Wade
O que me restava fazer depois de declarar que a mulher era uma cabeça-dura teimosa era acreditar que, apesar disso, ela não iria embora enquanto eu estivesse fora.
Sendo assim, fiz o nosso café da manhã e, depois de comermos, voltamos à cama para um sexo rápido. Depois, disse-lhe que iria dar uma volta.
Em essência, eu queria tentar falar com Dana a sós e explicar que talvez precisasse de mais alguns dias, assim como queria saber até que ponto Rhea estaria disposta a ceder e esperar por meu retorno.
– Onde é que você vai? – perguntou ela, da porta do meu quarto. Segurava uma outra xícara de café na mão e tinha os cabelos bagunçados pelo sexo, mas voltara a vestir as minhas roupas. Parecia uma menina, com os pés descalços e, pela primeira vez, sem maquiagem nenhuma no rosto.
Só de olhá-la eu já queria comê-la de novo.
Vesti meus jeans sob o olhar interessado dela, e então me enfiei numa camiseta limpa antes de responder:
– Vou dar um pulo na cidadezinha mais próxima. Pensei em buscar algo que pudéssemos almoçar e jantar que não fosse pizza congelada.
Ela bebeu um gole do café e perguntou:
– Quer companhia?
– Quer ir comigo? – estranhei.
– Não sei.
– Fique. Não vou demorar mais que uma ou duas horas.
Ela ficou quieta, assistindo-me colocar as meias e calçar os tênis enquanto refletia.
Por fim, murmurou:
– Acho que você quer saber se eu vou aproveitar a sua ausência para fazer algo... As câmeras de segurança continuam funcionando?
– A luz voltou.
Ela sorriu e se aproximou. Inclinando-se para mim, segurou meu rosto com uma mão e pressionou seus lábios nos meus com extrema delicadeza e cuidado.
Não buscava me seduzir, parecia demasiado perdida no gesto.
– Isto é um adeus? – quis saber, perguntando-me quando nos veríamos de novo. Se nos veríamos de novo. Eu encontraria uma cabana vazia em meu retorno?
– Da minha parte, não é – respondeu ela, abrindo os olhos e me fitando.
Eu não disse nada, mas a puxei para meu colo, agarrando-a pela nuca e a beijando forte. Quando a senti entregar-se, quebrei o beijo.
– O dia está bonito. Saia um pouco da cabana. Dê uma caminhada. Espaireça.
Ela deu um sorrisinho e acariciou a minha mandíbula com o nariz.
– Quer que eu esqueça o passado. Que pense no nosso presente.
– Só... Espaireça – repeti.
– Na verdade eu pretendia espairecer de outra forma – ela sussurrou. – Aproveitando as câmeras para deixar um presentinho para você assistir quando estiver se sentindo solitário e com saudades de mim.
A risada de Rhea preencheu a cabana quando ela saiu correndo comigo em seu encalço, decidido a dar-lhe uma bela palmada no traseiro.
Foi a primeira vez que eu a ouvi rir, e era um som maravilhoso que eu guardaria para sempre, independentemente do que o futuro nos reservasse.
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Espaireça, Rhea, você irá mesmo precisar disso.
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Grande beijo.
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FUROR
ChickLitAs sombras a espreitam onde quer que ela esteja. A culpa, o arrependimento e a fúria pelo que deveria ter impedido a todo o custo. Durante o dia, ela esquiva tais sentimentos com seus planos de vingança, mas quando a exaustão a domina e ela se rende...