Capítulo 6 - A Tarefa Recebida

20 5 23
                                    

Poucos minutos se passaram entre o tempo em que Angelo levou para sair de casa até uma grande construção circular feita de pedras brancas bem no centro da cidade.

– O Estádio das Celebrações. - Angelo falava sozinho.

Era um lugar bastante amplo, com vários assentos feitos de pedra, cobertos com um tecido acolchoado e confortável. Eles iam enfileirando-se de cima a baixo, até chegar em uma parede com três metros de altura até o chão, que era feito de terra batida. Haviam portões para a entrada de cavaleiros, guerreiros e lutadores. Para Angelo, que sempre gostou de ver as celebrações, aquele era realmente um grande dia. Finalmente iria entrar por aqueles portões e ser foco da atenção das pessoas, algumas das quais pareciam o odiar. Mas para isso ele não ligava nem um pouco, afinal, era o seu dia! Ele ia ganhar uma arma forjada pelos seus pais e uma missão. A missão. Angelo ansiava pela sua missão. Logo que chegou aos portões onde deveria entrar, foi recebido por uma Enali que o levou para uma sala junto aos outros que também iriam participar do Rito de Passagem e então o jovem começou a procurar por Rosalie, mas não a achou.

– Procurando alguém? – Disse uma voz forte vindo de trás de Angelo, o que fez ele prender a respiração. – Deve ser aquela meia enali negra, não é?

Angelo então se virou e viu uma das poucas pessoas de quem ele não gostava nem um pouco e deu um passo para trás. Era um garoto um pouco mais alto que ele, de cabelos amarelo claros, de pele um pouco pálida e um olhar frio, parecendo uma barra de ferro.

– E daí Alan? Fica na sua.

– Ah, olha só pra isso. O meio enali tentando defender a namoradinha! Que bonito. – Então ele dava um empurrão em Angelo, que acabava indo pra trás.

– Me deixe em paz, Alan. Hoje é um dia de celebração, você sabe que não pode fazer isso hoje! – Angelo soava firme e com um olhar decidido.

– Não posso? – Zombou Alan – Só não posso fazer isso na frente de um adulto. Além do mais, temos mais duas semanas pela frente. Só hoje que não posso fazer nada.

Logo, a calça de Alan era abaixada e uma voz feminina era ouvida bem alto.

– Aí! Acho que alguém esqueceu como que se veste uma calça!

Angelo começou a rir e todos olharam para lá, onde Rosalie e Angelo estavam rindo de Alan, que estava tentando desesperadamente levantar a calça caída e esconder uma cueca de bolinhas, ficando com a cara vermelha.

– Vocês dois vão me pagar seus meios enalies imbecis! Vão pagar!

Com isso ele cuspia aos pés de Rosalie e Angelo, saindo dali a passos rápidos depois de levantar a calça. Rosalie logo dava um peteleco na testa de Angelo, que sorria e então suspirava.

– Pelo menos hoje nós não vamos sofrer, não é Rose?

– Bem... Sim. Pelo menos hoje.

Rosalie começou a olhar para Angelo e enrubescer, mas ele não notou por estar olhando em volta, então ela levantou o capuz da camisa dele pra ver como ficava, ao que Angelo se virou.

– Você fica bonito com isso! Achei que ia ficar parecendo um desses salteadores que de vez em quando entram na tribo pra tentar roubar alguma coisa.

– Não diga isso! – Disse Angelo com um leve sorriso e olhou como ela estava vestida.

A roupa de Rosalie consistia em um vestido rodado curto, que ia até metade de suas coxas, branco e azulado feito de um material leve e que parecia confortável, que cobria completamente o dorso dela e estava um pouco justo, uma calça comprida preta que estava perfeitamente ajustada às suas pernas e botas azuis e pretas. Angelo passou um tempo olhando para como ela estava vestida até olhar diretamente nos olhos dela com um sorriso e dizer que ela estava linda. Rosalie agradeceu e o abraçou, suspirando.

Herança de Sangue - Parte UmOnde histórias criam vida. Descubra agora