TRINTA E SETE

8.3K 658 13
                                    

Wade


O que me restava fazer depois de declarar que a mulher era uma cabeça-dura teimosa era acreditar que, apesar disso, ela não iria embora enquanto eu estivesse fora.

Sendo assim, fiz o nosso café da manhã e, depois de comermos, voltamos à cama para um sexo rápido. Depois, disse-lhe que iria dar uma volta.

Em essência, eu queria tentar falar com Dana a sós e explicar que talvez precisasse de mais alguns dias, assim como queria saber até que ponto Rhea estaria disposta a ceder e esperar por meu retorno.

– Onde é que você vai? – perguntou ela, da porta do meu quarto. Segurava uma outra xícara de café na mão e tinha os cabelos bagunçados pelo sexo, mas voltara a vestir as minhas roupas. Parecia uma menina, com os pés descalços e, pela primeira vez, sem maquiagem nenhuma no rosto.

Só de olhá-la eu já queria comê-la de novo.

Vesti meus jeans sob o olhar interessado dela, e então me enfiei numa camiseta limpa antes de responder:

– Vou dar um pulo na cidadezinha mais próxima. Pensei em buscar algo que pudéssemos almoçar e jantar que não fosse pizza congelada.

Ela bebeu um gole do café e perguntou:

– Quer companhia?

– Quer ir comigo? – estranhei.

– Não sei.

– Fique. Não vou demorar mais que uma ou duas horas.

Ela ficou quieta, assistindo-me colocar as meias e calçar os tênis enquanto refletia.

Por fim, murmurou:

– Acho que você quer saber se eu vou aproveitar a sua ausência para fazer algo... As câmeras de segurança continuam funcionando?

– A luz voltou.

Ela sorriu e se aproximou. Inclinando-se para mim, segurou meu rosto com uma mão e pressionou seus lábios nos meus com extrema delicadeza e cuidado.

Não buscava me seduzir, parecia demasiado perdida no gesto.

– Isto é um adeus? – quis saber, perguntando-me quando nos veríamos de novo. Se nos veríamos de novo. Eu encontraria uma cabana vazia em meu retorno?

– Da minha parte, não é – respondeu ela, abrindo os olhos e me fitando.

Eu não disse nada, mas a puxei para meu colo, agarrando-a pela nuca e a beijando forte. Quando a senti entregar-se, quebrei o beijo.

– O dia está bonito. Saia um pouco da cabana. Dê uma caminhada. Espaireça.

Ela deu um sorrisinho e acariciou a minha mandíbula com o nariz.

– Quer que eu esqueça o passado. Que pense no nosso presente.

– Só... Espaireça – repeti.

– Na verdade eu pretendia espairecer de outra forma – ela sussurrou. – Aproveitando as câmeras para deixar um presentinho para você assistir quando estiver se sentindo solitário e com saudades de mim.

A risada de Rhea preencheu a cabana quando ela saiu correndo comigo em seu encalço, decidido a dar-lhe uma bela palmada no traseiro.

Foi a primeira vez que eu a ouvi rir, e era um som maravilhoso que eu guardaria para sempre, independentemente do que o futuro nos reservasse.

Espaireça, Rhea, você irá mesmo precisar disso. 

Se estiverem curtindo, votem e adicionem nas listas de leituras!

Grande beijo.

FUROROnde histórias criam vida. Descubra agora