Hello Doc. • Concluída •

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- Sempre imaginei um tipo específico de traficante, aquela pessoa toda tatuada com anéis e dente de ouro e todos aqueles estereótipos – Ele dá de ombros e me fita – Ela tinha se envolvido com os "negócios" daquele homem que estava na minha sala hoje, ele não tem esse estilo não é?! Mas aquela mulher me colocou na mira dele e ele veio atrás de mim.

- Mas por quê? – Não a conheci, mas gostaria de que ela estivesse viva nesse momento apenas para perguntar qual era o problema dela.

- Ela devia a ele e é claro que eles teriam que vir até a mim para pagar a divida dela e eu não tinha o que fazer, ela estava grávida da minha pequena e eles ameaçaram a mata-la se eu não fizesse o que eles estavam pedindo – Derek treme, não sei se era de raiva ou medo, alguém tinha ameaçado sua pequena e ele a defenderia mesmo estando no ventre daquela mulher – O problema era que eles não queriam dinheiro depois, ele propôs que meu hotel fosse o ponto de entrega de mercadoria.

- Derek – Digo surpresa e ele se levanta da cama.

- Eu sei, eu sei. Não tive escolha, eles já tinham machucado Gwen e tinha medo que realmente a matassem e sabia que não seria nada de mais para aquele cara – Não era possível que isso estava acontecendo, qual era o problema com minha família que tinha que se envolver com máfia ou o que quer que seja isso – Achei que seria uma vez, sei lá. É claro que depois ele já poderia comprovar que era seu cumplice, pensei em ir até a polícia, mas me vi cuidando de Charlotte sozinho e não conseguia imaginar minha filha sozinha nesse mundo, em um orfanato.

- E sua mãe? – Pergunto assim que me lembrei dela.

- Ela sempre fora amorosa comigo ou menos fria que meu pai, mas ela tinha seus próprios problemas e depois de meu pai falecer ela só piorou – Ele volta até a cama e senta perto de mim agora – Ela ficou doente e mesmo fazendo de tudo que nosso dinheiro nos permitia, ela já tinha desistido de continuar.

Eu o amei sem o conhece-lo por completo, amei sem ter noção se ele tinha família, sem saber a historia dele com a mãe de Charlotte e achei isso incompreensivo por um instante, mas sabia que já era tarde demais. Eu o amava e ponto, suas dores seriam as minhas.

- Não queria te envolver nisso, gostaria de te afastar de toda maneira possível. Você que não facilitava, toda meiga e perfeita com Lotte, eu jurei que não ia me deixar ter sentimentos por outra pessoa, eu perdi muito da outra vez – Suas mãos me puxa para seu colo – Chegou um ponto que percebi que não teria jeito, fiquei louco com a ideia de outro homem estar ao seu lado e com isso queria socar a cara de seu irmão.

- Eu sabia! Nunca te vi com tanta raiva igual naquele dia – Sorrio e depois cai a minha ficha – A não ser hoje com aquela pessoa.

- Me perdoa. Confesso que pensei em deixar isso oculto no nosso relacionamento, achei que conseguiria esconder e esconder você deles também – Ele suspira e encosta sua cabeça no meu ombro – Eu não sei o que eu faço Amélia.

- Você confia em mim, certo?! – Levanto seu rosto para fita-lo e ele assente – Me deixa pensar sobre isso, me deixa de alguma forma te ajudar.

- Não quero que você se envolva, já é difícil pensar que ele já deve estar pesquisando sobre você – Seu rosto já não escondia seu desespero, a marca de preocupação já estava gravada em sua testa e não conseguia imaginar como ele viveu todo esse tempo assim.

- O que ele fazia lá hoje? – Não ia deixar isso quieto.

- Ele está planejando algo grande, por isso não estava na cidade ontem – Ele suspira e se movimenta para encostar-se à cabeceira da minha cama, mas ainda me mantém em seu colo – Ele exigiu minha presença.