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Arthena 1/3

Ao entrarmos no local, percebi que o Ruan não tirava os olhos de mim, já havíamos feito nossos pedidos e estávamos sentados aguardando nosso lanche, não demorou muito para ficarem prontos, o Ruan levantou pra ir pega-los enquanto eu esperava na mesa, até que notei alguns olhares sobre mim, mas não era o Ruan, me virei para trás mirando na outra rua e vi o mesmo homem que havia visto hoje cedo com a Bruna saindo do colégio, estava escuro porém perto, pude ver que ele era bonito, ficamos nos encarando até que percebi que eu estava encarando o mesmo com os pensamentos longe, me virei novamente pra frente assustada com o Ruan colocando os pasteis na mesa.
— Calma, tá devendo?
— O que?- o mesmo riu.
— Tá viajando legal, nem precisa fumar um assim.
— Vou no banheiro.- disse tentando me levantar mas o mesmo segurou em meu braço.— Vou acabar ficando sem braço assim.- disse puxando.
— O que aconteceu Arthena?
— Nada, só quero fazer xixi, não controlo a porra da minha vagina.- me sentei e peguei meu pastel, precisava comer pra não matá-lo naquele momento.
— Você tá tão linda.- fixou seus olhos em mim. O cretino tava fazendo com o que eu abaixasse minha guarda, mas hoje não Faro.
— Valeu.
— Tá de tpm amor?
— Deve ser, sei lá.- acabei meu pastel, enchi o copo de refrigerante tomando o mesmo de uma vez só. — Como foi seu treino hoje?
— O mesmo de sempre, fiquei disperso preocupado com tu.
— Massa.
— Você tá estranha...
— Vou ser direta com você.- peguei meu celular com o print de seu comentário na foto das duas e mostrei ao mesmo. — Tá vendo? Farei uma pergunta simples, você admite que esse comentário é seu certo?
— Não tô entendendo nada..
— É sim ou não!
— Arthena..
— Ok, já tenho resposta.- peguei meu celular e pus na bolsa, mas o Ruan tirou da minha mão e pôs no seu colo.
— É meu comentário sim, mas é só um comentário.
— Então por que essa enrolação pra me responder?
— Tenho medo de perder tu neguinha, tu sabe disso.
— Sentiu esse medo quando tava de boca nela?
— Não Arthena, não fiz isso.
— É sim ou não! Vocês não são próximos, não são amigos, vocês não têm nenhum tipo de intimidade e do nada vejo um comentário seu assim.
— Você tá ficando maluca, é só um comentário, Arthena, pelo amor de Deus.
— Não sei porque, mas só pelo "maluca" que saiu da sua boca, me fez perceber que minha intuição tá realmente certa.
— Você e essa sua história de intuição, de tudo que você acha tá certo.. suas desconfianças.
— Hahahaha, dizer que sim ou não, é tão difícil assim pra você?
— Não fiquei com ela.- Eu queria acreditar que ele não tava mentindo pra mim, mas ele estava, e diante dos meus olhos, tentei segurar lágrimas que queriam descer, respirei fundo contando de um até dez, como o Lucas sempre fazia, até que me acalmei.
— Se você estiver mentindo, me esqueça. Mas se realmente aconteceu isso e você me explicar, resolveremos juntos.
Ele passou mão em seus cabelos e me olhou fundo.
— Perdão, não me deixa. - e naquele momento, aquelas quatro fodidas palavras me derrubaram, eu não achei que isso fosse sair de sua boca tão rápido, mas saiu e foi um murro na minha cara. — Arthena?
Eu não tive reação nenhuma, nada saiu da minha boca, eu só queria sair dali.
— Arthena por favor..
— Quando foi isso?
— Amor, tem um tempo já isso, ela sempre viveu em cima de mim, mas eu nunca dava bola, até que ela foi num jogo meu com algumas amigas, e os caras fizeram um churrasco e ela também foi, e eu não sei como isso aconteceu..
— Não sabe? Você caiu sobre a boca Dela é isso?- ele engoliu seco, e ali vi que não tinha sido só um beijo, fiquei furiosa. — transaram né?- o mesmo assentiu. Peguei minha bolsa e saí do local correndo, ele me gritava mas eu só queria sumir daquele lugar. Não tô brava por ele ter ficado com outra, e sim pela mentira e uma promessa que me fez fazer. Parei em uma pracinha e sentei em um dos balanços, minha mente só pensava no Lucas, ele era minha âncora para todos os problemas, só de pensar nele eu me sentia muito melhor.
— um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove..
— Dez. - me virei assustada com a voz desconhecida, e vi que era o homem de mais cedo, já estava pronta pra correr.
— Não tenho celular.- o mesmo começou a ri.— JÁ VOU MÃE.- gritei tentando disfarçar e levantando pra sair.
— Sua mãe não tá chamando você.
— Eu assisto a liga da justiça, sei correr que nem o Flash.- disse correndo e ouvindo o mesmo gritar, mas não prestei atenção, tava correndo feito louca. Cheguei em casa toda suada, depois de um banho, peguei meu celular e vi várias mensagens e ligações do Ruan, ignorei todas e me deitei pra ir dormi.

Titânio - feitos pra tudo suportarOnde histórias criam vida. Descubra agora