27- Distância.

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Nenhuma distância

é capaz de separar

nossos sentimentos.

Boa leitura.

Boa leitura

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JADE

Escuto o barulho do portão se abrir e fechar.

— Não me diga que está chorando por aquilo de novo? — meu pai pergunta, assim que entra na sala — Meu amor precisa superar isso. — levanta ela pelo braço e a braça.

— Mas...ela era a minha irmã e não consegui achar a minha sobrinha. — fala abraçada ao meu pai — Eu prometi a ela...eu prometi a ela... — repetia em prantos.

— Pai aonde a mamãe guarda os calmantes? — falo enquanto caminho rápido para o quarto deles.

— Dentro do guarda-roupa numa caixinha azul pequena na porta do meio. Verá logo, assim que abrir. — diz ainda abraçado a ela.

Entro no quarto, tiro um comprimido da caixa, ainda fechada, pego um copo com água na cozinha e vou em passos largos para a sala.

— Isso vai te deixar mais calma mãe! — coloco o comprimido em sua boca e o copo com água em sua mão — Beba. — peço, segurando em seu braço e levantando o copo em direção a sua boca.

Desde que eu era muito pequena a vejo sofrendo por isso. Na verdade, cresci presenciando suas crises de choro, suas noites de insônia, e suas idas a psicólogos e psiquiatras. Ela nunca se conformou por não ter conseguido achar a minha prima.

Mesmo tendo apenas cinco anos, lembro muito bem do telefonema que mudou a vida da minha família. Era uma noite de Natal, estávamos reunidos, sentados à mesa, depois de uma divertida e alegre troca de presentes.

Eu, meus irmãos e meus primos brincávamos com os brinquedos que tínhamos acabado de ganhar, meus pais esbanjavam alegria conversando com os meus tios. Tudo parecia perfeito, até o telefone tocar e o meu pai ir atender, a ligação era do hospital.

Vi a magia e a alegria do natal dá lugar a tristeza em frações de segundos. Deixei no chão a boneca que tinha acabado de ganhar e corri para abraçar a minha mãe. Não sabia o que estava acontecendo, mas vê-la chorar descontroladamente me fazia sentir que tinha acontecido alguma coisa muito ruim.

Todos correram para o hospital, menos meus tios por parte do meu pai. Minha tia Sandra, irmã mais nova dele, se apressou para colocar as crianças para dormir. Lembro que eu e os meus irmãos dormimos chorando, cada um em sua cama.

Na manhã seguinte, nossa mãe nos chamou até o seu quarto e nos contou que a sua irmã mais nova tinha aparecido, depois de quase dez anos desaparecida. Que ela tinha fugido, ainda adolescente, com um homem mais velho, que tinha tido uma filha e que breve teríamos uma priminha morando conosco.

Deixa-me te amar!(Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora