Capítulo 9 - Um Novo Desafio

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O sol da tarde estava especialmente quente aquele dia. O ar estava úmido, o que deixava toda a arena abafada, além do vento que por ali passava carregar um pouco da poeira do local. Angelo já segurava firmemente sua espada, enquanto Drake olhava para as duas figuras paradas ali no meio do coliseu. Será que eles são mais dois desafiantes do que quer que vamos enfrentar aqui ou... Eles são o desafio? Pensava ele. Mesmo que ele forçasse a vista, por causa da posição do sol, apenas conseguia ver que um deles era mais alto que o outro. Logo, um homem baixo e com uma barriga proeminente, olhos estreitos e lábios finos torcidos em um sorriso sarcástico que estava sentado em uma cadeira elevada em uma posição de destaque do coliseu se levantou e elevou uma mão, fazendo toda a plateia silenciar.

– Hoje! – Começou ele. – Dois estrangeiros resolveram enfrentar a nossa mais amada dupla no coliseu! Acham que eles tem alguma chance? – Toda a plateia fez um coro vaiando, o que fez o homem gargalhar. – Então o que estamos esperando? QUE A LUTA COMECE!

E antes que Drake pudesse processar completamente a informação, Angelo já estava correndo em direção aos dois que ali estavam. A figura mais alta logo começou a correr na direção de Angelo com grande velocidade, acertando a barriga do mesmo com um chute desviando de uma estocada do meio elfo e com isso o arremessando para trás, perto de onde Drake estava. Ele logo se levantou e colocou a mão na barriga, com uma cara de dor. Drake suspirou e viu que tinha que fazer alguma coisa, ao que a sua pulseira emitiu um leve brilho, que perdurou por muito tempo. A figura mais alta agora estava mais próxima, indo lentamente em direção de Angelo segurando uma arma longa de metal com uma lâmina em sua ponta, uma alabarda. A segunda figura ainda não tinha se movido. Drake ficou parado, a analisar a situação, mas Angelo que já aparentava estar irritado fez menção de começar a correr novamente e Drake o segurou pela camisa.

– Eu tive uma ideia. Corra pelo outro lado da arena, precisamos ir para o outro lado.

– E como isso vai nos ajudar? – Retrucou Angelo.

– Confie em mim.

Após isso, Drake começou a correr para ir para o outro lado da arena, indo o mais perto da parede possível, Angelo respirou fundo pra tentar controlar a raiva e logo começou a fazer o mesmo pelo lado contrário, sendo perseguido pela figura mais alta, que logo o alcançou e o golpeou por trás de suas pernas com a haste da alabarda, mas o jovem enali pulou para esquivar desse golpe e se impulsionou pela parede dando um segundo pulo para ir mais para frente e assim conseguiu se distanciar. Drake ficava observando ambos enquanto corria, analisando os movimentos do adversário. Parece que ele não quer matar, mas sim machucar... Pensava durante sua corrida e então, subitamente, ele sentia um golpe em seu peito que o fazia cair de costas no chão e, mesmo um pouco atordoado, sentia alguém colocar o pé em seu peito. Logo, Drake procurava olhar quem era que ali estava e via a segunda figura um pouco mais claramente agora, conseguindo enxergar apenas uma silhueta de longos cabelos loiros acinzentados. Mas antes que pudesse ver o rosto dessa pessoa, ele via ela se abaixar rapidamente e sentia uma lâmina perfurando o flanco direito de seu abdômen verticalmente, causando uma dor intensa e fazendo com que seu sangue jorrasse em grande quantidade, o que fazia ele gritar muito alto e a pessoa que estava ali retirasse o pé de seu peito e se afastasse, enquanto todo o estádio vibrava com isso. Angelo, em um momento de perplexidade pelo grito de Drake, acabou sento atingido pela parte sem lâmina da alabarda, o que fazia com que caísse e a lâmina fosse posta perto de seu pescoço.

– Eu não tentaria me mover se fosse você. – Disse o dono da alabarda, com uma voz um tanto forte, então estáticas amarelas começaram a rodear a lâmina da arma que estava próxima ao pescoço de Angelo.

A plateia gritava eufórica com o acontecido. Drake colocou a mão em seu ferimento, que ainda sangrava, tentando pressionar o mesmo para fazer com que saísse menos sangue da ferida e tentou se levantar, mas logo quando estava quase conseguindo ficar em pé, a mesma pessoa que o havia ferido voltou e o chutou contra a parede da arena, fazendo com que ele caísse sentado com as costas apoiadas na parede. Logo, ele levantava a cabeça, vendo que na verdade se tratava de uma garota. Uma garota não muito alta, com cabelos loiro acinzentados que lhe chegavam na metade das costas, corpo esbelto em uma roupa de gladiadora, com olhos de um verde azulado intensos como o mar, mas de uma frieza absurda. Ela segurava uma adaga longa ensanguentada em sua mão esquerda. Drake respirava fundo com certa dificuldade, pressionando a mão contra a ferida enquanto ela se aproximava e olhava para ele como se tivesse curiosidade. Mas, quando toda a plateia estava pedindo para que ela lhe finalizasse e o parceiro dela virou o rosto, a joia na pulseira que Cassandra deu à Drake começou a brilhar com uma luz verde intensa, o que fez a garota recuar dois passos enquanto olhava para a joia, então o olho esquerdo do garoto começou a brilhar em um tom de azul esbranquiçado e a ferida em seu flanco se fechou rapidamente. Logo que a joia e o olho de Drake pararam de brilhar, tanto ele quanto todos ali ficaram calados, pasmos. O garoto se levantou sem sentir dor, retirando a mão do local onde antes estivera machucado e que agora apresentava uma fina cicatriz, então, antes que mais alguém pudesse reagir, Angelo aproveitou a situação e fez seu corpo inteiro iluminar enquanto se levantava e golpeava rapidamente com o pomo da espada em um giro a nuca do homem que o atacou, o fazendo cair, mas não sem antes tomar um grande choque. A garota sequer se virava para olhar o que acontecera, enquanto Drake observava tudo um tanto aterrorizado. E olhava para ela. Ele agora se sentia revigorado, mas sem vontade alguma de lutar, então largou a espada.

Herança de Sangue - Parte UmOnde histórias criam vida. Descubra agora