P.O.V Gayoon
Eu nunca fui fã de filmes de terror. Sempre tive um certo medo e odiava levar sustos. Hoje não seria diferente: passei quase o filme inteiro agarrada ao braço esquerdo de Taehyung de uma maneira tão complicada que, quando o filme acabou e eu fui tentar me "desgrudar" dele, a tentativa de desenroscar nossos braços foi constrangedora e difícil.
Ele não disse nada sobre isso, o que, para mim, foi um alívio.
Na saída do cinema, compramos chocolates e fomos caminhando enquanto comíamos, até a minha casa.
Falamos sobre o filme também, mas não muito. A história em si nem era tão assustadora, o problema era que a cada 5 minutos a música diminuía e então, do nada, surgia algo na tela com um estrondo, fazendo todo mundo pular das cadeiras.
Quando chegamos à porta de minha casa, Taehyung disse um "até mais" e me abraçou.
Eu me virei e entrei em casa, enquanto Taehyung seguia seu caminho pela rua.
O problema foi quando eu fiquei de costas para a porta, encontrando um pai com uma cara muito brava e um relógio em mãos.
– Já são quase 22:30h!
– Ah, eu não vi, me desculpe! – falei um pouco assustada e meio receosa.
– Desculpas, nada! Você disse 22h!
– Eu sei, mas até caminhar de volta levou mais tempo do que eu esperava...
– Escuta aqui! Eu não quero saber como foi, nem nada. Só sei de uma coisa: eu não confio nesse tal Taehyung. Você está proibida de sair com ele por 1 semana. – falou sério, me encarando – Agora já pro seu quarto, e durma!
– Como se eu saísse de casa... – foi só o que consegui responder, com um tom meio morto, porém enfurecida por dentro.
Eu passei por ele e subi as escadas, entrando em meu quarto e fechando a porta, ouvindo ele gritar um "não me responda!".
Eu me joguei em minha cama, do jeito que estava, e fechei meus olhos.
Coisas desse tipo me irritavam, e muito. Eu nunca saía de casa, não tinha amigos e jamais desobedecia regras. Mas era só um detalhezinho sair do padrão e a culpa era totalmente minha.
Parece que era um karma. "Não tenha amigos", "não saia", "não viva por você". Isso tudo me sufocava.
Senti as lágrimas de raiva e chateação se formarem atrás de meus olhos e tudo o que pude fazer foi abri-los para que elas se libertassem.
Eu me virei para o lado e fiquei pensando sobre tudo. Acabei não percebendo que havia adormecido.
O domingo foi tristonho e vazio. Nada aconteceu.
Nós tivemos um almoço em família e depois cada um seguiu seu rumo, seja assistindo TV ou ouvindo músicas tristes nos fones de ouvido.
Eu nem tive notícias de Taehyung e preferia assim. Eu estava machucada internamente e sem humor algum para conversar, mesmo que por mensagem.
Durante a noite, tive muitos pensamentos acumulados e demorei para conseguir realmente dormir.
No dia seguinte, me levantei normalmente e segui a rotina de sempre, indo estudar.
Eu passei pela portaria da escola, tranquilamente, e caminhei até a sala de minha primeira aula.
Mesmo meio cansada, consegui me concentrar na aula e, quando estava indo para a próxima sala, encontrei Taehyung sentado no chão, apoiando as costas na parede, em um corredor. Ele parecia cansado.
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Seoul Problems
FanfictionNah Yoon Min, aos 15 anos, começo do Ensino Médio, cidade nova, escola nova, social nova. Chiharu Shinozaki, 18 anos, nada sociável devido à não ser totalmente fluente em coreano, a atleta que só dá mancada e se mete em confusões. Seo Gayoon, 15 an...