Capítulo 28 - O Segredo de Arath

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Um vento forte empurrava as nuvens de chuva para longe da cidade amaldiçoada, tirando a cobertura do céu e agora qualquer um que pudesse olhar para cima podia ver várias estrelas dando ao céu noturno um brilho especial. Ainda mais numa noite de lua cheia como aquela. A lua parecia querer olhar mais de perto toda a vida naquele planeta e, por conta disso, estava enorme. Era uma visão belíssima, de tirar o fôlego e revigorar as energias daqueles que gostam de admirar o céu.

Em uma noite como essa, a maioria das pessoas ficaria na varanda de suas casas tomando chá ou café, ou armariam barracas em seus quintais para contar histórias em volta de uma pequena fogueira para assar marshmallows, mas para os cinco nas ruínas amaldiçoadas de Arath, aquele céu era apenas um breve alívio. Eles ainda estavam abalados demais com tudo o que tinha acontecido, um deles estava inclusive com hematomas pelo corpo, mas eles estavam juntos e aquilo era algo bom. O abraço coletivo acalmou um pouco os corações dos aventureiros, que passaram por experiências nada agradáveis naquele lugar, mas a noite continuava fria, o chão continuava enlameado e um barulho como o de mecanismos estalando começarm a ressoar por algum tempo até parar. 

— Ouviram isso? - perguntou Drake.

— Será que era disso que aquela coisa que escreveram na estátua queria dizer?

Todos olharam para o enali que não entendia direito o porquê do espanto. Ele então explicou o que estava querendo dizer, falando que enquanto procurava por eles havia encontrado algumas coisas escritas na estátua, que estava difícil de entender, mas que em resumo era que alguma coisa ia ser revelada com a luz da lua na estátua. Ele mal terminou de falar e um dos condutores das carruagens que os trouxeram ali chegou correndo dentro da cidade carregando uma lamparina para iluminar melhor o caminho até eles. Ele estava ofegante, entregou uma carta ao grupo, pediu perdão por ter esquecido de fazer esta entrega mais cedo e voltou a sair correndo da cidade alegando que estavam quase terminando de desatolar as carruagens. Drake pediu pra Angelo iluminar a carta e então a lia em voz alta.


Caros Angelo e Drake.

Tive um imprevisto e não poderei ir ao encontro de vocês. Mas, já que não poderei encontrá-los, deixarei por escrito a razão pela qual os enviei para Arath. Antes de mais nada, tomem cuidado. Fui informado de que a cidade está cheia de monstros conhecidos como "Pesadelos". Eles tem medo da luz, então basta ficarem juntos. Vocês devem chegar na cidade à noite, estas criaturas estão mais ativas neste horário. Eles trazem seus maiores medos e traumas à tona, se alimentam disso e depois tentam matar suas vítimas. No mais, não representam perigo algum. 

Esta cidade guarda um segredo. Espero que lembrem do que falei para vocês sobre a amante de uma certa pessoa importante. Preciso que a encontrem e cobrem um favor dela em meu nome. Diga-lhe que Undin os enviou para cobrar um favor a ela prestado e que mostrasse o artefato que eu pedi que ela conseguisse. Este artefato... Tragam-no para mim. Vocês saberão que é o verdadeiro pois ele lembrará a sensação do último artefato que conseguiram. Depois que conseguirem, enviem-me uma carta. Aguardo a resposta de vocês com um pouco de pressa. 

Atenciosamente,

Undin


— Isso não tá me cheirando bem. - disse Cristine.

— O que é um... Artefato? - perguntou Rey.

— É um objeto especial, geralmente muito antigo. - respondeu Drake.

— Então aquelas carruagens são artefatos?

Herança de Sangue - Parte UmOnde histórias criam vida. Descubra agora