58-Caminhos Traçados.

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Boa Leitura!

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ISABELA

— Já fiz muitas maldades com pessoas que não mereciam. Eu não mereço viver, Doutor Lucas. — desabafo, de cabeça baixa.

— Eu não sei se mereç... — sinto sua boca tocar a minha lentamente, me fazendo calar. A sensação é que estava sendo beijada pela primeira vez. A nova Isabela, como ele disse, estava sentindo a pureza de um verdadeiro amor. Sem ciúmes, possessividade ou maldades. Demoro para retribuir o seu beijo, mas, logo, o faço.

Segundos depois afasto um pouco meus lábios do dele e inspiro devagar a procura de ar. Seus lindos olhos me fitam em silêncio, enquanto suas mãos tocam carinhosamente meus cabelos. Seu beijo, seu toque faz meu coração bater mais rápido, e, sem que eu controle e sem saber o porquê, um medo invade-me bruscamente, junto com turbilhões de pensamentos contrários. Em uma ação inesperada, afasto-me rapidamente dele e me retraio para o espelho da cama.

— Afasta-se de mim, Dr. Lucas. — peço, explicitamente nervosa — Eu não sou uma boa pessoa e ninguém consegue me amar. — digo, olhando assustada para ele. 

— Isabela, fique calma... sim? — ele pede, com as duas mãos levantadas e se aproximando calmamente — Só precisa respirar devagar, compassadamente. — ele tinha me ensinado essa técnica, para controlar minhas crises de ansiedade.

— Eu não estou conseguindo... eu não consigo controlar. — digo, desesperadamente. Minha respiração se intensifica, meu peito sobe e desce rapidamente, um suor frio e repentino toma todo o meu corpo, minhas mãos adormecem e perco o total controle dos meus pensamentos.

— Isabela, olhe para mim e faça o que eu fizer. — ele pede, colocando as mãos em meus ombros e ficando com o rosto bem rente ao meu — Respire devagar! — ele tira as mãos dos meus ombros e segura firme a minha cabeça. Olha dentro dos meus olhos e começa a inspirar forte soltando o ar pela boca — Faça o que estou fazendo! — ordena, repetindo a mesma ação por duas vezes.

— Eu não consigo! Eu não vou conseguir! — confesso, chorando. A angústia me sufocava, parecia um compressor passando por cima do meu peito.

— Isabela! — chama meu nome com o tom mais forte na voz — Precisa tentar.

Aceno que sim, com as lágrimas caindo dos meus olhos sem controle. Lentamente, encho meus pulmões e solto o ar pela boca.

— Isso! Isso! — Doutor Lucas diz, encorajando-me.

Repito a mesma ação por várias vezes, mas não percebo nenhuma melhora. Logo, bate-me uma aflição, uma agonia, meu coração passa a pulsar mais rápido. A sensação de morte me toma e eu entro em total desespero.

 — Eu vou morrer! Não me deixe morrer, Dr. Lucas. Meu filho... por favor... salve o meu filho! — soluço de olhos fechados e com as mãos em minha barriga.

Deixa-me te amar!(Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora