EXTRA - PARTE QUATRO

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Depois que os espasmos cessaram, meu corpo relaxou. Senti os braços e as pernas sem forças, e pareci uma boneca quando Roger me ergueu sem problemas, saindo de dentro de mim. Ele me deitou em seu peito e acariciou minhas costas.

— Está bem? — perguntou, a voz rouca perto da minha orelha. 

Eu respirava profundamente, tentando recuperar meu fôlego.

— Estou ótima. — Beijei a pele dele, quente e suada. — Você pensa em me fazer gozar quantas vezes antes de se deixar ir?

Senti sua tensão debaixo do meu corpo. Franzi a testa para aquela resposta, embora eu estivesse meio que brincando, meio que falando sério. Ele não precisava se preocupar tanto, eu queria tê-lo se perdendo em mim sem relutar.

— Não se preocupe comigo. Apenas descanse — foi o que ele disse após uns momentos.

O silêncio voltou a preencher o quarto de forma desconfortável.

— Não me preocupar? — repeti, tentando entender.

— Durma um pouco.

Alarmes soaram em minha cabeça, e levou vários segundos até eu entender o que estava acontecendo.

— Você não pretende, não é? — perguntei devagar, esperando conseguir falar sem que as malditas lágrimas voltassem aos meus olhos. — Não pretende se deixar gozar comigo.

— Eu fiz o que prometi, Alice — respondeu ele, e ali eu percebi que havia exaustão em sua voz. Se ele gostara de qualquer coisa que fizemos ali na cama, isso só era percebido no tom rouco, e no pênis ainda ereto. — Deixei que você cuidasse de mim esta noite. Que me abraçasse, que me envolvesse em perfume e calor.

Senti o nariz dele em meus cabelos, inspirando fundo.

— Sim. — A realidade caiu sobre mim como um martelo pesado. A dor me atingiu em cheio enquanto eu recordava suas palavras de mais cedo. — E disse que se afundaria em mim, que me daria seu corpo. Mas não falou nada sobre o seu prazer.

— Eu lhe disse que não tenho mais nada para lhe dar, que não sou mais um homem completo.

Eu ri pela incredulidade, e mais uma vez chorei, exatamente como não queria. Encharquei o peito de Roger, e ele me apertou forte.

— Não faça assim. Não sofra por mim. Eu não mereço.

— Foda-se, seu idiota! — gritei, erguendo-me o mais rápido que podia e me afastando dele. Sentei-me na cama e o encarei, furiosa. — Você acha que eu sou burra, que eu não sei o que você está fazendo? — Dei-lhe um soco no peito, e ele não pareceu sentir nem um terço da mesma dor que os nós da minha mão sentiram. — Eu não sou burra, porra!

Ele só me olhava, tentando esconder a perplexidade. Talvez fosse pelo fato de que eu nunca falara sequer um palavrão na frente dele.

— Acalme-se, pequena.

— Você quer calma? — ironizei, sentindo-me meio louca ali, nua, atacando-o. — Vá para o inferno, seu egoísta cretino!

Ergui a mão novamente, e desta vez lhe desferi um tapa no rosto. Roger segurou meu pulso, e o fogo em seu olhar confirmou as suspeitas que eu tinha já há algum tempo.

— Em que tipo de merda você se meteu? Que tipo de consolo buscou por esses anos? — perguntei, usando a mão livre para agarrar seu pênis com força, ao ponto de sentir as pontas das minhas unhas quase arranharem-no. — Agora você só goza com dor, é isso? Ou sempre foi assim, mesmo antes daquela porra pela qual passou?

Os palavrões jorravam de mim a cada frase, satisfazendo a minha necessidade de ver Roger incapaz de responder à altura. Ele nunca me imaginou falando daquele jeito. Além disso, eu não queria trazer Sarah para a nossa cama, mas se era necessário, eu o faria.

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