XXV

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Nos despedimos após o café e notei quando ele apertou a minha cintura com um pouco mais de força do que seria necessário. Aliás, ele não precisava nem ter encostado em mim, mas se eu disser que algum dos meus alertas deu sinal de vida, estaria mentindo. Pela primeira vez desde o incidente no meu trabalho, eu consegui me sentir excitada.

Fui ao banheiro e me tranquei como se aquela porta fosse capaz de guardar o meu maior segredo. Me despi e apreciei a minha nudez diante do espelho. Apesar de continuar sendo uma mulher magra, meu corpo ganhara curvas mais acentuadas. Ao mesmo tempo que queria me entregar para as sensações de deleite que eu sabia que alcançaria permitindo-me viajar pela minha pele, por cada zona sensível ao toque, sentia-me culpada. Ficava me perguntando se eu tinha o direito de me fazer feliz usando meu corpo como ferramenta canalizadora de prazer.

Fechei os olhos como se com essa atitude eu pudesse me isentar da transgressão. Deixei que as minhas mãos envolvessem o meu seio esquerdo enquanto destramente, meus dedos manipulavam o meu botão saliente e desejoso de estímulos. No primeiro toque pude perceber o quanto estava necessitada de alívio. Senti uma descarga elétrica que quase me tirou a sanidade. Ajoelhei-me ao chão e gozei daquela sensação, física e emocionalmente abalada, entregue ao mais completo desamparo. Fluídos se libertavam do meu corpo como lágrimas. Os gemidos poderiam tranquilamente ser confundidos com lamúrias de dor e tristeza e, bem lá no fundo da minha alma, era assim que eu os sentia.

Toc, toc, toc, toc...

- Brisa, abra a porta. Você está chorando?

Puta que o pariu. Mas nem no meu banheiro, no fim da madrugada eu podia ficar em paz...

- Está tudo bem, John... pode voltar a dormir.

- Ou você abre a porta ou eu vou arrombar, está ouvindo?

Antes que ele me desse o prejuízo e ainda me flagrasse naquela posição e exalando feromônios, recolhi as roupas e me enfiei no chuveiro, avisando que abriria em dois minutos.

Saí enrolada na toalha e sem deixar que olhasse diretamente nos meus olhos. Ele me puxou pelo braço e eu me encolhi, defendendo-me do inimigo latente. Ele imediatamente me largou e afastou-se.

- Eu só não vou embora agora mesmo porquê odiaria que acontecesse algo com você por eu ter te deixado sozinha nesse momento.

- Se você quiser ir, fique à vontade. Eu não sou uma criancinha e você não é o meu pai. Não precisa ficar com pena de mim. Se algo acontecer comigo e eu permanecer viva, eu mesma me responsabilizarei por terminar o serviço.

- Pare de falar merda, Brisa! – Ele gritou tão alto que eu estremeci. Me abraçou e deixou que eu chorasse.

- Merda? Será que você tem alguma ideia do que é estar na minha pele? De não conseguir me olhar no espelho como uma mulher normal, digna de amar e ser amada? Sabe quantas vezes quis me punir por achar que minha vida não valia a pena? Refreei qualquer atitude por ser covarde. Nem para dar fim ao meu sofrimento eu tive força...

Após me colocar sentada na cama, foi até o armário e pegou uma calcinha e uma camisola. Abaixou a minha toalha para me vestir e eu não reagi. Meu seio estava levemente avermelhado e ele o tocou, muito provavelmente tentando entender a razão de ele estar marcado.

- Você é tão linda...

Acho que me equivoquei! Ele se ajoelhou afastando as minhas pernas e passou a língua no mamilo rosado que prontamente enrijeceu. Eu podia ver a ereção dele através do tecido da bermuda, mas as reações que o meu corpo expressava eram movidas puramente pelo instinto e não pela vontade.

Adeus, tempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora