P.O.V 》Chiharu Shinozaki《
E lá íamos nós para mais um dia de aula, mas sem duvida estava morrendo de curiosidade de ouvir Hoseok declamar poesia.
Cheguei na sala com pressa, antes de todo mundo de novo, e ao que parecia, achei que meu motivo ia faltar de tanto tempo que demorou a dar as caras por ali, mas mau colocou os pés pra dentro e a professora o chamou para cumprir sua promessa.
No instante que Hoseok começou a citar os primeiros versos da poesia, eu fiquei muito assustada. Ou talvez admirada. Era do meu autor favorito.
Fiquei hipnotizada o olhando como se ele fosse o centro do universo bem ali no meio da sala. ''O meu autor, preferido'' disse a mim mesma, sentindo meu coração descompassado, ''O Poe não, como isso é possível?''.
- ''Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.''Hoseok declamou com calma, e sua voz doce recitando aquele poema foi com um soco no meu estômago.
Alguma coisa em sua aparência lá em frente a turma me chamava muita atenção. Alto, aparente e razoavelmente forte, com a postura perfeita, e os cabelos tingidos ruivos bagunçados caiam no rosto em varias ondinhas. As maçãs do rosto eram salientes, e ainda mais quando ele sorria, o que era constante, e mantinha o rosto erguido, deixando seu nariz anguloso arrebitado ao nos encarar de cima. Ele não parecia precisamente alguem certinho, apesar do ar de arrogância notável, vestia um jeans claro, blusa listrada que parecia bem confortável e um tênis discreto. Mostrava-se totalmente à vontade com o fato de ser ele mesmo sem um uniforme. E reparei assim que ele voltou para a carteira, que seu andar esbanjava confiança, como alguem que se considera acima das regras.
Não tinha como negar: Jung Hoseok era lindo.
O olhar orgulhoso dele encontrou o meu outra vez quando voltava até a carteira, e o vi dar um sorrisinho ao notar que eu estava de admirada olhando pra ele.
- Alguém que possa nos dizer quem é o autor em questão ou que saiba terminar este poema? - a professora disse me tirando do meu devaneio, e eu levantei a mão rapidamente - Estão me surpreendendo cada vez mais!
- É ''Só'', de Edgar Allan Poe, senhora. - eu disse da minha carteira, com medo de levantar, mas o fiz pra não ficar com má postura - E termina com...
''Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadenar-me, o meu mistério...''Então percebi a besteira que tinha dito, parando de recitar no fim dele, e Hoseok não perdeu tempo de rir de mim.
- Acho que quis dizer ''encadear'', com sentido de cadeado, não de caderno, fofa. - ele ria me encarando com reprovação, de braços cruzados ao peito.
- Não enche. - resmunguei me sentando emburrada por a turma começar a rir em seguida.
- Ei, silêncio, garotos! Isso não é engraçado! - a professora chamou a atenção de todos, que não desgrudavam os olhos de mim - Menos cinco décimos na sua nota, senhor Jung.
E ao dizer isso, a turma todo parou as gargalhadas e se silenciou por medo de também perderem nota. De canto de olho vi que Hoseok revirou os olhos, bufando. Internamente eu queria muito rir da cara dele.
- Você me paga. - ele disse baixinho no meu ouvido assim que a professora virou de costas.
- É mesmo? - respondi no mesmo tom, me reclinando pra trás.
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Seoul Problems
FanfictionNah Yoon Min, aos 15 anos, começo do Ensino Médio, cidade nova, escola nova, social nova. Chiharu Shinozaki, 18 anos, nada sociável devido à não ser totalmente fluente em coreano, a atleta que só dá mancada e se mete em confusões. Seo Gayoon, 15 an...