Capítulo sem título 11

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 Melinda

Espero que o Daniel pare com esses pitis e me ajude logo a descobrir quem fez isso comigo, estou ficando sem paciência já, não sei quanto tempo ainda tenho. Preciso achar uma forma de fazê-lo me ajudar. Estou no meu quarto pensando em como convencer o Daniel quando ouço meu pai e minha mãe discutindo. Fico até surpresa, pois nós nunca vimos os dois discutirem antes. Eles sempre pareceram um casal bem resolvido e um sempre concordava com o outro. Vou até o quarto deles. Mamãe está sentada na cama e papai está de pé, os dois estão bastante alterados.

-Como você espera que eu acredite em você?

Minha mãe diz com raiva.

-O que você quer que eu faça? Me diz.

Meu pai fala perto do rosto dela.

Minha mãe se levanta rápido e vai até sua penteadeira, ela se senta e começa a escovar os cabelos.

-Nada! Eu não quero que você faça nada.

Ela fala friamente.

Ele se vira e diz calmamente:

-Querida! Eu já disse que eu não tenho nada, absolutamente nada com a Luiza.

Olho chocada para meu pai, eu não acredito que ele pode estar traindo minha mãe. Luiza é a secretaria dele na empresa, uma moça uns 20 anos mais jovem que ele. Eu sempre achei Luiza uma garota linda e sensual, cheia de curvas bem no estilo latino, seus olhos cor de mel e seu cabelo escuro e liso a faziam uma mulher muito desejada. Mas mamãe nunca teve ciúmes dela e sempre pareceu confiar muito no amor de meu pai por ela. Era só o que me faltava, a minha vida está desmoronando e eu aqui feito um fantasma e sem saber se vou conseguir sobreviver.

-O que me importa agora é que a Mel precisa de nós. E só.

Mamãe diz enfática enquanto o olha pelo espelho. Papai coloca as mãos na cintura e olha pensativo para o chão, depois de alguns segundos assim ele desiste de discutir e se retira do quarto. Mamãe larga a escova na penteadeira e segura a cabeça com as duas mãos. Ela pega o celular e liga para alguém e diz:

-Preciso de alguém para conversar.

Ela desliga e noto no seu semblante o quanto está sofrendo, eu também gostaria de poder ligar para uma amiga e pedir ajuda, mas infelizmente não posso.

No dia seguinte vou até o colégio e procuro Daniel, mas ele finge não me ver. Sei que ele está fingindo, porque quando dou risada por ele bater o pé na mesa do professor me olha de cara feia. Decido que o único jeito de fazê-lo me ajudar é persuadi-lo a isso, e se tem alguém que sabe como persuadir outra pessoa, esse alguém sou eu. O professor distribui uma prova, hum isso vai ser muito útil para meus planos. Todos ficam em silêncio e começam a prova. Eu paro do lado dele e começo a gritar o mais alto que posso:

-Babaca!Baabaaca!Baaabaaaca!

Ele começa a ficar vermelho, ótimo meu plano está funcionando. Ele olha para o relógio e então para mim de cara feia, como não consegue me ver a menina ao seu lado pensa que ele está olhando pra ela e pergunta confusa:

-Tudo bem com você?

Ele faz um sinal afirmativo com a cabeça e olha para sua prova. Eu continuo a gritar com ele até que ele não agüenta e grita:

-Calaa Bocaa!

Todos na sala olham assustados pra ele e ele fica sem jeito. Levanta rápido, entrega a prova e sai.

Vou atrás dele enquanto ele segue para o banheiro.

-Sai de perto de mim!

Ele diz com raiva.

-Você sabe que as pessoas vão te chamar de maluco por falar sozinho, né?

Ele revira os olhos e continua a caminhar em silêncio. No meio do caminho ele encontra a garota do encontro dele. Quando o vê ela abre um sorriso enorme, toda apaixonadinha, coitada. Ela o abraça e o convida para irem até as arquibancadas. Ele aceita e lá vamos nós. Ela começa a contar sobre o seu dia e eu aproveito para dar uma boa olhada nela, ela até que é bonita, mas esse estilo dela de se vestir não colabora.

-Bregaaa!

Falo e Daniel me surpreende respondendo:

-A única coisa brega aqui é você!

Olho com os olhos semicerrados para ele, mas quando vejo a cara da garota não me agüento e dou risada sem parar. Ela acha que ele estava falando com ela e indaga aborrecida:

-Você está me chamando de brega?

-Não! Claro que não Diana!

Ele diz desesperado e agora quem o olha com os olhos semicerrados é ela.

-Eu tinha visto a Laura passando e lembrei como ela gostava de ofender as meninas do primeiro ano.

Ele acha um jeito de se justificar para ela. Ela suaviza o semblante e olha para ele e diz:

-Ah sim! É verdade aquela garota é péssima.

Eles se beijam e eu tenho vontade de vomitar. Saio de perto e caminho pelo colégio. Eu não sei mais o que faço. Eu preciso conversar com alguém. Tudo que está acontecendo está acabando comigo. Me sinto tão sozinha.

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Uma Patricinha em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora