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ARTHENA

— Ela te paga cinquenta reais.- disse o Breno, para um cara estranho que paramos na praça.

— Por que eu? Paga você!- falei para mesmo.

— Só topo se ela me pagar com outra coisa.- o estranho sorriu maliciosamente, o olhei com nojo.— Um boquete, linda.- ele me deu uma piscadela, e a vontade de vomitar foi instantânea. 

— Repete essa merda, pra você ver se não vira peneira.- Breno mostrou seu distintivo.

— Isso é abuso de poder.

— E o que você falou agora pra ela, é abuso de que?- Breno perguntou, olhando para mim.— Fala aí cunhada advogada.- Breno é o melhor.

— Um, 216, será?- o cara ficou com medo, dava pra você.

— Eu não assediei você. Foi só uma proposta..uma cantada.- pior raça de homem, tenho nojo.

— Cantada? "Constranger alguém, com o intuito de obter vantagens ou favorecimento sexual.."- ele me cortou.

— Já entendi, me desculpas, por favor me desculpas.- me segurei para não dar risada de seu desespero.

— Pede desculpas pra mim não, você desrespeitou a namorada do meu chefe, pede desculpas pra ela.- o cara engoliu a seco. Olhou para mim, e levantou sua mão para mim pegar na mesma em um cumprimento. Nem morta que eu vou tocar nesse nojento.

— Me desculpas, não foi a minha intenção te constranger ou assediar você. Só foi uma brincadeira.- arqueei minha sobrancelha para o mesmo, e foquei na sua mão estendida para mim. Depois olhei para o Breno, que estava prendendo sua risada.

— Precisa tocar nela não, fala daí.- Breno estava autoritário, se eu não o conhecesse até eu sentiria medo. O cara recolheu sua mão, e eu suspirei firme.

— "Brincadeirinhas" essas.- fiz aspas.— Que fazem mulheres se sentirem um lixo, e dar á liberdade para babacas como, você. Para assediá-las e muito mais, gerando até mesmo um estupro, ou um toca aqui, ou toca ali.- apontei para meus seios e minha bunda.— Além de constrange-las, intimidá-las, fazem com que elas se sintam um pedaço de merda, por terem sido tocadas e reparadas por vocês. Ficamos traumatizadas, assustadas, medo de por o pé na rua por conta de "brincadeiras", essas que seus amigos vêem e acha normal, seu filho ver e acha normal porque o pai é sua referencia, a criança cresce, vira homem, e ataca as mulheres como um pedaço de carne em toda parte que as vê-las, e no momento em que receber um "não", ele não vai aceitar, porque em sua criação foi dita e vista, que um "não" é charme, não é mesmo? Ela só está tímida mas ela quer sim. Logo, ele vai força-la, ameaça-la, vai estupra-la, e assim nasceu um monstro, através de uma "brincadeirinha".- Breno me olhava atônito, e o cara não fazia diferente.

— Olha, eu acho isso uma besteira, me desculpas, mas você está sendo fresca, não vejo problemas em elogiá-las na rua, são gostosas mesmo, passam de shortinho para chamar atenção dos homens, eu não encosto a mão nelas, mas se saem por ai mostrando o corpo, é porque querem serem comidas mesmo.- puta que pariu, quanto nojo de uma pessoa só, não acredito que estou ouvindo isso. Suspirei fundo, e olhei para o Breno, que balançava sua cabeça.

— Não pode prender né?- perguntei para o mesmo. Ele fez que não. 

— Cai fora, seu merda. E se eu receber alguma denuncia, ou saber que você assediou ou constrangeu alguma mulher, farei toda questão de te dar a ordem de prisão.  

— Não farei isso, eu juro.

— Todos falam isso, mas não fazem o que diz. Vou preparar uma sela limpinha pra você ajoelhar e rezar pra Deus toda a noite.- o cara mostrava está com medo. Do Breno ele tem medo, mas com as mulheres quer por medo, pedaço de merda covarde.

Titânio - feitos pra tudo suportarOnde histórias criam vida. Descubra agora