XIV

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Chegamos no quarto e ele precisou dar uns telefonemas. Deitei ao seu lado e fiquei mexendo no colarinho da sua camisa. Adormeci por não sei quanto tempo e quando acordei horas depois, ele havia tirado os meus saltos, a calça e me cobrido. Fiquei o observando ao meu lado, nu e relaxado e, naquele momento, ele parecia ser muito mais novo. Fiquei guardando na minha memória o desenho do seu corpo e o quanto ele me atraia. Senti saudade do que eu sabia que teria que deixar de viver e, instintivamente, o toquei passeando com as unhas pela sua pele morena e assistindo o eriçar dos pelos de todo o corpo. Estava olhando fixamente para a extensão do seu pênis quando ele me trouxe de volta à realidade.

- Você pode fazer o que quiser com ele.

Me assustei, mas tentei não esboçar reações.

- Você já sabe o que sinto em relação a isto.

- Meu amigão não é "isto" e acho que você já sabe bem o quanto ele gosta de você! Mas não vou te pedir mais nada. Tem que ser da sua vontade.

- Sei.

- Mas não custa salientar que eu ficaria muito feliz!

- Você é incorrigível!

- Ele também e já está até esperando em prontidão que você o acaricie.

Na ponta do seu sexo já brilhava uma lustrosa gota e sem dar vazão para pensamentos contraditórios, passei o dedo espalhando-a pela cabeça rosada. Ele relaxou o corpo abrindo um pouco as pernas e me dando total visão da masculinidade viril que me pertencia naquele breve momento.

- Sem pensar, Brisa. Só se permita...

Aproximei os lábios dele. Não porque eu sabia que ele queria aquilo, mas porque eu estava querendo vencer o monstro que insistia em se alimentar dos meus medos.

- Você quer me provar, Brisa?

Muda.

- Não quero que faça nada que te deixe desconfortável.

- Será que você poderia ficar calado?

- Ok, madame tempestade. Vou deixar você no comando se distraindo com meu brinquedinho pelo tempo que você precisar!

Fiquei só o tocando e sentia que se eu pensasse demais voltaria a estaca zero. Fechei a minha mão ao seu redor e o movimentei para cima e para baixo. Automaticamente o corpo inteiro do Giorgio se retesou para em seguida reagir ao toque um pouco mais firme. Mantive o ritmo e sentia que o mel escorria por entre as minhas pernas. Estava incendiando e queria dar o que ele estava esperando. Me movi para ainda mais perto, repousando a cabeça sobre a sua barriga definida. Inexplicavelmente, seu cheiro me atraia e sua respiração ofegante me induzia a seguir adiante. Ele fez carinhos nos meus cabelos e me confortava, sem forçar a movimentar-me mais para baixo.

- Se você continuar fazendo isso eu não vou conseguir segurar, Brisa. Juro que estou pensando no trânsito de São Paulo para tardar o inevitável, mas mais cedo ou mais tarde eu vou gozar e será tão gostoso para mim quanto para você. É você quem está me excitando. São suas mãos quem estão me deixando louco para te comer e vou te colocar de quatro debruçada naquela mesa e meter em você até quando não aguentar mais. Quero que curta esse momento e que ele seja inesquecível para você!

Ele estava conduzindo o meu desejo por um caminho que não teria volta e, movida pelas suas palavras, abri a boca envolvendo parte do sexo dele. Ele gemeu alto e eu não resisti. Tentei colocar mais dele na minha boca saciando a vontade de devorá-lo, mas, ao mesmo tempo, existia um sentimento de repulsa, de achar que o que eu estava fazendo era errado, sujo e repreensível.

- Porra, Brisa. Você chupa gostoso para caralho!

Combustível.
Mesmo sem saber o que fazer, combatendo todos os meus demônios, me permiti saborear o momento e o experimentei de todas as formas que imaginei serem possíveis. Lógico que os muitos romances que eu lia escondido me deram uma direção do que eu deveria fazer, mas na prática foi tudo diferente.

Adeus, tempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora