Capítulo 27 - Pesadelos da Cidade Amaldiçoada, parte 2

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— CONNOR! REY! CRISTINE! DRAKE! CADÊ VOCÊS???

Angelo iluminava a espada e tentava emanar luz de suas mãos simultaneamente para iluminar melhor o caminho. Ele ainda não se sentia bem por conta do que tinha acabado de ver, mas sentia que, se pra ele tinha sido ruim, pros outros do grupo seria ainda pior.

— Principalmente pro Connor... Eu tenho que encontrar eles! Se eu fosse o Drake, como me guiaria aqui? ... Talvez seguindo os rastros na lama?

Ele apontava a espada para o chão e só conseguia ver um monte de passos confusos indo em várias direções. Isso o fez suspirar um pouco irritado. Novamente, começava a ouvir o chamado de sua mãe, mas desta vez ignorava. Sabia que não era real. Não ia cair no mesmo truque duas vezes. Podia não saber o que era aquilo ou o porquê de estar acontecendo, mas sabia que precisava voltar para seus amigos.

— Droga, não é possível que eu tenha me perdido... Eu voltei em linha reta! E ainda não cheguei em nenhum muro dessa cidade idiota!

Irritado, ele continuava correndo até que chegava ao que parecia ser os restos de algum tipo de estátua. Ele logo se lembrou da estátua da história que Drake havia contado e começou a emanar mais luz por sua espada, para ver a tal estátua. Mas o que ele viu foi que algo rastejava para longe enquanto ele forçava a luz a ficar mais forte. Ele suspirou e se abaixou ao ver que tinha algo escrito perto do que deveria ser o pé daquela estátua. Ele forçou os olhos para ler, pois estava escrito de forma rude.

— Quando a lua cheia... Seu brilho azul jogar... A mão re... Re....... Revelará? Revelará o lugar... Tá, mas o que isso tem a ver com qualquer coisa? Tsc, não tenho tempo pra enigmas bobos, preciso achar os outros.

Ele se levantou, olhou para o lado e viu um pequeno vulto parado, olhando pra ele. No escuro, aqueles olhos brilhavam, refletindo a luz. Pareciam duas pequenas bolas flamejantes flutuando no ar, sem deixar de encarar o meio elfo.

— Quem está aí??

Mas ao invés de responder, o que quer que fosse ficou de quatro e começou a correr. E Angelo correu atrás.

☆☆☆

— Você faz ideia do que era aquela... Coisa? - perguntou Cristine em voz baixa.

— Talvez, mas não posso dizer com certeza... Nem sabia que algo desse tipo podia existir.

— Desse tipo o que?

— Monstros. Eles olham algum medo profundo e reproduzem. Você tem medo pelo seu irmão. Eu tenho que admitir que tô com medo que algo aconteça com o Angelo. Ele tem aquela mania de se jogar de cabeça em coisas perigosas... Me preocupa.

— É...

E um silêncio se instaurou entre aqueles dois. Cristine não soltava a mão de Drake e ficava olhando para os lados desconfiada. Drake parecia inquieto, nervoso ou ansioso. Sua mão suava, por mais que a noite estivesse fria. Mas ele olhava para frente, como se a cada segundo fosse ver Connor ou Angelo ao passar por uma casa, mas não queria tornar a ver outra daquelas criaturas novamente. Sabe-se lá do que elas eram capazes, já que a mesma criatura conseguiu fazer duas pessoas enxergarem coisas diferentes ao mesmo tempo.

— Como vou saber se você não é uma ilusão me arrastando pra algum lugar pra me matar? - perguntou Cristine, sem encarar Drake.

— Você tem medo que eu faça algo desse tipo?

— Não... Eu confio em você.

Herança de Sangue - Parte UmOnde histórias criam vida. Descubra agora