Rhea
Quando Wade saiu, eu revirei a cabana inteira.
E, desta vez, não estava preocupada em tirar a roupa, mandar beijinhos de provocação ou sorrisos maliciosos em direção às câmeras de segurança para o caso de Clayton ou sua esposinha assistirem às gravações depois.
Wade cuidaria de esconder meus rastros pessoalmente, eu sabia. Ele não permitiria que o cunhado ou a irmã interferissem nos nossos assuntos agora.
Nossos assuntos, pensei, confusa em relação ao que isso queria dizer. Não haveria nada entre nós quando deixássemos este lugar e ainda assim eu não sabia o que pensar quanto às atitudes daquele homem.
Nem deveria perder tempo pensando nisso, de qualquer forma. O que importava era focar no que eu viera fazer e, se conseguisse ter sorte, encontrar o necessário para ir atrás de Clayton depois.
Aí nós dois teríamos uma última conversa, e aquela merda toda seria encerrada.
Arrastei cada móvel, passei os dedos por cada fresta. Fiquei por uma hora inteira nisso e nada de útil apareceu.
Fui do escritório à cozinha, da cozinha à sala, da sala aos banheiros e quartos. Então refiz o mesmo caminho, procurando nos mesmos lugares e em novos, além de dar um pulo na garagem antes de voltar para o escritório, onde revirei mais e mais papeis.
Eu estava exausta.
Voltando a me sentar na cadeira de Clayton, pus os cotovelos sobre a mesa e apoiei o rosto nas mãos, sem saber mais o que queria encontrar.
Era foda procurar por algo sem saber exatamente o que. E a dor por trás dos meus olhos estava insuportável, o que não ajudava em nada.
Wade. Não queria fazer o que ele pediu. Espairecer significaria deixar de lado meu objetivo e me focar no que aconteceu entre nós dois em tão pouco tempo, o que estava completamente fora de questão.
Eu não poderia deixar o passado para trás, tampouco permitir que as sombras que me perseguiam fossem afastadas.
Eram elas que me impulsionavam. Eram elas que exigiam a justiça.
Decidida a seguir em frente com aquilo apesar do cansaço, virei-me para o arquivo fechado à chave, destruí o cadeado e procurei mais.
Não havia muita coisa, já que aquela era uma casa de campo, planejada exclusivamente para Clayton levar as amantes e a esposa. Uns poucos papéis velhos e que não me serviriam de nada, apenas isso.
Ergui a cabeça, olhando para a estante. Não encontraria nada entre os livros uma vez que eles poderiam ser manuseados por qualquer um, mas ainda assim tentei.
Retirei o que havia nas primeiras duas prateleiras, amontoando tudo no chão conforme verificava cada livro.
Nada também.
Por fim, quando eu já estava desistindo, olhei para cima, e na última prateleira em que eu ainda não havia mexido, vi uma coleção de livros clássicos. Ao alcançá-los, um em especial escapou da pilha e caiu aos meus pés.
Era um volume antigo de Alice No País Das Maravilhas.
Com o coração disparado, abaixei-me e alcancei o livro.
Dentro dele, na primeira página, havia a frase que eu já esperava encontrar, em letra caprichada e feminina.
Com todo o meu amor, Sarah.
Por Deus, então era verdade.
❧
Olá. Sei que demorei mais a retornar do que pretendia. Questão de saúde, depois a família, e então falta de tempo e concentração. E quando pensei que poderia ser melhor retirar a publicação da obra e republicá-la para avisar vocês, não sabia que todos os capítulos ficariam em rascunho. Então peço desculpas pela demora e também pela quantidade de notificações que vocês devem ter recebido de ontem para hoje.
CeciliaCafe18, user19902401, galvaolupereira, isabelstosgostosa, IviBelchior1, helenzinhaalves, RibeGeizy, GiselleLeandro3, AmandaAlonso830, gabrielyDuarte202, joene09 e user23227639, obrigada pelos comentários no capítulo de AVISO, de melhoras e pedidos de retorno. Não respondi por lá, mas o farei aqui: melhorei, aproveitei a minha avózinha e não esqueci dos leitores de Furor nunca. :)
Os capítulos continuarão pequenos como antes, com postagem todos os dias a menos que haja algum imprevisto. Prometo que não foi por querer o meu afastamento, senti muita saudade.
Um grande beijo
Ary
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FUROR
Chick-LitAs sombras a espreitam onde quer que ela esteja. A culpa, o arrependimento e a fúria pelo que deveria ter impedido a todo o custo. Durante o dia, ela esquiva tais sentimentos com seus planos de vingança, mas quando a exaustão a domina e ela se rende...