Prólogo

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J o r g e



O cassino está cheio como de costume ,o lugar cheira a charuto e uísque caro. As pessoas estão animadas e falantes, hoje será um dia de sorte para mim.
Em minha frente sinto o cheiro agradável de vodka ,trago o copo até mim e bebo tudo em um único gole.

A mesa da roleta chama minha atenção ,um rapaz de aparência jovem e bem vestido sorri largamente para o amigo após ganhar a partida ,pegando todas as fichas do homem que jogava com ele.

Pego meu copo e ando na direção deles ,os dois estão distraídos conversando mal perceberam quando me sentei ,só me deu atenção quando comprei minhas fichas 850€, uso o dinheiro do aluguel mais sei que consigo aumentar mais esse valor.

-Vamos se divertir companheiros -Os dois me olham sem reação ,O homem bem vestido apenas dá de ombro colocando 150 no centro da mesa.

-Cor? -O homem que comanda a mesa pergunta para mim.

-Vermelho.

Sinto minha voz trêmula e sei que o álcool está subindo.

A pequena bolinha é solta ,sigo-a com os olhos vendo parar no número 9 Vermelho ,Dou um sorriso sentindo a energia boa da vitória sobre aquele rapaz, para comemorar tomo a dose toda sentindo meu estômago queimar.
O homem me observa, sua postura está relaxada enquanto carrega um pequeno sorriso no canto dos lábios, seu amigo retorna a mesa entregando um copo com uísque e gelo.

Segunda jogada no valor de 200. O homem que comanda pergunta para ele que Cor ele quer ,sem dar muita importância escolhe a cor Preta.
O som está em uma altura que não consigo escutar o que tanto eles conversam. Fico tão focado em saber o assunto que nem reparei quando a bolinha caiu no número 24 Preto.
Ele olha pra mim levantando o copo em ato de comemorar a vitória.
Meu sorriso é fraco. A aposta aumenta apenas 50 , tenho o valor apenas da minha última partida pelo menos deu pra me divertir um pouco ,mas sei que estou com sorte hoje queria poder arriscar mais, A música para por um tempo então consigo escutar sobre oque eles falavam.

-Descobriram que a menina comentou com uma amiga da escola sobre o acordo ,temos que descartar a hipótese de ser ela.

-Preciso de uma noiva logo -Ele bufa.

O moço anuncia a terceira jogada no valor de 250, agora é minha vez de escolher, penso em minha falecida esposa e de como adorava vê-la grávida usando aquele vestido vermelho-vermelho.

Sinto minhas mãos trêmulas ,preciso ganhar essa partida, esse homem não tá nem aí se está perdendo ou ganhando, mais eu sim ,preciso desse dinheiro.

Dou azar novamente com a bolinha caindo na cor preta ,sinto todo meu corpo gelar por uns minutos e fico sem reação de como foi fácil perder meu dinheiro nessa brincadeira. Minha atenção é voltada ao amigo dele que propositalmente assopra a fumaça do charuto em mim ,me fazendo tossir.

-Quer tentar mais uma companheiro -Sinto o deboche em sua voz ,De amedrontado passo para corajoso respondendo sua pergunta com uma firmeza que não tenho -Vou tentar a última da sorte.

-Não seja tolo ,o senhor não tem nada mais para oferecer.

Pego a carteira vazia no bolso da calça ,tirando a foto de Candice e coloco no centro da mesa. Ele pega a foto e observa antes de voltar sua atenção para mim.

-Você precisa de uma noiva e eu do dinheiro ,Então vamos barganhar - incrédulo ele fala.

-O senhor é desprezível querendo oferecer uma menina ,na mesa de jogo para se auto beneficiar.

Fico em silêncio apenas observando ambos se entre olhar ,a foto da minha doce filha permanece sobre o olhar deles.

-Quanto o senhor quer ?

-60.000€

-tem certeza do que está fazendo ? - Ele arqueou a sobrancelha -Depois que assinar ,não vai conseguir voltar atrás.

Apenas confirmei com a cabeça ,ele pega uma pasta e coloca sobre a mesa tirando um papel ou melhor um contrato - assine aqui.
Fala me entregando uma caneta dourada assino e logo em seguida o mesmo pega a caneta e me entrega um cheque.

-Foi bom fazer negócios com você ,diz pegando a foto de Candice -Os dois levantam e saem em direção a porta do cassino.

Abro o cheque vendo o valor e sorrio ,quanto dinheiro. O homem que comandava a mesa é a única testemunha do que acabei de fazer e apenas balança a cabeça em negativo.

Me levanto e pego a última dose saindo do hotel ,pelas ruas de paralelepípedo saiu assobiando e cantarolando uma canção antiga ,dobro algumas esquinas mas antes que pudesse chega em casa um carro preto começa me seguir ,escondo o check no fundo do bolso e começo acelerar os passos ,mas o carro para na minha frente e devagar ele abaixa o vidro.

-Está feliz Jorge ,espero que seja porque está com meu dinheiro -O homem que fala comigo e o agiota que devo desde o ano passado.

- Estou dando um jeito nisso Moraes -ele põe o dedo indicador sobre os lábios mandando eu ficar quieto -PÁ!!!

Ele grita me fazendo assustar e me afastar ,olho para os dois lados assustado e a rua está vazia e agora o que vou fazer ,se eu entregar o check com valor cheio ,vou ficar sem o do aluguel. penso em correr mais o mesmo desce do carro com uma arma apontada para minha cabeça.

-Você me fez perder bastante dinheiro Jorge e isso eu não aceito.

coloco a mão na frente tentando o impedir mas o mesmo dispara duas vezes, sinto minha mão doer e meu peito arde.
Ele entra no carro às pressas me deixando aqui no chão sangrando ,tento me levantar mais está doendo muito sinto minhas pálpebras pesaram e a única coisa que vem na minha mente e Maribel sinto que agora vou ao seu encontro amor.


Senhora Campbell -O contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora