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Escotoma - visão de pontos negros ou luminosos.
"Finalmente estava começando a ver pontos luminosos na minha grande escuridão."


- M-

- Mas você acabou de chegar, Amélia! - Ela levanta e começa a andar pelo quarto - Não quero que você fique a vida inteira sem exercer a medicina, mas gostaria que você desse um tempo.

- Quero continuar trabalhando, mãe - Digo exasperada com as atitudes dela e minha voz faz com que meu pai entre no quarto também.

- O que está acontecendo? - Hugo aparece e Peter vem logo atrás também.

Ótimo!

Reunião em família.

- Amélia quer ir embora - Minha mãe soa irritada e meu pai me olha em questionamento.

- Não é como se eu fosse para o outro lado mundo - Suspiro - Prometo ficar nesse país.

- Você pode trabalhar com a Katherine, você já dá algumas aulas e a faculdade vai fica mais do que grata por ter você lá - Minha mãe diz rapidamente ainda nada contente com a situação - Quero que você descanse e fique um tempinho longe de hospital.

- Alexia - Meu diz e ela fecha aboca. Meu pai sempre compreendia mais as coisas, eu amava poder contar com ele nessas situações.

- Preciso trabalhar com isso, mãe - Ela me olha e sabia que ela estava se preparando para dar mais argumentos, ela não cedia até conseguir o que queria, mas teria que fazer isso dessa vez - Se eu parar, eu tenho medo de não voltar mais.

O silêncio pairou no meu quarto e percebi que minha mãe ficou sem palavras. Hugo abre um pequeno sorriso e vem em minha direção.

- Eu te apoio se for realmente isso que você precise - Ele abre um sorriso e beija o topo de minha cabeça.

- Eu também! - Peter diz e me dá um rápido abraço.

- Acho que sempre devemos dar espaço para vocês decidir o que fazer, tivemos um ótimo resultado com o Hugo e mesmo receosos, deixamos você ir para um país em guerra - Meu pai suspira como se fosse difícil ter dito aquelas palavras - Enquanto estivermos aqui, vamos sempre estar apoiando vocês e ajudando quando precisarem.

Ele também abre um largo sorriso no qual Hugo e Peter tinha puxado e deposita um beijo em minha testa.

- Vocês me fazem parecer um monstro - Minha mãe diz e bufa - Mas eu só quero o seu bem, quero que seja feliz.

- Eu sei mãe - Digo e ela sorri. Com passos largos ela chega até o grupinho que aceitam a minha decisão e me abraça.

- Nós te amamos - Ela diz e me sinto a pessoa mais sortuda do mundo - Mas ainda quero que escolha um lugar perto.

- Que tal Devon? - Digo e eles parecem pensar por um momento - Não fica longe.

- Tudo bem - Minha mãe cede e dou risada do seu jeito.

- Podemos entrar? Já estamos cansados de ouvir daqui de fora - Noah diz da minha porta e gargalho quando ele e seus pais entram.

- Não sei se devo ficar feliz ou irritada com as atitudes de vocês - Suspiro e dou risada. Tinha que ficar feliz por ter uma família que se importava tanto comigo.

Passei o dia pensando na decisão de ir para Devon, agora já estava realmente decidido e eles estavam felizes por me receber no Hospital e uma parte de mim estava realmente ansiosa também.

Hello Doc.  • Concluída •Onde histórias criam vida. Descubra agora