Untitled Part 22

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Daniel

-Cara, que surra eu dei neles!

Reviro meus olhos. DJ está se exibindo para um grupo de alunos que estavam curiosos em relação à briga. Esse é meu amigo não perde a oportunidade. Dou risada das poses e dele levantando a manga da camiseta para mostrar as meninas os seus músculos. Ele mostra os arranhões como se fossem cicatrizes de guerra. Um grupo de meninas passa por nós e Diana está nele. Ela me olha e abaixa a cabeça. Eu a encaro, mas não olha mais na minha direção. Me sinto mal por ela. Diana é uma garota legal e em outros tempos eu teria adorado ser seu namorado. Porém, não posso enganá-la. Sinto algo por Melinda e preciso descobrir se esse sentimento é recíproco. Talvez eu esteja louco por achar que eu e Melinda daremos certo. Mas o que seria de nós sem um pouco de loucura na vida?

-Você viu como aquela gata me olhou? Certeza que ela está na minha!

-Sua o quê?

Indago sem entender, pois estava perdido em meus pensamentos.

-Você não está bem mesmo, né?!

DJ fala parecendo preocupado.

-Vamos pra aula!

Não quero continuar essa conversa. Tenho escondido muitas coisas do meu amigo ultimamente.

A noite durante o jantar meu pai conta do novo escândalo e eu finjo não saber de nada.

-Nossa nunca imaginei isso! Eles pareciam ter uma bela vida juntos e agora estão separados por causa de uma traição e em um dos piores momentos para isso.

-Aparências, querido! Maioria das pessoas fingem, na maior parte do tempo, ter uma vida que na realidade não tem. E acabam por não resolver nada e viverem frustradas e infelizes.

Minha mãe fala com pesar.

-Vocês acham que eles voltam?

Pergunto. Eu nunca estive em um relacionamento nesse nível. Não sei quais as probabilidades de eles voltarem, mas gostaria de dar uma boa noticia para Melinda. Meus pais se olham e parecem não crer em uma reconciliação.

-Muita coisa está em jogo filho! Quando você quebra a confiança de uma pessoa dessa forma pode demorar anos até a pessoa perdoar.

Meu pai fala e segura na mão da minha mãe, como para afirmar que isso nunca aconteceria com eles.

Termino jantar e subo para meu quarto. Melinda está sentada na poltrona e eu me sento na cama de frente para ela.

-Oi.

Digo.

-Oi.

Ela responde sorrindo, mas noto a tristeza no seu rosto.

-Aconteceu alguma coisa?

Pergunto. Ela vira o rosto e olha para a porta. Espero em silêncio. Ela parece envergonhada quando me fala desanimada.

-Eu ouvi tudo. Eu sei o que os seus pais pensam dos meus.

-Melinda. Sinto muito.

Ela da um meio sorriso e diz:

-Não sinta! Eles tem razão. Eu sei o que meu pai sentiu. Eu senti o mesmo com o André e a Laura.

Ficamos em silêncio por um momento e então Melinda comenta:

-Seus pais parecem ser boas pessoas. Dá pra sentir o amor que um tem pelo o outro. Eu invejo isso. Mas de uma forma boa. Queria ter essa conexão verdadeira com alguém.

Uma Patricinha em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora