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O plantão tinha sido tranquilo, fora a situação com a pequena e seu pai, mas finalmente ela tinha se recuperado e podia respirar sozinha, dei mais uma dose da medicação e esperava que ela já estivesse bem melhor pela manhã.

Seu pai não estava no quarto quando foi checa-la mais uma vez pela manhã e agradeci mentalmente por isso, não estava com muita energia para encara-lo.

- Oi doutora – A voz da pequena me fez virar rapidamente e ver seus olhos se acostumando com o ambiente.

- Olá pequena – Digo e vou para o lado dela. Ela abre um sorriso e aquilo já me surpreende. Como ela podia está sorrindo assim depois da noite que teve?! – Como está se sentindo?

- Você é nova aqui – Ela diz, mas não soava como uma pergunta, ela devia conhecer bem esse lugar.

- Sou mesmo – Sorrio e aponto para o nome bordado no jaleco – Sou Amélia Helsten.

- Charlotte Branson – Ela estica seu magro bracinho e me oferece sua mão – Prazer!

- O prazer é todo meu – Não contenho um largo sorriso, já estava apaixonada por aquela menina.

- Você é muito bonita. Gostos dos seus cabelos e seus olhos se parecem com os meus também – Charlotte começa a dizer disparada e sorrio ainda mais – É um azul muito bonito.

Uau!

- Quantos anos você tem? – Pergunto com medo de ela dizer que já tinha dezoito, não era possível que uma menina com cinco anos fosse tão esperta assim.

- Quatro anos, mas vou fazer cinco – Ela faz com seus dedinhos e realmente, ela era muito inteligente para pouca idade – E você?

Sorrio com o olhar de inocente dela e parecia que realmente queria saber.

- Eu tenho 22 anos a mais que você – Jogo o desafio para ela e ela começa a contar nos dedinhos.

Enquanto tinha distraído ela com a conta, volto a fazer mais alguns checapes nela e felizmente parecia que estava tudo bem, ela respirava bem melhor.

- 26! – Ela grita feliz e eu gargalho – É isso não é?! Eu faria essa conta mais rápido, mas ainda não estou muito boa.

- Isso mesmo! – Volto para seu lado e passo a mão pelos seus cabelos – Você ainda não me disse como realmente está se sentindo.

Ela suspira e deita sua cabecinha no travesseiro, sentia que ela estava cansada dessa pergunta e eu conhecia esse sentimento, mas ela era tão pequena para enfrentar esse tipo de situação.

- Estou bem – Ela diz um pouco triste – Mas meu papai ficou muito preocupado, não é?! Ele não está aqui e sei que ficou bravo comigo por querer sair.

Eu sabia que poderia esperar de tudo vindo daquela pequena Charlotte, ela era realmente especial, mas nesse momento fiquei brava com seu pai e como ele podia sumir daquele jeito.

- Ele não está bravo com você, como você mesmo disse, ele só está preocupado – Sorrio e ajeito a manta que a cobria – Ele passou a noite inteira com você, creio que está comendo. Falando nisso, você tem que tomar seu café da manhã.

Charlotte procura algum relógio da sala, mas não acha e então pega minha mão e confere meu relógio de pulso. O que ela estava fazendo?!

- Não está na hora ainda – Ela aponta para o relógio – Tem que ser quando estiver no 8.

Sorrio com seu jeitinho, mas fico pensando se sua alimentação era bem regradinha assim, sabia que a Asma também poderia ser atacada por causa de alguns alimentos, mas não sabia se esse era o caso dela. Precisava conversar com Jessica ou com o pai dela.

- Vou procurar seu pai e dizer que já acordou, tudo bem? – Ela assente com a cabeça e sorri.

- A tia Jess também está aqui? – Ela pergunta e acredito que se referia a Jessica.

- Se eu encontra-la no caminho, vou pedir que venha te ver também – Ela assente a cabeça novamente e fita a televisão que agora tinha no quarto.

Não tinha visto seu pai no caminho até o quarto que Charlotte estava e Jessica tinha ido para casa na madrugada, mas daqui a pouco estaria aqui, se já não estivesse. Ando por uma parte do hospital, mas não tão distante do quarto dela, esperava que ele não se afastasse tanto de sua filha.

Lá estava ele.

A luz da janela ajudava a realçar as características que eu não tinha notado nele ainda, o loiro de seu cabelo era mais escuro que o da sua filha e ele tinha os mesmos olhos azuis, mas pareciam mais claros hoje. Derek já não estava com a calça jeans e a camiseta de ontem, ele estava bem alinhado com uma roupa social que fazia jus ao seu corpo.

Ele claramente estava irritado e tenso quando seguia de um lado para o outro com o celular em seu ouvido, não pude evitar pensar que ele parecia ainda mais sexy daquela forma.

Toc toc

Tomo coragem e bato de leve na porta da pequena sala onde estava, mas se tinha ouvido, não se importou nenhum pouco com minha presença, então resolvo entrar.

- Ele já vem causando o mesmo problema nos dias anteriores – Ele diz irritado e só então me fita quando vira para porta – Vou resolver isso quando eu chegar.

Tenho certeza que a outra pessoa não teve tempo de responder antes de Derek desligar o celular e desliza-lo no bolso.

- O que você quer? – Ele diz e me encara seriamente.

Oh ele já tinha me irritado com seu jeito.

- Estava querendo que o pai da minha paciente estivesse com ela nesse momento e não pendurado no celular – Digo frustrada e não dou tempo de ele retrucar – Creio que ela seja mais importante do que qualquer assunto, ela não precisava ter que acordar sem o pai no quarto.

- Talvez você devesse cuidar mais da sua vida, Doutora! – A raiva estava bem evidente em seu rosto e ele anda lentamente em minha direção, mesmo convivendo com uma boa parte de homens, por um instante eu temi aquele olhar. Seu corpo chegou bem perto do meu e tinha que me controlar para que ele não notasse meu pequeno pânico – Não acho que Jessica te colocou aqui para meter seu nariz onde não deve, então apenas faça seu trabalho e não fique no meu caminho.

Sem me olhar novamente, ele sai disparado da sala e me deixa ainda sem fôlego. Odiava como me sentia naquele momento e como o deixei me afetar tanto daquela maneira.

Respiro fundo e decido ficar naquela sala por mais alguns minutos, meu plantão já tinha acabado e só precisava de força para sair daquele hospital o mais rápido possível, Derek Branson realmente tinha me afetado.

Bom dia!!

De volta com mais um capítulo e esse não foi muito grande, perdoem. Mas deu para conhecer um tantinho mais de Charlotte e seu pai.

Não esqueçam de votar e comentar, isso me ajuda muito e fico sabendo do que estão gostando.

Obrigada!
Volto em breve. Beijos ❤️😘

Hello Doc.  • Concluída •Onde histórias criam vida. Descubra agora