DEZESSETE

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Rhea


Permanecemos ali, de pé, deixando que as minhas palavras se acomodassem em nossos ouvidos.

Minhas mãos continuavam massageando suas costas, meus lábios em sua pele, meu corpo nu no seu corpo nu.

Sem aviso, uma chuva irrompeu o silêncio, batendo contra o telhado da cabana e trazendo um ar gelado por entre as venezianas das janelas. Wade se virou e afastou o meu toque.

– Você tem razão – concordou ele. – É curiosidade.

Eu sorri e dei um passo à frente, passando as mãos pelos músculos do peito largo e abdômen estreito. Apreciei a visão do pênis dele, semiereto, e me excitou vê-lo endurecer um pouco mais com o meu olhar fixo e cheio de más intenções.

– O que eu faço não é seu assunto, nunca foi – murmurei, querendo alertá-lo. – Deveria ficar longe disso.

Ele segurou meus pulsos e seus olhos azuis encontraram os meus, aprisionando-os com a mesma força dos dedos largos e compridos.

– Vou prendê-la à cama.

– E me torturar com sexo até eu contar todos os meus segredos para você? – Meu sorriso se alargou e eu lhe dei uma piscadela. Um arrepio perpassou o meu corpo, mas eu me convenci de que era do ar que entrava no quarto, não daquele olhar glacial.

Wade balançou a cabeça.

– Não, se eu torturar você com sexo, creio que nunca irá embora. Além do mais, uma hora Clayton vai saber que você está aqui. É melhor que você se mantenha lúcida e pensando claramente se é isso o que você quer.

– Eu quero o Clayton.

– Ele vai acabar com você.

– Acha que ele é um assassino?

Aquela pergunta fez Wade franzir a testa, como se analisasse à sério a possibilidade.

– Eu não sei o que um homem pode fazer quando uma mulher o leva ao seu limite.

– Se ele me matar, você não vai sentir a minha falta? Nem um pouquinho? – brinquei, inclinando-me para ele. As costas dos dedos que prendiam os meus punhos foram pressionadas contra meus seios nus e mamilos endurecidos, o que fez com que os olhos dele passassem do gelo glacial ao fogo mais intenso num instante.

Como eu gostava de provocá-lo!

Balançando a cabeça, Wade me soltou e voltou a se afastar. Resmungou algo e saiu do quarto. Ouvi a porta de entrada da cabana ser aberta, e estremeci só de pensar em Wade nu naquele ar frio da noite.

Quando ele voltou, tinha uma mochila numa mão e uma corda na outra.

– Use o banheiro agora, se quiser. Depois deite-se.

Outro arrepio me perpassou com aquele comando e eu fiz como ele ordenou. Quando me recostei na cama, nua, Wade amarrou os meus dois pulsos à cabeceira. A corda machucava, mas eu já conseguia imaginar a boca dele por todo o meu corpo até eu me esquecer dela e de tudo o mais.

Ah, sim.

O que eu não esperava, no entanto, era que Wade me cobrisse do pescoço aos pés com uma manta, desligasse a luz e seguisse até a porta.

– Vou ficar no quarto de hóspedes – informou ele. – Se me chamar por algum motivo que não seja extremamente necessário, vou usar uma fita larga na sua boca. Vou ensiná-la a usar o juízo, ruiva. Você não vai mais fazer ninguém perder tempo nas suas loucuras.



Enquanto alguns mocinhos e mocinhas amarram na cama seus objetos de ódio e afeto com planos de fazer maldades, o Wade quer fazer justamente o contrário. A Rhea é mesmo azarada, hein? Torçamos para que ela vire o jogo! Se estiverem gostando, deixem estrelinhas nos capítulos, adicionem em suas listas de leitura e indiquem para os amigos!

FUROROnde histórias criam vida. Descubra agora