QUINZE

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Rhea


Baixei os olhos para as fotografias que Wade atirara na cama e meu sorriso congelou nos lábios.

Foi difícil mantê-lo enquanto tentava demonstrar uma descontração que não sentia e olhava para elas, uma por uma.

Nas três primeiras, estava Clayton sentado na beirada da cama de um motel e eu de joelhos entre suas pernas, chupando-o. Havia filmado aquela noite com o celular escondido na bolsa, e a partir do vídeo, eu fizera as fotos.

Foi o mesmo com a câmera que eu deixara no quarto de uma das outras amantes dele. Transei com a mulher ruiva algumas vezes, visitando o apartamento dela com frequência até conseguir gravar um vídeo dos dois trepando.

As demais fotos eram dele com mais mulheres de cabelo vermelho. O sacana guardava essas imagens no computador do escritório, e só tive acesso a elas da mesma maneira em que me aproximei e acompanhei a vida de Clayton por quatro malditos anos: fodendo com um dos funcionários dele.

Roger fora meu passaporte para entrar no mundo de Clayton. O homem gostava de assistir aos vídeos do chefe e transar enquanto o fazia, e por mim estava tudo bem.

Era mais irritante ter que pintar o meu cabelo para chamar a atenção.

– Como conseguiu essas? – perguntei, erguendo duas fotos em que eu estava inclinada na mesa de Clayton e o funcionário me comia por trás.

– Depois de receber o seu adorável e-mail, Dana as encontrou na câmera de segurança – respondeu Wade, no mesmo tom frio.

Eu quisera que Clayton me visse naqueles vídeos, mas não imaginei que a mulher os encontraria primeiro. Uma foda perdida, pensei, aborrecida.

– Bom, querido – ronronei –, eu não sabia que você tinha esse tipo de fetiche. – Juntei as fotos e as entreguei para Wade. Ele percebeu que a minha mão tremia? – Quero dizer, não sabia até você me dizer que pegaria o nosso videozinho. – Pisquei e sorri, desejando urgentemente um cigarro.

– Vou pegar a porra do vídeo porque você não vai usá-lo contra mim! – rugiu Wade, jogando o envelope e as fotos na gaveta e pulando na cama de joelhos. Furioso, agarrou minha mandíbula com força e quase colou o rosto no meu, nariz com nariz, olhos cravados nos meus. – Ouviu bem?! Não vai deixar essas merdas espalhadas para fazer ciúmes para um fodido infiel e não vai mais enviar porra de foto nenhuma dele com as amantes para a minha irmã!

– Estou lhe fazendo um favor! – gritei em retorno, mas não tentei me desvencilhar do agarre apertado. – Não deveria estar assim por minha causa, deveria estar furioso por sua irmã não se afastar de um homem que não presta!

– Dana é adulta e vacinada, agora você é meu assunto!

– Eu sou seu assunto? – escarneci, odiando meu coração acelerado e o sentimento de satisfação em ouvir aquilo. – Desde quando sou seu assunto?

– Porra! – Wade me largou e saiu da cama, dando-me as costas. Fixei-me nos músculos dele, que expandiam com as respirações pesadas e ao mesmo tempo tensionavam conforme ele parecia querer socar algo.

Era um conjunto fantástico, pensei eu, querendo me distrair do turbilhão de emoções que havia dentro de mim. Os braços, as nádegas, as coxas, as panturrilhas. Eu queria contornar todas aquelas linhas e relevos com a minha língua por horas e horas.

E estava louca para ter aquele corpo colado ao meu novamente, sentindo a força e o poder daquele homem.

Além do mais, o sexo sempre resolvia as coisas.

Frustrado e alheio aos meus pensamentos, Wade passou as mãos pelos cabelos molhados e continuou encarando o chão.

– Qual o objetivo disso? – ele perguntou por fim, depois de longos minutos de silêncio. – Para quê tanta obsessão em estragar um casamento só para ficar com alguém que não presta? Que paixão é essa que te deixa tão cega e burra?

Eu balancei a cabeça, negando e sorrindo por fora, e gritando e sangrando por dentro.

– Eu já disse, benzinho. Com o seu cunhado são só negócios.



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