[Bella.pov.on]
A campainha toca e eu resmungo baixinho.
Não estou fisicamente ou psicologicamente preparada para ouvir o que ela tem para me dizer.
-Volto daqui a meia hora.-digo ao homem a meu lado.-Talvez seja uma boa ideia ficares aqui quieto e em silêncio.-sorrio-lhe.
Se a minha mãe o vê vai dar-me ainda mais nas orelhas!
-Tudo bem, aqui ficarei.-ele sorri-me de volta.-Boa sorte.
-Obrigada, bem preciso.-bufo.
Saio do quarto e fecho a porta, deixando-o sozinho.
Caminho até à porta e respiro fundo, sabendo que, neste momento, tudo o que me está a separar da minha mãe é um objeto de metal.
Ganho coragem e abro a mesma, logo vendo a mulher de cabelos loiros à minha frente, com a mão na anca.
-Isabella.-ela entra.
-Olá, mãe.-fecho a porta atrás dela.-Como tens estado?
-Saudável, mas não estou aqui para falar de mim.
E começamos...
-Então se não é para termos uma conversa de mãe e filha que já não se vêm há um tempo, estás aqui porquê?-cruzo os braços.
Espero que isto corra bem e que ela não descubra que tenho um homem deitado na minha cama.
-A Beth contou-me que foste despedida da empresa.-ela diz enquanto olha para todo meu apartamento. Tenho a certeza que ela já está a apontar tudo o que não está a gostar na sua cabeça.
-A Beth disse-te isso?-pergunto e tento não me passar.
Eu pedi-lhe que não contasse e mesmo assim ela contou? Que boa melhor amiga!
-Porque é que foste despedida sequer, Isabella?!-ela pergunta. Não vou dar-lhe os detalhes, isso é certo.
-Fiz asneira, foi por isso.-encolho os ombros.
-Fizeste asneira? Dizes isso como se isto não fosse nada demais!-ela grita.
-Já não é! Eu já ultrapassei mãe, ultrapassa também.-bufo.
-Porque raio não me contaste?-ela pergunta como se a resposta não fosse óbvia.
-Talvez porque estava a tentar evitar este drama.-respondo revirando os olhos.
-Como é que tens conseguido pagar a renda então?-ela cruza os braços.
-Estou a trabalhar em part-time num café.-respondo calmamente e logo sinto o olhar julgador dela em cima de mim.
-Achas que um part-time num café te vai ajudar para sempre?-ela ri-se.-Se precisas de dinheiro eu e o teu pai não nos importamos de to dar.
-Eu não preciso do vosso dinheiro, mãe.-reclamo. Não acredito que ela continua a pensar que não me consigo desenrascar.
-Estás com vergonha de o aceitar? Eu prefiro sustentar-te do que ver-te a viver nesta bagunça pequena!-ela diz referindo-se ao meu apartamento.
Eu já sabia que ela ia referir o facto do meu apartamento estar desarrumado.
-Se estás assim tão preocupada fica sabendo que estou a tirar um novo curso na universidade.-informo e ela ri-se.
-Como raios é que estás a pagar a renda e a universidade?
-Eu consegui uma bolsa, mãe. Não sou inútil sem ti e o pai, sabes?-reviro os olhos.
-Não consegues perceber o quanto estás a estragar a tua vida? Estás a viver num apartamento num bairro destes, foste despedida da melhor empresa da Austrália, acabaste a trabalhar num café e como se não bastasse, estás longe de casa!
-Não acredito que parte de mim foi burra o suficiente por pensar que vinhas aqui porque tinhas saudades minhas.-rio-me com a minha estupidez.-Não preciso que me digas como viver a minha vida, mãe. Já não sou nenhuma criança.
-Tu vais voltar comigo para o Texas, Isabella.-ela cruza os braços, ignorando tudo o que eu acabei de dizer.-Chega disto. Chega de tentares provar que consegues estar sozinha quando é claro que não é a verdade.
-Estás maluca se achas que vou voltar para o Texas.-rio-me.-Eu tenho a minha própria vida agora e desculpa se não gostas e não aceitas, mas esta é a minha casa agora.
-Tu não estás aqui a fazer nada sem ser estar sozinha! Não consegues perceber? A tua família e a tua casa está no Texas.
Bem, ela até tem razão quando diz que estou sozinha...
-Não digas mais nada, por favor. Não temos mais nada para falar mãe, podes ir.-abro a porta.
-Nós temos imenso para falar ainda, Isabella. Eu vou dar-te uns dias e esperar que seja o suficiente para te abrir os olhos mas daqui a umas semanas volto. Espero que nessa altura já estejas sã.-ela diz e sai.
Bufo e fecho a porta. Estou feliz por ela ter saído finalmente e por esta conversa ter terminado por hoje, mas estou frustrada com tudo o que ela me disse.
-Que furacão.-Liam aparece vindo do quarto.
-Eu disse que ela gritava mais do que falava.-rio-me.
-Sabes que não estás sozinha, certo?-ele diz e eu assinto. Não, eu não sabia mas agora parece que sei.
-Eu vou arrumar a casa mas se quiseres ficar na mesma, tudo bem.-digo e ele cruza os braços.
-Não.-ele diz e o meu coração aperta.
-Não queres ficar?-brinco com os dedos, demonstrando o quão nervosa fiquei agora.
-Não, não é isso! Estava a referir-me a outra coisa.-ele ri.-Eu fico mas, por favor, vai dormir. Tu bebeste demasiadas cervejas e acho que a melhor ideia é descansares e não ires arrumar a casa.
-Eu estou bem, Liam.-rio enquanto caminho até à cozinha.
-Ai é?-ele pergunta caminhando atrás de mim.
-Sim, eu nem me sinto beb...-calo-me assim que tropeço numa das caixas e caio no chão. Eu tenho mesmo de arrumar isto!
-É, eu não acredito.-ele diz ajudando-me a levantar.-Boa, estás a sangrar.-ele toca na minha testa.
-A sério? Nem sinto nada.-rio-me.
-Tu estás mesmo bêbeda, não é?-ele ri-se pegando na minha mão e levando-me até ao quarto.-Tu ficas aqui, okay? Eu volto já para te tratar disso.
Suspiro vendo-o sair do quarto.
Eu juro que estou arrependida de ter bebido aquelas cervejas todas. Quando eu bebo demais normalmente digo tudo o que sempre quis dizer e, acreditem, isso não é bom.
-Senta-te.-Liam pede assim que entra no quarto.
Eu sento-me na cama e ele desinfeta a ferida, colocando um penso por cima de seguida. Onde raio é que ele foi buscar isto tudo?
-Estiveste a ver os meus armários, pelos vistos.-gozo.
-Foi necessário para cuidar dessa ferida.-ele revira os olhos.
-Eu pareço uma estúpida com isto na testa não pareço?-rio-me.
-Não, na verdade acho que estás extremamente sexy.-ele ri e eu dou-lhe um leve empurrão na brincadeira.
-Deita-te comigo.-peço e ele nega.
-Eu vou arrumar tudo o que tens no chão desta casa.
-Não és nenhum empregado. Não é teu dever.-eu agarro no braço dele, como forma de o proibir.
-Deixa-me fazê-lo okay?-ele pede e eu reviro os olhos, cedendo.
Deito-me na cama e tapo-me com os lençóis, enquanto o vejo sair e encostar a porta.
Olá!
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A foto na mídia é a Amanda.
Beijinhos!
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Cold Heart // Liam Hemsworth
Teen FictionUma noite e uma boleia fez com que as suas vidas se virassem do avesso. Ao princípio, tudo o que ele faz é afastá-la, até que nota que ela não pretende deixá-lo. E, agora, tudo o que ele quer é protegê-la dos seus próprios demónios. Mesmo que ele os...