TRINTA E DOIS

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Rhea


Uma emoção estranha embargou a minha garganta enquanto as palavras cruas de Wade derrubavam parte do muro que eu erguera ao meu redor.

Eu não soube identificar de imediato o que era, muito menos o motivo por eu ficar tão abalada. Só entendia que Wade declarar com tanta intensidade e certeza que me encontraria onde quer que eu fosse era um afrodisíaco impetuoso, uma verdade que eu queria que fosse mentira e ainda assim... Ainda assim me fazia considerar seriamente a rendição.

Com o coração acelerado, fechei meus olhos e abri meus lábios, esperando. E quando ele empurrou a língua na minha boca com tanta posse, fiquei completamente atordoada. Gemi em resposta e aceitei tudo o que ele me dava naquele beijo, permitindo que Wade encontrasse o que quer que estivesse procurando.

Ele deve ter tido êxito uma vez que gemeu de satisfação e aumentou a força das mãos na minha nuca e rosto, segurando-me imóvel para continuar naquele vai e vem ritmado com a língua sobre a minha.

O gosto dele se misturava ao da pizza e da cerveja que encontramos na geladeira. O cheiro dele se misturava ao do sabonete e do meu cigarro. E o toque dele se misturava a uma ternura e posse que eu jamais sonharia experimentar.

Que emoção estranha é essa?, perguntei-me outra vez, voltando a ficar completamente molhada para ele.

Agarrando-me em seus ombros, esfreguei os quadris contra a ereção potente e desejei baixar-lhe as calças e levá-lo dentro de mim, transando com ele sem preservativo algum.

Queria o contato completo, a certeza de que aquela era a nossa verdade, o nosso para sempre.

Wade, tentei pedir, mas a boca dele tomou aquela palavra assim como o fez com meus gemidos e suspiros. Ele parecia querer demonstrar que nada estava em minhas mãos, e que ao mesmo tempo eu tinha tudo.

Céus, o que estava acontecendo, afinal?

Depois do banho, eu havia mantido o casaco gigante de Wade, mas por baixo estava completamente nua e acessível, do jeito que ele se recusava a admitir gostar. Ciente disso, as mãos dele deslizaram pelas minhas coxas e subiram por baixo do casaco. Agarrando minhas nádegas, ele me puxou mais para si e aprofundou o beijo impossivelmente mais.

Foda-se, eu já não conseguia pensar.

– Chega – disse ele com a voz rouca, quebrando o beijo de repente e virando o rosto enquanto afastava as mãos. – Sente-se no sofá e coma.

Eu ainda baixei a cabeça para o pescoço dele, distribuindo beijos da orelha até o ombro. Ele estava sem camisa e eu abri o zíper do casaco que eu vestia, ansiosa em pressionar meus seios nus em sua pele.

Ah, sim, exatamente assim. Pele suave e quente sobre músculos firmes, e todo meu por dois dias e meio.

– Já chega – repetiu ele, empurrando-me do colo até eu voltar ao sofá.

Mais irritado do que nunca, inclinou-se e fechou o casaco até meu queixo, e logo em seguida ficou de pé.

Pegando outro dos meus cigarros, Wade foi para uma das janelas da sala e ficou lá, olhando para fora e fumando.

Confusa, eu também peguei um cigarro e fui para outra janela, perdida em meus pensamentos.

Não falamos mais nada enquanto o mundo desabava lá fora e eu finalmente entendia qual era a tal emoção estranha que me embargava.

Seu nome era esperança.



Engraçado como às vezes não são necessárias muitas palavras para que tudo mude, não é? Vamos ver o que acontece agora...

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