Uma Patricinha em minha vida

Capítulo sem título 7

                             Melinda

Esperei pelo Daniel, mas ele não apareceu na aula ontem. Então resolvi seguir o André, pois estou morrendo de saudades dele. Ele ficou o dia todo quase na empresa do pai dele. Foi até meio entediante, mas quando ele estava indo embora recebeu uma ligação, só que eu não consegui ver quem era, pois ele atendeu muito rápido. Eu notei que era uma mulher e eles estavam marcando um encontro para hoje. Eu até pensei que podia ser besteira eu me importar com isso e que provavelmente era só uma cliente do escritório, só que eu fiquei com um sentimento estranho, chame de sexto sentido ou sei lá o que, mas eu só sabia que deveria investigar isso. Então resolvi deixar minha investigação do Daniel para depois. E a noite passada decidi ficar na minha casa, mas pela manhã me senti fraca e então fui até o hospital ver como estava meu corpo. Eu estava na mesma situação e resolvi que não era bom para mim passar o dia todo longe do meu corpo. Por isso fiquei no hospital até perto do horário de saída do colégio, quando encontrei o André na saída do colégio ele estava indo para o carro dele e eu novamente o segui. Ele parou no estacionamento de um hotel de luxo. Subiu pelo elevador privativo e foi até o quarto 413. Eu poderia dizer que treze é mesmo o número do azar, pois eu não estava nem um pouco preparada para o que aconteceria em seguida. André bate na porta do quarto e olha para os lados ansioso. A porta se abre e uma bela garota de cabelos ruivos e que esta vestindo apenas um corpete preto e uma lingerie sexy sorri para meu namorado, mas isso não é o pior, pois a garota é ninguém menos que minha "melhor amiga" Laura. Eu estou chocada e nem sei o que pensar. Ela o puxa pela jaqueta para dentro do quarto e eu fico no meio do corredor sem reação. De repente uma raiva toma conta de mim e eu atravesso a parede dando de cara com André e Laura se beijando e se agarrando na cama. Tapo meus olhos, eu não consigo ver isso, eles estavam me enganando o tempo todo. Ela fingindo ser minha amiga e ele fingindo se importar comigo. Estou com tanta raiva. Eu começo a xingá-los de tudo que é possível e tento bater neles ou atirar alguma coisa para que vejam o quanto estou brava pelo o que estão fazendo. Mas todo meu esforço é em vão e eu sinto uma vontade enorme de chorar. Eu quero sair correndo daqui pra bem longe deles e é isso que começo fazer, mas quando estou perto de atravessar a parede André se levanta ajeitando sua roupa e diz para Laura:

-Calma gata! Eu preciso falar com você.

Eu volto para escutar e Laura se esparrama mais ainda na cama e diz sensualmente para ele:

-Eu não quero falar, eu quero fazer.

Vadia.

Olho para André e vejo que ele está se segurando para não correr e pegar ela de jeito e então ele fala:

-Nós precisamos tomar cuidado! Os policias estão investigando o acidente da Mel, e se descobrirem que temos um caso podem colocar a gente no topo da lista de suspeitos.

André se senta em um sofá com cara de preocupado e Laura se levanta da cama e veste um robe de cetim preto. Ela o responde:

-Eles não podem nos acusar. Eles não tem provas para nos prender.

Será que foi eles fizeram isso comigo? Essa história está cada vez pior e eu me sinto mal, a traição deles dói demais em mim. Então André olha para Laura e diz:

-E nem vão ter, afinal não temos nada haver com isso. Não é mesmo?

Ela vai até ele, se senta em seu colo e o abraça dizendo:

-É claro!

E tirando a jaqueta dele continua a falar:

-E você está fazendo sua parte, não é mesmo? O papel do namorado amoroso e preocupado.

André parecendo ofendido rebate:

-Eu não estou fazendo esse papel Laura! Eu realmente me importo com a Mel. Nos já namoramos a um bom tempo.

Laura revira os olhos quando olha para o outro lado. Eu olho para ele com vontade de chorar. Ela então cheia de veneno na voz diz:

-A quem você quer enganar André?

Ela estala os dedos na frente dele e continua:

-Eu sei bem porque você está com ela e sei também que não é por amor e sim por interesse.

Eu olho para os dois chocada e André tira Laura do seu colo e se levanta incomodado, vai até a janela e fica olhando para o horizonte. Ela vai até ele e o abraça por trás e diz:

-Eu sei bem que quem mais quer vocês dois casados é o seu pai. E que o maior sonho dele é juntar as duas maiores empresas de produtos cirúrgicos e ver você as comandando.

Laura vira André de frente para ela e diz no seu ouvido:

-E eu sei também que o que você sente por mim... é bem mais que só desejo.

Ela mordisca a orelha dele e os dois voltam a se beijar. E eu não posso mais ficar vendo isso, eu preciso sair daqui. Tudo que eu já vi foi demais pra mim. Eu preciso de tempo para pensar. Então vou parar no meu quarto, esse é o melhor lugar pra mim no momento. Eu penso na minha amizade com Laura, desde que nos conhecemos quando éramos crianças não nos separamos, porém vendo agora como ela realmente é, eu percebo que isso sempre esteve na minha cara. Como ela invejava tudo que eu ganhava, como ela sempre dava um jeito de me colocar pra baixo, como ela sempre queria se sair melhor que eu em tudo. Quando eu conheci o André ela colocou um monte de defeitos nele e dizia que ele era muito pouco pra mim, eu idiota achava que ela só estava com medo que eu a deixasse de lado por causa dele, mas agora sei que na verdade ela o queria. E o André eu pensei que ele me amava, eu realmente acreditava nos sentimentos dele por mim. Ele o tempo todo só esteve interessado na empresa do meu pai. Eu odeio os dois. Eu quero que eles vão se ferrar juntos. Eu choro. Quando já está tarde resolvo ir até o hospital e ficar lá até o dia amanhecer. Minha mãe está deitada no sofá do quarto me cuidando. Amanhã com certeza vou continuar minha investigação, agora tenho ainda mais suspeitos na lista. Aquela história de não temos culpa do André não me convenceu e como diria a Gabi, eu estou com sangue nos olhos.