Adeus, tempestade

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O táxi parou em frente as portas giratórias e nos despedimos formalmente. Não consegui ouvir para onde ele pediu que o motorista seguisse, pois, as janelas já estavam fechadas mesmo antes de eu adentrar o recinto. Chamei o elevador e o recepcionista acenou me entregando bilhetes com as chamadas perdidas. Os dois eram da minha mãe, mas preferi deixar para retornar no dia seguinte. Minha voz estava um pouco embolada e seria uma prova de que estava me embriagando enquanto ela achava que eu estava me distraindo com os oitenta e tantos canais da TV a cabo do hotel.

Entrei no quarto arrancando os sapatos e fui direto até as garrafinhas que ficam expostas em cima do frigobar. Li os rótulos como se soubesse o que queria e optei por pedir uma garrafa de espumante para o serviço de quarto. Ninguém perguntou a minha idade e quando bateram à porta para fazer a entrega da bebida num balde de gelo e duas taças, quase convidei o mensageiro para entrar e me acompanhar. Ele era lindo e não devia ser tão mais velho que eu. Agradeci assinando a comanda e pisquei, tentando dar uma pista de que ele havia agradado. Corado, ele sorriu e se colocou à disposição para caso eu precisasse de mais alguma coisa. Quem sabe mais tarde? O efeito do álcool estava mexendo com mais do que o meu equilíbrio emocional.

Passei quase dez minutos suando enquanto tentava abrir a garrafa e comecei a me convencer de que precisaria dos serviços do rapazinho, mas antes que cedesse à tentação, a rolha voou longe fazendo aquele barulhinho e a bebida escorreu molhando o chão do quarto. Corri até a pia do banheiro e coloquei ela lá enquanto tentava enxugar a bagunça que havia provocado. Voltei com o balde e a taça, servi um pouco e coloquei de volta para gelar. Estava gostando daquela vida e dos sabores que se apresentavam para mim.

Sobre a pia estava a nécessaire do Giorgio e eu não consegui conter a curiosidade. Abri com cuidado para não fazer barulho, como se tivesse mais alguém no quarto além de mim. Cheirei a sua loção pós-barba, usei o seu perfume e ainda havia dois vidrinhos de sais de banho.

Olhei para a banheira...

... Ela olhou de volta para mim.

A única luz que iluminava o ambiente era a do quarto, que havia ficado acesa. Girei o registro e esperei que ela enchesse, sentada na borda apreciando o som da água correndo. Despejei o conteúdo azul clarinho e senti o aroma de mar invadir as minhas narinas. Pus a garrafa próxima a mim e saboreei mais um pouco da bebida.

Arranquei o vestido deixando-o embolado no chão e pus a calcinha pendurada na maçaneta da porta. Prendi os cabelos num coque no alto da cabeça e olhei-me diante do espelho, admitindo que o meu corpo havia mudado bastante através dos anos. Desenhei o bico dos meus seios com as pontas dos dedos e assisti-os enrijecer perante o toque. Estava inteiramente depilada por causa das fotos que, na sua maioria, eram de roupas íntimas e de banho. Admirei, pela primeira vez, a beleza do meu corpo esguio com sinais de que a adolescência, finalmente, me havia abandonado. Existia uma maturidade, uma certeza de que havia atingido a plenitude das inevitáveis transformações juvenis e gostei do resultado final.

Adentrei o recipiente fervente e demorou poucos segundos para que me acostumasse à temperatura. Senti cada músculo relaxando e a cada gole da bebida gelada, espasmos serpenteavam o meu corpo. Dobrei uma tolha e pus atrás do pescoço deixando que minha cabeça pendesse para trás. Automaticamente, como se fosse uma prática comum, minha mão encontrou o caminho para o meio das minhas pernas. A sensação era boa e em poucos segundos eu já estava gemendo baixinho.

O que rolava com o "defunto" era gostoso, mas era basicamente penetração e o fato de descobrir que eu podia me dar prazer sem precisar de um homem era surpreendente. Eu estava me possuindo... sozinha.

Deixei que meus dedos me invadissem e descobrissem cada pedacinho da minha intimidade. Cada ponto escondido, cada superfície que me causava aquele tremor extasiante. Gozo sem culpa e pela descoberta da minha liberdade!