Capítulo 31

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-Que bom que já se instalou Briana! – Rute disse olhando para o quarto inteiro.

-As garotas não foram muito receptivas comigo... – Briana disse e Beth a olhou imediatamente – Mas não posso culpa-las... Todas nós estamos passando por momentos difíceis – Briana sorriu doce e eu suspirei fundo para não falar algumas verdades para Rute.

-Garotas, por favor... Sejam mais gentis com a Briana, afinal, vocês são todas irmãs, irmãs unidas por Deus – Rute disse nos olhando – Vamos deixar as brigas de lado, okay?

-Não as culpe Rute, eu sei que estão sofrendo... – Briana me olhou discretamente e eu a fuzilei com o olhar – Sei que seus corações e suas intenções são puras, isso que importa.

-Fico feliz que tenha essa mentalidade Briana – Rute disse sorrindo – Você está realmente entendendo agora o que é ser uma freira, e isso é admirável!

-Me poupe! – Beth disse baixo olhando para mim, e eu balancei a cabeça.

-(S/n)! – Rute disse e eu olhei para ela imediatamente – Eu sei que as coisas estão bem agitadas nessa semana, mas a Madre Marta decidiu que você deve voltar o quanto antes para as aulas de administração com ela – Rute fez uma pausa – Eu fui contra a ideia, mas a Madre Marta foi irredutível!

-Eu... – eu disse, mas fui interrompida pela Briana.

-Você devia ir (s/n)! – Briana disse e eu a encarei – Madre Marta sabe das coisas, se ela deseja isso, deve valer a pena – Briana disse e Rute sorriu orgulhosa, o que me deu tédio.

-Vai (s/n)! Talvez assim você consiga conversar ou descobrir algo sobre a Bel – Beth disse baixo e eu assenti.

-Tudo bem... – eu disse e, eu e Rute fomos para a sala da Madre Marta.

Quando entramos lá, Madre Marta não estava e Rute precisou sair para atender um telefonema. Fiquei sentada no sofá por um curto período, até ir até a janela e olhar a vista. Havia umas freiras sentadas na grama num círculo e a Rute estava perto da saída do convento no telefone.

Aproximei-me da mesa da Madre Marta e percebi que uma das gavetas que sempre ficava fechada estava aberta, então, fui até a porta, me certifiquei de que ninguém estava vindo e olhei cuidadosamente nos papéis que haviam ali, para por eles no mesmo lugar logo após que eu os olhasse. Depois de tirar uns documentos, acabei encontrando três calendários diferentes com anos diferentes. O primeiro calendário tinha uma foto, e nele reconheci algumas pessoas como, Madre Celina, Madre Marta, Madre Cristina, Rute, e por mais surpreendente que fosse, Padre Estevan também estava na foto, sendo um dos homens entre os outros nove.

Olhei mais cuidadosamente, mas não consegui reconhecer mais ninguém. Olhei para a parte inferior da foto e nela estava escrito "1995, Obrigada Deus por mais um ano abençoado", pelas minhas contas, nessa foto, Madre Marta tinha vinte anos. Olhei para o outro calendário, era muito semelhante ao primeiro, mas só trocava a data por "1996" e, nesse calendário, Padre Estevan estava olhando para Madre Marta, e não para a câmera, o que me deixou um pouco curiosa sobre tal ação. Depois, olhei para o terceiro calendário, era o mesmo formato, além da data ser um ano mais avançado que o segundo, Estevan e Madre Celina não estava na foto, então deduzo que ela já havia morrido quando essa foto foi tirada.

Ajeitei os calendários novamente no mesmo lugar, e quando eu fui pegar os papéis, um deles caiu no chão, então eu me abaixei para pegar e quando eu olhei para o papel a mostra sobre a mesa, vi um recibo, grampeado a um comprovante de entrega, e o peguei para olhar mais cuidadosamente. Comecei a passar os olhos sobre o papel quando eu leio o nome "Hospital La Aitana", era o hospital filiado a igreja do México, que a Bel seria mandada.

Comecei a ler mais atentamente, comparei o recibo ao comprovante e entendi a situação. Uma grande quantidade de sedativo foi comprada no Chile, e enviada para esse hospital, por meio da nossa igreja. Não consegui entender para qual finalidade Madre Marta comprou esses remédios, mas não me importei muito, talvez fossem problemas financeiros desse hospital.

Olhei os outros papéis e não achei nada interessante, até abrir uma pasta e ver um papel escrito com uma letra cursiva, um pouco difícil de ler, mas não impossível.

"Desculpe por ter aceitado essa situação de tão boa vontade, mas assim como eu, você sabe que foi melhor para nós dois."

Olhei o verso do papel mais não tinha mais nada, comecei a abrir todas as pastas em busca de mais alguma coisa, mas eu só encontrei mais um bilhete, com a mesma letra escrita.

"Suma com todas as provas, deixarei um plano no edifício de administração, na sala nove, naquele mesmo lugar."

Cada vez mais, aqueles bilhetes me intrigavam. Depois de ter guardado tudo, olho pela janela e Rute não estava mais lá, então, me sentei no sofá e espero pela sua chegada.

-(S/n)! – Rute disse abrindo a porta – Surgiu um compromisso e Madre Marta não poderá vir, está liberada!

-Tudo bem! – eu disse sorrindo e saí da sala.

Continua...

Meu Maior Pecado (Imagine Jungkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora