Boa leitura!
JADE
Fred baixa a cabeça por alguns segundos, respira fundo e, em seguida, olha para todos nós, antes de falar:
— Não posso assumi-la como mulher, porque não a amo. Meu coração pertence a outra pessoa.
vejo seu olhar se direcionar à mim. Rapidamente, Júnior reage as palavras de Fred, seu semblante, antes sereno, torna-se apreensivo. Ele junta as sobrancelhas e coloca as mãos no bolso.
O ar torna-se tenso e pesado. O silêncio do quarto é tão inquietante, que passa a incomodar. Inspiro, discretamente, puxo uma das mãos de Júnior, que estava enfiada em seu bolso, e seguro-a firme. A sua mão está fria e suada, só tinha visto ela assim no dia do velório de Dona Nilza, em que ele livrou-me das mãos e dos beijos forçados do Fred.
Sei do esforço que Júnior está fazendo para controlar-se, pois seu ciúme por mim é tão real como o ar que sinto entrar pelas minhas narinas agora, como o chão que sinto em meus pés, como as luzes das estrelas no céu. O Fred só pode ter perdido o juízo ou então desistiu de viver, porque se a sua boca ousar em dizer que essa mulher, que seu coração ama, sou eu... em alguns minutos, será um homem morto.
Lembro muito bem das últimas palavras do Fred, quando levou o tiro, antes de desmaiar no colo da minha mãe. Ele disse que me amava, que sempre me amou e que queria o meu perdão. Pois bem, meu perdão ele sempre teve e terá, porém o meu amor... esse não pertence mais a ele.
Conduzo meus olhos para Júnior e percebo seu rosto pálido, e a sua respiração pesada. Imediatamente, entrelaço meus dedos nos dele e me aproximo mais do seu corpo. Ele não tira, em momento algum, seus olhos de Fred.
Clarice, percebendo a atitude ousada do seu irmão e os olhos enciumados de Júnior, tenta amenizar a situação:
— Assim como o bebê, a Isabela terá total assistência da nossa família. Não é Fred?! — ela indaga, com a voz firme e olhando seriamente para ele, explicitamente chateada com o clima que ele criou.
— Sim. — Fred responde, quase inaudível, de cabeça baixa.
— E vocês dois... quando casam? — Clarice pergunta, olhando para mim e Júnior, com um largo sorriso no rosto.
— Daqui a um mês. Vou deixar o convite com você, antes de irmos embora. — respondo, retribuindo seu imenso sorriso — Não vemos a hora desse dia chegar... não é meu amor. — digo, levando meus olhos para Júnior, que sorri e olha-me carinhosamente.
— Ótimo! Pela data o Juan já estará de volta ao Brasil. — Clarice diz, animada com a volta do seu esposo da França.
Ela contou-me da viagem dele, quando eu ainda estava no hospital. Disse que ele precisou viajar para resolver algumas coisas da sua empresa e visitar seus pais, pois a permanência deles no Brasil precisou ser prolongada, devido aos últimos e inesperados acontecimentos.
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Deixa-me te amar!(Finalizada)
Romance#18 em romance - 15/09/17 #25 em romance - 06/01/18 Jade Spencer é uma jovem médica de 32 anos que batalhou muito para chegar onde chegou. Vindo de uma família humilde, seus pais a educaram de forma rudimentar. De uma personalidade branda e passiva...