FUROR

NOVE

Rhea

Encarei os hematomas que se formavam nos meus quadris e os toquei com a ponta dos dedos, fascinada. Sozinha, percebi que sorria porque queria, e não porque precisava fingir.

Eram as mãos de Wade que marcaram meu corpo, afinal.

Enquanto a banheira enchia, ouvi o barulho da partida de um carro, mas não saberia dizer se me encontrava novamente sozinha na cabana ou se Wade continuava ali.

Esperava que ele fosse embora de uma vez e me deixasse seguir com meus planos, mas também esperava que ele ficasse um pouco mais e não me desse alternativa além de tomá-lo em meu corpo.

Eu queria uma pausa das sombras.

Queria um vislumbre de paz.

Mergulhei a mão na água com espuma. Satisfeita com a temperatura, entrei na banheira. Os jatos acolheram meus músculos cansados, massageando, relaxando. O aroma reconfortante de baunilha enchia o ar. Ao menos a mulher de Clayton tinha um bom gosto para perfumes.

A água ainda não alcançava o meu umbigo, então levei as mãos em concha até ela e a trouxe sobre meus ombros e seios, acariciando-os, deixando que a espuma deslizasse por minha pele. Brinquei com meus mamilos, imaginando as mãos de Wade sobre eles. Abri as pernas e olhei para baixo. Ainda estava sensível e excitada, ainda queria que Wade me tomasse ali.

Com ternura e lentidão, pensei, fechando os olhos e levando uma das mãos até a minha boceta. Por uma vez, com ternura e lentidão.

– Você está delirando – disse a mim mesma, mas permaneci de olhos fechados. Eu não queria a ternura daquele homem, nem a lentidão. Eu tinha um propósito e Wade não fazia parte dele.

Pensei nisso enquanto o cansaço e a exaustão me embalavam. Eu não tinha dormido nas últimas duas noites e nem percebi quando, devagar, a minha cabeça foi pendendo para trás e eu caí num sono profundo.

A porta do banheiro já havia sido aberta há algum tempo, mas eu não notei absolutamente nada.

❧

Que sombras são essas, Rhea? Será mesmo que o Wade é o único a lhe dar paz?

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