Capítulo 14 - A Armadilha

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A manhã daquele dia começou morna. Logo que todos se aprontaram e terminaram de comer, levantaram acampamento, desmontando a tenda e guardaram a mesma. Não demorou até Angelo pegar o mapa e dar uma olhada nele junto a Drake para voltar ao caminho do templo Ushi. Desta vez, eles foram pela floresta para recuperar algum tempo por conta do incidente que tinha acontecido e, por alguns momentos, a caminhada havia sido realmente tranquila, com os pássaros cantando sua melodia matinal enquanto os aventureiros iam seguindo, em silêncio e atentos aos arredores para não acabar sendo emboscados por outra criatura grande ou perigosa, mas o que não imaginavam é que, no meio do caminho, iriam cair em um buraco grande coberto por folhas, fazendo os quatro gritarem por conta da queda inesperada naquela floresta.

- Tá todo mundo bem? - Perguntou Drake, se levantando com dores.

- Sim, eu acho... - Dizia Cristine se levantando enquanto Connor também se levantava.

- Parece que caímos em uma armadilha pra grandes animais. Só que o chão daqui é plano, então não estavam tentando matar ou ferir, o que é muito estranho. - Dizia Angelo, já de pé. - Seja lá para o que seja essa armadilha, é pra capturar algo vivo.

- Tem razão, jovem meio elfo. Muito observador!

Disse uma voz vinda de fora do buraco. Todos procuravam ver se conseguiam identificar quem era que estava falando até que surgiu alguém na beirada. Era um homem alto, forte e com uma cicatriz horizontal que atravessava seu rosto de uma bochecha a outra, passando pelo seu nariz. Seus olhos negros observavam todo o grupo, mas paravam em Connor e Cristine.

- Ora, ora, ora, o que os bons ventos nos trouxeram? Connor e Cristine Namir. Lembram-se de mim?

- Não faço ideia de quem você seja, desculpe. - Dizia Cristine, o que fazia o sorriso do homem desaparecer.

- Cristine... Ele era o campeão do Coliseu até a gente chegar e...

- E você, putinha, abrir um rasgo no meu rosto. Me humilhar na frente de todos e usar sua água pra me arremessar pra fora da Arena por cima dos muros do Coliseu. Eu quebrei duas costelas, uma perna e um braço com isso, sabia? Perdi meu trabalho, minha vida, por sua culpa!

Ele dizia e cuspia pra dentro da armadilha, errando Cristine por pouco, ao que ela começava a fazer um pouco de água surgir, o que fazia o homem rir.

- Qual é a graça? - Perguntava Cristine.

- A graça é que isso não vai mais me afetar, meia elfa imbecil. Quando você me venceu, eu não tinha nada. Era apenas minha habilidade contra seu poder. Mas agora, eu posso combater de igual pra igual.

Ele dizia e logo seu corpo ficava recoberto por chamas verdes, o que fazia todos no buraco recuarem um passo. O homem ria e logo outros sons de risos começaram a se juntar ao dele.

- Agora, levantem essas mochilas e me deem suas armas, dinheiro e roupas. Todos os quatro. Ou preferem sentir minhas chamas e as flechas envenenadas desses caras?

Ele dizia estendendo os braços para o lado e, com este sinal, cerca de quinze arqueiros apareceram, todos encapuzados, mas dava para ver suas mãos esverdeadas segurando os arcos.

- Se quiser qualquer coisa... - Disse Angelo. - Desce aqui e vem pegar como homem. Ou então dispare mesmo como um covarde que se alia com Goblins.

E, com isso, o homem gritou para que os goblins disparassem e Cristine congelou a água em uma parede de gelo curva cobrindo os quatro.

- VOCÊ TÁ FICANDO MALUCO?? QUER MATAR TODOS NÓS SEU MEIO ELFO DESGRAÇADO?? - Gritava Connor segurando Angelo pela gola da camisa.

- Calma, calma, agora que temos essa defesa, podemos sair daqui. E eu não sou meio elfo, sou enali. Vocês são meios elfos, eu não.

Herança de Sangue - Parte UmOnde histórias criam vida. Descubra agora