Uma Patricinha em minha vida

Capítulo sem título 4

                            Daniel

Estou sentado já faz meia hora e estou super entediado. Não sei por que deixei DJ me convencer a vir a essa festa de riquinhos metidos a besta. Ele apareceu mais cedo na minha casa dizendo que tinha descolado dois convites e que tinha conseguido com uma garota que ele pega às vezes, me disse que iríamos zoar muito e tirar onda com esses idiotas. Então vesti meu jeans rasgado, minha camisa preta favorita e meu All Star vermelho e vim. Mas no momento que pisei nesse clube já me arrependi, primeiro não queriam nos deixar entrar mesmo estando com convites, pois segundo eles nossas roupas não eram apropriadas e depois DJ encontrou a tal garota e sério ele só pode estar com ela por causa dos seus peitos enormes, porque essa garota é insuportável. Ela ficou quase uma hora enchendo o saco porque uma garota veio com uma roupa parecida com a dela. Então eles foram pegar bebidas e foi um alivio para meus ouvidos. Vejo o idiota do André e uma das amigas de Melinda conversando em um canto. E nossa ela está passando a mão no peito dele, eles são bem íntimos pelo jeito. Dou risada pensando em quanto Melinda é otária, tá na cara que a amiguinha dela e aquele imbecil têm alguma coisa, mas eu não estou nem aí, ela é a pior pessoa que eu conheço, então ela mais que merece isso. De repente começam a levantar para cantar parabéns para Melinda, só que eu não quero cantar parabéns para aquela mimada e continuo sentado. Ouço um barulho de algo despencando, olho pra cima e vejo aquele lustre enorme caindo, de onde estou não consigo ver se tem alguém lá no meio e então todos começam a gritar e correr. Tento caminhar na direção onde o lustre despencou, mas as pessoas estão desesperadas. Quando enfim chego perto do meio do salão Melinda está atirada no chão com metade de seu corpo embaixo do lustre, vejo também um pouco de sangue no chão. Ela parece estar desacordada e algumas pessoas estão em volta dela e parecem não saber o que fazer. Eu não gosto dela, mas nunca desejei a sua morte. Corro até ela e digo:

-Abram espaço! Não é bom pra ela se ficarem todos em cima.

Olho para uma das gêmeas amiga dela e pergunto:

-Você tem um celular?

Ela está chorando muito e faz um sinal afirmativo com a cabeça. Pega o celular na bolsa e me entrega. Eu ligo para a emergência. Dois seguranças do clube aparecem e eu digo que já liguei para emergência. André e a amiga de Melinda estão vindo nessa direção, quando vêem Melinda no chão ele parece desesperado e ela começa a chorar abraçada em uma das amigas, porém eu percebo na hora que seu choro é falso. Algum tempo depois chega à ambulância e mais alguns seguranças do clube e então todos nos juntamos para tentar arrastar ela e tirá-la de baixo do lustre. Depois de muito tentarmos conseguimos e quando perguntam se alguém quer ir com ela na ambulância, André faz o papel de namorado desesperado e se joga dentro, seguido da "amiga" que também finge estar abalada.

DJ aparece e pergunta:

-Nossa cara o que aconteceu?

Eu não acredito que ele não viu nada. E pergunto:

- Onde você estava cara que não viu nada? A Melinda acaba de ser mandada para o hospital desacordada! Aquele lustre enorme caiu em cima dela.

Ele me olha de olhos arregalados e boca aberta e diz:

-Caraca! Sério cara?

Ele então faz uma cara de quem estava aprontando e diz:

-Eu estava com aquela gata no deque e não ouvi e nem vi nada. Nossa aquela menina sabe o que faz!

Imagino por um minuto a cena, mas é muito bizarro. Vamos embora e quando chego em casa não consigo dormir direito. Fico pensando se ela vai ficar bem. Mesmo não gostando dela estou preocupado. Mas também se ela morrer com certeza para o céu ela não vai, e se ela for para o cara do chifre não dou um dia para ele mandar ela de volta. Dou risada no meu quarto sozinho olhando para o teto.