Capítulo 15 - Chegada ao Templo

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Após o incidente com Preyt e eles recuperarem o fôlego, partiram pela rota mais rápida na direção do templo Ushi, que cortava a floresta. A decisão havia sido unânime do grupo e Cristine decidiu a formação. Eles seguiram pela floresta em uma fila indiana, com Connor atrás da equipe, com a sua alabarda em mãos, Ângelo na frente já que ele possuía a melhor visão dos quatro, Cristine logo atrás dele e Drake mais próximo de Connor, lendo o mapa. O grupo estava avançando com velocidade, evitando grandes problemas e desviando de lugares que pareciam ruins. O maior problema que encontraram foi uma aranha gigante que estava terminando de enrolar alguma criatura com a sua teia e ficou olhando e seguindo os aventureiros de longe por um tempo, até que a noite começou a cair e ela voltou por onde veio. Angelo iluminava o caminho enquanto tentava criar uma esfera firme de luz em sua mão direita e carregava a espada encostada em seu ombro com a esquerda. Todos estavam em silêncio, até que o próprio Angelo fez sinal para que parassem. O grupo dispersou a formação em que estavam para se aproximar mais do jovem enali.

– Então... É aquilo? – Perguntava Connor.

– Sim... É sim. – Dizia Drake olhando o mapa com auxílio da luz que Angelo produzia. – Senhoras e senhores... Bem vindos ao Templo Ushi.

Todos agora olhavam para a entrada do templo. Apesar da meia escuridão daquela noite, já que a lua já estava em seu quarto minguante, as estrelas iluminavam um pouco o lugar. Na penumbra em que observavam, eles podiam ver um templo feito completamente de rochas arredondadas, uma formação estranha para aquele lugar. Haviam buracos em algumas pedras que pareciam janelas, mas nenhuma luz saía lá de dentro. O lugar parecia abandonado. Mas, apesar da beleza sombria que aquele templo solitário no meio da floresta emanava, o que mais chamava a atenção era a formação da entrada. Antes, deveria ter sido um belo arco de pedra, mas agora, algo ou alguém tinha depredado o lugar e transformado o que era uma entrada aconchegante em uma boca aberta com dentes pontiagudos esculpidos na rocha. Haviam em alguns lugares espalhados por perto da entrada corpos já em estado muito avançado de decomposição, com algumas partes faltando. Dois deles já estavam lá a tanto tempo que nada mais eram do que esqueletos vestindo roupas e pedaços de armadura. O grupo então recuava um pouco, mas pelo cansaço geral, resolveram acampar mesmo estando perto de algo tão perigoso. Após algum tempo, eles levantaram o acampamento e decidiram os turnos de vigia. Drake quis ser o primeiro a vigiar e não houveram muitos protestos quanto a isso.

– Toma cuidado cara. Se acontecer qualquer coisa, não pense duas vezes, chama a gente ok? – Dizia Angelo dando um soco amistoso no ombro dele antes de entrar na tenda.

– Eu ainda acho que eu deveria ficar de vigia primeiro. – Dizia Connor enquanto Cristine empurrava ele pra dentro da tenda.

– Ele sabe se cuidar, Connor. Dê um voto de confiança! Mas se acontecer algo, chama mesmo ta bem? – Dizia Cristine, entrando na tenda.

– Não se preocupem, não vou arriscar as nossas vidas. Eu chamo vocês sim. Durmam bem enquanto podem! – Dizia ele em um tom amistoso antes de se encostar numa árvore e ficar a observar o templo e os arredores.

É... Essa viagem realmente se tornou algo inesperado. Ele pensava consigo, após algum tempo, depois que todos na tenda estavam em silêncio. Estou conhecendo gente nova Senhora Clever! Queria que estivesse aqui pra ver isso... Será que ela melhorou? E como estarão a pequena Anna e o Tyler? Apesar de tudo que ele me fez, espero que esteja bem... O poder da pequena Anna era realmente incrível... Ele suspirava. Espero que a fadinha também esteja bem... Ele então olhava o anel que estava em seu dedo e passava a mão nele, vendo a pulseira que Cassandra havia lhe dado emitir um leve brilho que se mantinha por um tempo. Drake sorria com isso. Ele havia ganho um presente de duas amigas antes de sair da sua cidade e mais um antes de chegar na nova. E então, sentiu o metal frio do colar que estava sob sua camisa e o retirou para olhar. Os olhos de rubi daquele dragão pareciam observar o rapaz, como se estivesse esperando algo. Drake suspirava e passava a mão pelos detalhes do dragão no colar. Eram realmente muito bem feitos, quase dava pra sentir as escamas no metal, o que era estranho... Mas logo ele guardou o colar, não percebendo um leve brilho que vinha dos rubis. Ele olhou em volta, com cuidado. Não havia nada na floresta, o lugar estava silencioso. Apenas o vento suave que passava por ali faziam as folhas balançarem e cortar o silêncio noturno. Drake colocava uma das mãos no bolso do casaco e então olhava para o templo, esfregando os olhos pra se certificar que não era apenas o sono pregando peças. Algumas janelas do templo estavam emitindo uma luz esverdeada fraca, tremulante como luzes de tochas, mas não tinham sombras na parede, nem quando outra janela começou a se iluminar com esta cor. Ele ia se virar para chamar os seus amigos quando resolveu, por puro instinto, olhar para a entrada do templo.

Herança de Sangue - Parte UmOnde histórias criam vida. Descubra agora