas vendo um filme no notebook e abro a porta sem pressa alguma, mas o que vejo me surpreende bastante:
   Uma garotinha loira com cachos rebeldes está parada diante da minha porta. Uma pequena de aproximadamente uns oito ou nove anos... E o mais estranho é o quão parecida ela é com minha sobrinha... Fisicamente falando.
   Seus olhos verdes estão marejados, e a pequena está complementando nua. Fico sem reação...
  — Tio Ty...
  — Mel?!
   Ela assente devagar, está segurando algumas peças de roupas rasgadas nas mãos.
   A puxo para dentro do quarto, corro até meu guarda roupa e pego uma camisa preta, com o slogan do Rolling Stones. Coloco nela rapidamente, a cobrindo bem. A camisa ficou parecendo um vestido para minha sobrinha, chegando a bater em seus joelhos. A encaro novamente:
  — O que aconteceu Melissa?!
  — Hum... Eu.. Eu estava brincando de boneca e tudo começou a doer... E as roupas não serviam mais... E agora eu sei novas palavrinhas... Eu tô com medo titio. – Suas palavras soam confusas e soltas. Noto que ela está prestes a cair no choro.
   Não sei o que fazer. Algo me diz que ela realmente é a Mel, mas o que a menina disse não faz sentido nenhum. Ela ter crescido assim em duas horas não faz sentido!
  — Vêm! – Seguro na mão da pequena, saindo do quarto o mais rápido possível. Robin deve saber o que está acontecendo. Desço as escadas quase correndo.
  — Calma tio... Não vai tão rápido! – Murmura ela balançando a cabeça.
  — Robin! – Chamo, vendo minha mãe sentada no sofá com papai e Joey. Toda a atenção da sala se volta para mim e Melissa.
  — Mel! – Meu irmão de levanta sem tirar os olhos da filha. Minha sobrinha corre até ele e o abraça, começando a chorar baixo.
  — Shhh.. Está tudo bem princesa, papai está aqui. – Joey a pega no colo e acaricia seu cabelo de forma suave.
   Vejo que um garotinho está no colo de Dean, e logo percebo que se trata de Alex... Um Alex bem maior do que eu me lembrava. Assim como a irmã, ele aparenta tens uns oito anos... Seja o que quer que tenha acontecido, aconteceu com ambos os gêmeos.
  — Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?!
  — Alex e Mel cresceram... Agora eles tem sete anos. – Responde Robin dando de ombros.
  — Isso é impossível!
  — Não Ty... Não é. Eles são filhos de um híbrido, metade humano e metade... – Ela me olha e sorri de lado. – Metade um de nós... A gestação deles não foi normal, e o crescimento também não. Em dois meses de vida ambos já aparentavam ter um ano. Com três anos, aparentavam quatro ou cinco. De tempos em tempos os gêmeos pulam para certa idade... Da última vez que isso aconteceu foi a dois anos atrás.
  — Isso é confuso... – Murmuro me sentando ao lado de papai.
  — Até quando isso vai acontecer? – Questiona Joey com o olhar preocupado.
  — Eu não sei dizer... Nunca houveram criaturas como eles antes... Alex e Mel são os primeiros da espécie... Não sabemos como o processo de crescimento funciona.
  — E porque isso acontece?! – Volta a questionar meu irmão, aumentando consideravelmente o tom de voz, causando um efeito em Melissa, que aumentou a intensidade do choro. – Calma filha... Não foi com você que papai gritou... Shhh... – Joey tenta acalma-la.
  — Eu não sei meninos. – Responde Robin dando de ombros – Keyzel tinha uma teoria. Por serem filhos de Joey eles são especiais... E podem crescer assim até certa idade...
  — Mas Tyler e Joey cresceram normalmente... Como qualquer criança humana. – Murmura papai, e vejo que Alex o abraça mais. Acaricio a mãozinha do meu sobrinho com carinho e noto que ele está coberto pela jaqueta de couro de Dean.
  — Alexander e Melissa são diferentes dos gêmeos Dean... Eles não são filhos de um humano e um demônio, são filhos de um híbrido! Um que por sinal, é único junto com o irmão ... Tem noção de como isso muda as coisas?! Claro que você não tem...  Nossos bebês são poderosos... São os primeiros da espécie... Isso não é incrível?!
  — Mamãe, não fale dos meus filhos como se eles fosses algum objeto raro. – Reclama Joey. – Alex é Mel são crianças...
  — Então não sabemos quanto tempo eles continuarão com essa idade? – Pergunto apoiando a cabeça no ombro de papai.
   Robin nega com a cabeça:
  — Eles pode crescer normalmente até os nove anos e numa bela amanhã acordarem com a aparência e a mentalidade de alguém de treze.  É uma ordem instável Tyler... Teremos que esperar para ver.
   Joey morde o lábio inferior, encarando papai com uma cara de choro, que deu pena até em mim. Entendo sua posição, ele deve estar com medo de perder os filhos nesse ritmo que se coisas estão andando...
  — Calma filho, vamos resolver isso tudo bem? – Lhe assegura Dean, em um tom que transmite confiança.
   Joey concorda devagar com a cabeça.
  — Eu vou arrumar uma roupa para o Alex... E dar um jeito de colocar os dois para dormir. – Fala meu irmão, balançando Melissa no colo, ela se acalmou bastante comparada a como estava há a vinte minutos atrás.
   Ele chama Alex, que o acompanha, segurando em sua mão.
  — Eu te ajudo! – Minha mãe se oferece, indo com eles.
   Dean me abraça forte.
  — Papai? – Chamo depois de alguns minutos em silêncio.
  — Humm?
  — Nossa vida mudou tanto de uns tempos para cá... Às vezes eu sinto falta de como as coisas eram simples... –Confesso baixinho.
  — Eram simples sim... Mas não é melhor agora que temos seu irmão e os gêmeos? – Pergunta ele suave, enquanto acaricia meu cabelo.
  — Eu amo eles Dean... Todos eles... Embora eu sinta falta de quando éramos só nós dois... Eu não os trocaria por nada no mundo!
   Sou sincero e abraço mais meu pai, que retribui o gesto.
  — Eu sei campeão, eu sei... – Dean deposita um beijo suave em meus cachos. – Eu também não trocaria... Nenhum de vocês. 
   Sorrio apoiando o rosto em seu peito.
  — Eu te amo papai...
  — Eu te amo muito mais meu pequeno... Você se assustou muito quando viu a Mel?
  — Muito... – Rio baixo. – Eu me acostumei com aquela pequenina e agora ela tem sete anos...e logo terá dez... Isso é muito louco, até para nós.
  — Tudo é possível Ty.... Principalmente para nós. – Fala ele, com convicção. Devo admitir que isso é verdade. Por mais que me doa aceitar.
   Fecho os olhos sentindo seu aroma. Eu gosto de ficar com ele... Dean me transmite uma paz que ninguém consegue transmitir. Meu pai é único, me passa segurança e carinho ao mesmo tempo. Com ele eu me sinto especial... Sinto que tudo a minha volta deixa de ter tanta importância, sinto também como se todos os meus problemas desaparecessem... É uma sensação difícil de descrever em palavras.
   Permanecemos assim até Joey adentrar na sala com Alex no colo.
  — Não ia fazer os gêmeos dormirem? – Pergunta Dean confuso.
  — Eu fiz a Mel... Alex só dorme depois de tomar leite... Senão ele não consegue. – Meu irmão dá de ombros. – Mas acabou o leite papai...
  — Não tem nenhuma caixinha?
   Joey nega com a cabeça.
  — Muito bem... Eu vou na cidade comprar... Querem vir comigo?
  — Não posso deixar Melissa sozinha... E Alex tá muito manhoso. Vão vocês. E tragam um doce pra mim. – Sorri Joseph. Dean assente, rindo baixo.
  — Você vem bebê?
  — Claro. – Sorrio, me levantando um pouco mais animado.
   Meia hora depois já estávamos na mercearia... Pegamos várias caixas de leite, se teve algo que aprendi na convivência com os meus sobrinhos, é que crianças de fato consomem muito leite. Bem mais do que eu imagina. Por tanto é bom sempre estar preparado. Pelo menos foi isso que Dean me disse quando pegou dois fardos contendo doze caixinhas de leite cada um.
   Pegamos alguns doces e também biscoitos. Já estávamos à caminho do caixa quando papai me olha assustado:
  — O que foi? – Pergunto sem entender.
  — Droga Ty! – Murmura passando as mãos nos bolsos de forma desesperada. – Esqueci minha carteira no carro!
  — Sério? Tá ficando velho hein papai, já está até esquecendo das coisas essenciais. – Rio, provocando ele. Ganho uma resposta um leve beliscão no braço.
  — Au... – Reclamo, ainda rindo.
  — Muito bem, vai lá buscar.
  — Porque eu?
  — Porque eu tô mandando. – Provoca ele, me olhando com uma cara de “Quem tá rindo agora espertinho?”
  — Eu só vou porque sou um bom filho, e porque você tá ficando velho demais... Devemos ajudar os idosos sabe. –Murmuro rindo mais e me afastando consideravelmente. Não quero ganhar outro beliscão!
   Papai tenta manter a pose séria, mas acaba rindo comigo.
  — Vai lá antes que chegue nossa vez no caixa. – Fala entrando na fila, com um sorriso divertido nos lábios. Joga a chave do Impala para mim, sorrio quando a pego no ar.
   Apresso os passos em direção à saída.
   Saio sentindo o brisa fria contra meu rosto. Coloco as mãos no bolso da minha jaqueta e faço uma careta, adoro o frio, mas hoje está exagerado. Suspiro e caminho pela calçada, em direção ao estacionamento.
   A cidade não é muito movimentada, e hoje está ainda pior. Caminho mais rápido ao avistar o Chevy.
   Noto que um homem bem agasalhado, de vestes negras, está encostado no automóvel do meu pai. Ele levanta a vista, me estudando com o olhar. Paro onde estou... Não estou gostando da forma como o desconhecido está me encarando. Respiro fundo e volto a caminhar devagar. Deve ser apenas impressão minha...
   Poucos segundos depois ele se ajeita, caminhando em minha direção sem desviar sua atenção de mim. Paro novamente, ok, tem algo errado aqui. O tal homem para a poucos metros de distância de onde estou, seus olhos verdes fixos nos meus... Um sorriso sombrio escapa de seus lábios.
   Isso basta para me alertar, olho para os lados e vejo que não há mais ninguém por aqui além de nós dois. Sem pensar me viro bruscamente e volto a caminhar com passos rápidos em direção a mercearia onde papai me espera, tem algo estranho nesse homem... Posso sentir isso. Mas antes que eu pudesse dar mais de cinco passos, o estranho me alcança, me empurrando de encontro ao chão. Em uma velocidade surpreendente ele me prende contra o asfalto.
  — Me solta! -Grito tentando chutar o homem. O que está havendo? Ele só pode ser algum demônio... Arfo tentando me livrar do aperto. Isso não pode estar acontecendo novamente...
  — Você não é o Joey... Tem um cheiro diferente. – Sussurra com a voz rouca, bem próximo ao meu ouvido. Segundos depois ouço um riso irônico. – Mas você vai ter que servir.
   Com agilidade e notando que ele baixou a guarda, consigo escapar de seu aperto, escorregando para o lado. Me levanto cambaleando, procurando algo para me defender. Pego uma pedra média e jogo nele sem hesitar. Mas isso só faz o ser rir ainda mais.
   Droga. Respiro várias vezes, e sinto algo pegajoso em minha testa. Passo a mão e vejo que se trata de sangue... Devo ter machucado quando cai, ou melhor, quando fui derrubado por esse idiota! O olho, ele apenas me encara com diversão. Como se achasse engraçado todo o meu desespero... Quem é ele? O cara citou o nome do meu irmão... O olho, só pode ser Keyzel...
    Dean me treinou para situações como essa, mas tenho perfeita consciência que não posso dar conta de um vampiro nesse momento, estou desarmado, sem nada que possa enfraquece-lo ou mata-lo. Minha única opção é chegar até a mercearia sem ser pego. Tento correr novamente, o mais rápido que consigo. Estou tão perto...
  — Dean!! – Chamo alto, pedindo mentalmente para que ele possa me ouvir. Sou derrubado novamente contra o chão, e não perco tempo em começar a me debater, tentando a todo custo me levantar. Ele é forte... Muito forte.
   Sinto Keyzel me levantar bruscamente pelo braço:
  — Me solta seu desgraçado! – Grito desesperado. Ele está me machucando...
  — Acho que não... – Diz sem deixar de sorrir. Passa uma de suas mãos no cabelo castanho e me mira nos olhos:
  — Precisamos conversar Tyler... E eu não aceito um não como resposta.
  — Dean!!! – Volto a gritar, sentindo meus olhos marejados – Papai, me ajuda!!
  — Você grita demais... E isso me irrita sabe... – Murmura apertando o agarre em meu braço. Chego a pensar que ele irá quebra-lo... Está doendo tanto...
   A próxima coisa que sinto é um forte golpe em minha nuca... Em questão de segundos minha vista fica turva, e ao longe posso ver alguém correndo em minha direção... Papai... E então tudo escurece.

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