P.O.V. Seo Gayoon
Caminhando até a escola, minha cabeça estava cheia de pensamentos. Eu sempre ia a pé, já que a escola ficava ligeiramente perto de casa, e meus pais usavam o carro para ir trabalhar.
Quando fui diagnosticada com depressão, meus pais entraram em choque. É normal, e eles não esperavam isso, afinal, eles sempre se dedicaram aos filhos, e se sentiram culpados, mas a culpa não é deles, isso é um problema meu. Nunca me decepcionei, realmente, com minha família, mesmo que, às vezes, eles exagerem, eu sei que é por preocupação e a pressão financeira que estamos passando.
Tenho medo de estar jogando nosso dinheiro fora com meus remédios e eles não servirem pra nada, mas minha mãe faz questão de comprá-los, por medo de que eu tenha uma crise, talvez, e acabe fazendo alguma besteira. No fim, é para o meu bem.
O real obstáculo da minha vida era simples: escola.
Aquele lugar é cheio de adolescentes (e crianças) mesquinhos e arrogantes, que formam seus grupinhos sociais e julgam aqueles que não se acharam em nenhum deles, que, no caso, sou eu.
Já tive várias amigas quando mais nova, mas nenhuma dessas amizades durou. Na verdade, haviam ciclos: eu ficava amiga de algumas pessoas que também eram excluídas, então elas ficavam mais populares e me abandonavam. Chegou uma hora em que eu desisti, e decidi esperar que alguém "me resgatasse", como eu fiz com aqueles todos. Estou até hoje esperando.
Sobre garotos, namorados e o amor, não há o que me peguntar.
Estava perto da entrada da escola e, cada vez mais, aumentava o número de pessoas na calçada.
Eu odiava os horários de entrada e saída. Era muito movimentado e eu não gosto de esbarrar nas pessoas, nem de multidões. Os intervalos, eu suportava.
Quando já estava quase dentro da escola, um garoto falou alto "olha lá, é a estranha!" e seu grupo de populares e babacas deram risada.
Eu continuei, normalmente, meu caminho até a sala de aula. Já estava acostumada.
Entrando na sala, fui direto para o fundo, pela fileira da parede oposta, e me sentei na última cadeira, que era onde eu sempre me sentava, ao lado da janela.
Assisti ao primeiro período de aula, tentando me concentrar ao máximo, até que tocou o sinal do intervalo.
Como precisava me alimentar, fui até a cantina para comprar alguma coisa. Eu não gosto muito de sair da sala, mas, às vezes, eu preciso lidar com isso.
Enquanto esperava na fila, ouvi partes de conversas aleatórias. Eu gostava de ouvir a conversa dos outros, era divertido, e eu sempre acabava sabendo alguns segredos de pessoas desconhecidas. Com o tempo, eu acabava conhecendo um pouquinho de cada pessoa ali. Quem sabe eu não encontrava alguém legal de verdade?
- Você viu que tem uma aluna estrangeira aqui de novo?
- Cara, eu ainda não vi, ela é bonita?
Um grupinho de garotos estava falando.
- Não sei, eu só ouvi falar. Mas sei que é japonesa.
- Eu espero que ela seja bonita...
- Ei, eu vi primeiro!
Que idiotas... Espero que eles não encontrem a tal estrangeira!
Depois de comprar meu lanche, me sentei em um banco e fiquei observando as pessoas, meio perdida em pensamentos aleatórios, enquando comia e, quando acabei, voltei para a sala.
Quando o horário de aula da manhã acabou, fui almoçar em um restaurante e lanchonete que havia perto da escola, sozinha, como sempre.
Eu até poderia almoçar em casa, mas teria que fazer a comida e não iria dar tempo, então acabava ficando pela escola mesmo.
Depois disso, voltei para a escola e fui me inscrever em um clube, já que ainda não tinha me inscrito e as atividades já começavam hoje. Acabei por escolher o de música.
Quando a aula da tarde acabou, às 15 horas, guardei meu material e fui em direção à sala do clube de música. Como eu sempre estudei lá, conhecia bem o local, e os clubes ficavam em outros blocos da escola, separados das salas de aulas normais.
O corredor estava bem cheio, com vários alunos andando pra lá e pra cá, procurando suas salas, quando senti um forte esbarrão no meu ombro.
Percebi que o garoto havia vindo correndo, e nossos corpos acabaram se chocando. Por causa do impacto, seu braço se enroscou ao meu e nós acabamos indo para o chão. As pessoas continuavam passando a nossa volta, ignorando.
- Oh, me desculpe! Eu estava correndo e não deu pra desviar.
Finalmente, o olhei nos olhos. Sua pele era mais morena que a maioria dos outros alunos, seus cabelos e olhos eram castanhos, e ele usava um alargador, pequeno, em uma das orelhas.
- Ah, tudo bem...
Ele recolheu meus cadernos que haviam caído da mochila e me entregou sorrindo fechado, resultando num eye smile espontâneo, tentando ser simpático.
- Obrigada!
- Oh, eu preciso ir! - ele se lembrou com surpresa - Me desculpe, novamente!
Ajeitou sua mochila nas costas e voltou a correr, na direção oposta à minha.
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Espero que estejam gostando da história por enquanto ^^
BeijinhosBy dorminyoongi
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Seoul Problems
FanfictionNah Yoon Min, aos 15 anos, começo do Ensino Médio, cidade nova, escola nova, social nova. Chiharu Shinozaki, 18 anos, nada sociável devido à não ser totalmente fluente em coreano, a atleta que só dá mancada e se mete em confusões. Seo Gayoon, 15 an...