Capítulo 10 - Visitas Inesperadas

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A estalajadeira resolveu que não faria perguntas ao ver o estado das roupas rasgadas do garoto que entrava carregando um meio elfo desmaiado. Apenas aceitou a moeda de ouro e o entregou a chave do quarto com camas separadas, então Drake subiu até o quarto indicado e destrancou a porta, jogando Angelo em cima de uma das camas e se sentando na outra, soltando um longo suspiro. O quarto era realmente grande, além das duas camas, ainda possuía um sofá, um grande espelho entre as camas, uma mesinha de centro com duas almofadas no chão em volta dela, um banheiro, um pequeno armário e uma estante com copos, água e algumas outras bebidas. Ele tirou as botas, as meias e a camisa rasgada, indo direto ao espelho para olhar a fina cicatriz que ainda havia no seu flanco direito.

– Mas o que aconteceu aqui?... – Ele logo olhava para a pulseira que Cassandra havia lhe dado, vendo o leve brilho que ela ainda emitia. – Será que foi isso?

Logo, Drake tirou a pulseira, o anel que a fadinha lhe dera, pegou roupas limpas em sua mochila e foi tomar banho, não esquecendo de trancar a porta. Após um bom tempo, ele saiu já vestindo roupas leves e confortáveis, enxugando o cabelo e viu que Angelo começava a se acordar. Após uma longa explicação do que havia acontecido depois do enali desmaiar, o mesmo foi tomar banho. Por alguma razão, as suas roupas pareciam estar apenas empoeiradas. Drake sequer se incomodou com isso e logo começou a anotar coisas em seu livro, até que Angelo saiu do banho.

– E então Drake?– Disse Angelo. – Que poder era aquele?

– Estou tão surpreso quanto você. Talvez tenha sido coisa da pulseira, eu acho.

– Eu acho que não. Acho que veio de você e você não sabia que tinha coisas assim, não é mesmo? O que mais você sabe fazer?

– Nada Angelo! Eu não fiz isso! Da mesma forma como não fiz aquele escudo!

– Tá bom, tá bom, calma, não precisa se estressar! Bem... Temos que resolver as coisas antes de você ir procurar seja lá o que for e eu tenho que achar aquele cara que o Undin disse pra encontrar. Que eu lembre, tinha até amanhã pra fazer isso.

Antes que mais alguma coisa pudesse ser dita, ouviram-se batidas na porta. Ambos estranharam, já que não pediram nenhum serviço de quarto ou coisa parecida, então Drake pegou sua faca e foi até perto da porta, pra ver se batiam novamente. E, mais uma vez, as batidas foram ouvidas, seguidas de uma voz conhecida.

– Até quando vão ficar me fazendo esperar aqui fora?

Angelo olhou para Drake com uma cara absolutamente confusa e o garoto abriu a porta. Undin estava bem à frente dela, esperando, apoiado em uma bengala rústica de madeira enegrecida. Ele olhava para os dois garotos com um pouco de raiva nos seus olhos azuis e entrava no quarto, indo diretamente se sentar no sofá sem dizer palavra alguma, o que deixava Angelo tenso e Drake completamente em silêncio. Undin então olhou para ambos e pigarreou para limpar a garganta, olhando para Angelo.

– Vejo que encontrou quem eu disse que precisaria encontrar sem que eu precisasse dar nenhuma indicação. E os dois ainda conseguiram ficar com fama na cidade. Acho que os poderes estão começando a fluir em suas veias, Drake. – Disse Undin, olhando para ele com um sorriso de lado, arqueando uma sobrancelha.

– Achei que o prazo que me deu pra te encontrar nessa cidade fosse amanhã, Undin. O que faz aqui? – Disse Drake secamente, enquanto Angelo olhava com estranheza para ele.

– Eu tenho uma certa pressa. Agora que os dois estão aqui, posso falar mais sobre o que preciso que façam. Mas antes, poderiam dar um copo de água para um velho? Eu tenho sede.

– E eu tenho uma missão que tá mais pra maldição e pra me livrar dela provavelmente vou morrer. – Disse Angelo rapidamente. – Você veio até aqui, juntou nós dois e não disse nada do que quer. Primeiro fale, depois você ganha sua água.

Herança de Sangue - Parte UmOnde histórias criam vida. Descubra agora