10.-Eu estou bem, Liam.

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[Bella.pov.on]

A campainha toca e eu resmungo baixinho.

Não estou fisicamente ou psicologicamente preparada para ouvir o que ela tem para me dizer.

-Volto daqui a meia hora.-digo ao homem a meu lado.-Talvez seja uma boa ideia ficares aqui quieto e em silêncio.-sorrio-lhe. 

Se a minha mãe o vê vai dar-me ainda mais nas orelhas!

-Tudo bem, aqui ficarei.-ele sorri-me de volta.-Boa sorte.

-Obrigada, bem preciso.-bufo.

Saio do quarto e fecho a porta, deixando-o sozinho.

Caminho até à porta e respiro fundo, sabendo que, neste momento, tudo o que me está a separar da minha mãe é um objeto de metal.

Ganho coragem e abro a mesma, logo vendo a mulher de cabelos loiros à minha frente, com a mão na anca.

-Isabella.-ela entra.

-Olá, mãe.-fecho a porta atrás dela.-Como tens estado?

-Saudável, mas não estou aqui para falar de mim.

E começamos...

-Então se não é para termos uma conversa de mãe e filha que já não se vêm há um tempo,  estás aqui porquê?-cruzo os braços.

Espero que isto corra bem e que ela não descubra que tenho um homem deitado na minha cama.

-A Beth contou-me que foste despedida da empresa.-ela diz enquanto olha para todo meu apartamento. Tenho a certeza que ela já está a apontar tudo o que não está a gostar na sua cabeça.

-A Beth disse-te isso?-pergunto e tento não me passar.

Eu pedi-lhe que não contasse e mesmo assim ela contou? Que boa melhor amiga!

-Porque é que foste despedida sequer, Isabella?!-ela pergunta. Não vou dar-lhe os detalhes, isso é certo.

-Fiz asneira, foi por isso.-encolho os ombros.

-Fizeste asneira? Dizes isso como se isto não fosse nada demais!-ela grita.

-Já não é! Eu já ultrapassei mãe, ultrapassa também.-bufo.

-Porque raio não me contaste?-ela pergunta como se a resposta não fosse óbvia.

-Talvez porque estava a tentar evitar este drama.-respondo revirando os olhos. 

-Como é que tens conseguido pagar a renda então?-ela cruza os braços.

-Estou a trabalhar em part-time num café.-respondo calmamente e logo sinto o olhar julgador dela em cima de mim.

-Achas que um part-time num café te vai ajudar para sempre?-ela ri-se.-Se precisas de dinheiro eu e o teu pai não nos importamos de to dar.

-Eu não preciso do vosso dinheiro, mãe.-reclamo. Não acredito que ela continua a pensar que não me consigo desenrascar. 

-Estás com vergonha de o aceitar? Eu prefiro sustentar-te do que ver-te a viver nesta bagunça pequena!-ela diz referindo-se ao meu apartamento. 

Eu já sabia que ela ia referir o facto do meu apartamento estar desarrumado.

-Se estás assim tão preocupada fica sabendo que estou a tirar um novo curso na universidade.-informo e ela ri-se.

-Como raios é que estás a pagar a renda e a universidade?

-Eu consegui uma bolsa, mãe. Não sou inútil sem ti e o pai, sabes?-reviro os olhos.

-Não consegues perceber o quanto estás a estragar a tua vida? Estás a viver num apartamento num bairro destes, foste despedida da melhor empresa da Austrália, acabaste a trabalhar num café e como se não bastasse, estás longe de casa!

-Não acredito que parte de mim foi burra o suficiente por pensar que vinhas aqui porque tinhas saudades minhas.-rio-me com a minha estupidez.-Não preciso que me digas como viver a minha vida, mãe. Já não sou nenhuma criança.

-Tu vais voltar comigo para o Texas, Isabella.-ela cruza os braços, ignorando tudo o que eu acabei de dizer.-Chega disto. Chega de tentares provar que consegues estar sozinha quando é claro que não é a verdade.

-Estás maluca se achas que vou voltar para o Texas.-rio-me.-Eu tenho a minha própria vida agora e desculpa se não gostas e não aceitas, mas esta é a minha casa agora.

-Tu não estás aqui a fazer nada sem ser estar sozinha! Não consegues perceber? A tua família e a tua casa está no Texas.

Bem, ela até tem razão quando diz que estou sozinha...

-Não digas mais nada, por favor. Não temos mais nada para falar mãe, podes ir.-abro a porta.

-Nós temos imenso para falar ainda, Isabella. Eu vou dar-te uns dias e esperar que seja o suficiente para te abrir os olhos mas daqui a umas semanas volto. Espero que nessa altura já estejas sã.-ela diz e sai.

Bufo e fecho a porta. Estou feliz por ela ter saído finalmente e por esta conversa ter terminado por hoje, mas estou frustrada com tudo o que ela me disse.

-Que furacão.-Liam aparece vindo do quarto.

-Eu disse que ela gritava mais do que falava.-rio-me.

-Sabes que não estás sozinha, certo?-ele diz e eu assinto. Não, eu não sabia mas agora parece que sei.

-Eu vou arrumar a casa mas se quiseres ficar na mesma, tudo bem.-digo e ele cruza os braços.

-Não.-ele diz e o meu coração aperta.

-Não queres ficar?-brinco com os dedos, demonstrando o quão nervosa fiquei agora.

-Não, não é isso! Estava a referir-me a outra coisa.-ele ri.-Eu fico mas, por favor, vai dormir. Tu bebeste demasiadas cervejas e acho que a melhor ideia é descansares e não ires arrumar a casa.

-Eu estou bem, Liam.-rio enquanto caminho até à cozinha.

-Ai é?-ele pergunta caminhando atrás de mim.

-Sim, eu nem me sinto beb...-calo-me assim que tropeço numa das caixas e caio no chão. Eu tenho mesmo de arrumar isto!

-É, eu não acredito.-ele diz ajudando-me a levantar.-Boa, estás a sangrar.-ele toca na minha testa.

-A sério? Nem sinto nada.-rio-me.

-Tu estás mesmo bêbeda, não é?-ele ri-se pegando na minha mão e levando-me até ao quarto.-Tu ficas aqui, okay? Eu volto já para te tratar disso.

Suspiro vendo-o sair do quarto.

Eu juro que estou arrependida de ter bebido aquelas cervejas todas. Quando eu bebo demais normalmente digo tudo o que sempre quis dizer e, acreditem, isso não é bom.

-Senta-te.-Liam pede assim que entra no quarto.

Eu sento-me na cama e ele desinfeta a ferida, colocando um penso por cima de seguida. Onde raio é que ele foi buscar isto tudo? 

-Estiveste a ver os meus armários, pelos vistos.-gozo.

-Foi necessário para cuidar dessa ferida.-ele revira os olhos.

-Eu pareço uma estúpida com isto na testa não pareço?-rio-me.

-Não, na verdade acho que estás extremamente sexy.-ele ri e eu dou-lhe um leve empurrão na brincadeira.

-Deita-te comigo.-peço e ele nega.

-Eu vou arrumar tudo o que tens no chão desta casa.

-Não és nenhum empregado. Não é teu dever.-eu agarro no braço dele, como forma de o proibir.

-Deixa-me fazê-lo okay?-ele pede e eu reviro os olhos, cedendo.

Deito-me na cama e tapo-me com os lençóis, enquanto o vejo sair e encostar a porta.

Olá!

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A foto na mídia é a Amanda.

Beijinhos!

Cold Heart // Liam HemsworthOnde histórias criam vida. Descubra agora