XIII

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Chegamos no restaurante e era tipicamente oriental. Fomos encaminhados a uma mesa e ele perguntou à gueixa que nos conduzia, se havia a possibilidade de utilizarmos o espaço reservado. Ela assentiu com um movimento casto e nos convidou a acompanhá-la. Eu estava mais temerosa do que curiosa...

- Você já experimentou comida japonesa?

- Nunca, mas não se preocupe comigo. Estou sem fome.

Ele não deu importância para a minha declaração e seguiu em frente.

- Você vai gostar!

Sentamos no chão em umas almofadinhas vermelhas, um de frente para o outro com as pernas cruzadas, e até então não havia visto nada que pudesse me impressionar, fora o fato de que era muito estranho não estar em uma mesa normal e a moça precisasse se ajoelhar para nos servir. A luz era tênue e poucos elementos preenchiam o espaço. Uma mesa quadrada nos separava e o silêncio era ensurdecedor. Fomos servidos com quadradinhos transbordando de sakê. Ele dispensou a gueixa com uma nota de R$ 50,00 pedindo que ela só retornasse quando fosse solicitada e levantou-se sentando ao meu lado após ter a certeza de que estávamos sozinhos. Ele virou-se para mim e aproximou nossos lábios.

- Ninguém irá nos incomodar aqui. Posso te beijar agora ou você ainda vai querer falar alguma bobagem quanto a eu ter me arrependido?

Depois do discurso sobre ter se envolvido comigo, ele queria que eu pensasse o que?

Não esperou resposta e abocanhou meus lábios sugando com força. Sua língua invadiu a minha boca e eu não resisti ao impulso de retribuir o beijo. Ele tirou a minha camiseta e apesar de exasperada, tinha plena consciência de que ele não faria nada que pudesse nos expor, afinal de contas, sou de menor e ele é o cara, aparentemente, social e politicamente correto. Estava usando um conjunto branco de lingerie de seda pura, um dos presentinhos que ganhei da campanha que estava fotografando e ele praticamente arrancou o sutiã de mim sustentando os meus seios com as duas mãos e os acariciando com devoção.

- Quero você nua deitada nessa mesa, Brisa.

-Ficou maluco? E se alguém entrar?

- Tenho certeza que isso não irá acontecer.

- Você já fez isso aqui outras vezes, né?

- Pergunta desnecessária. Você vai fazer o que estou te pedindo, Brisa?

Levantei e tirei o jeans ficando apenas com a diminuta calcinha branca. Foi muita sorte ter ganho algumas peças da coleção que estarei estampando pelo mundo, caso contrário, seria obrigada a andar sem roupa íntima para correr da realidade de que minhas calcinhas jamais despertariam o desejo de homem algum.

Onde estava a minha cabeça para estar confabulando sobre técnicas de sedução, quando na minha "vida real", esse era um assunto que me constrangia?

Já estava descalça já que tínhamos que tirar os sapatos assim que entramos na tal sala reservada. Sentei sobre a superfície gelada e girei o corpo posicionando meu quadril na beira da mesa. Eu era imensa para caber naquele negócio e nada mais me restava do que deixar as pernas para fora. Os bicos dos meus seios denunciavam o frio da pequena sala e ele os tocou com a ponta dos dedos, puxando-os e me infligindo um pouco de dor. Não sabia se tinha gostado, mas não me atreveria a manda-lo parar. Seus olhos invadiam cada pedaço do meu corpo e ele se levantou ajoelhando-se entre as minhas pernas, inteiramente vestido. Tirou a minha calcinha e pôs os meus pés afastados, plantados nas quinas opostas da mesa.

- Puta que pariu, Brisa. Sei que eu não devia fazer isso, mas não consegui parar de imaginar você assim na minha frente.

Eu estava exposta, servida para que ele se alimentasse de mim e mesmo com toda a tensão sexual que nos dominava, aquela não era uma posição muito confortável. Minha respiração estava ofegante e minha pele estava arrepiada. Ele subiu as mãos pelas minhas pernas espalhando beijos dos tornozelos até as coxas.

Adeus, tempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora