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BRENO

Estávamos todos no hospital, Bruna já tinha acordado, e o médico nos explicou que ela estava bem, porém não tinha comido nada, bebeu demais da conta de barriga vazia, se ela tivesse vomitado não chegaria a esse ponto, mas como não pôs para fora o álcool, resultou nisso. Ela estava no soro, sua mãe estava com a mesma dentro da sala, junto com Arthena e o Théo. Me neguei entrar, não queria vê-la, eu deveria ter a protegido, ao invés disso fiz o contrário.

Estava na cantina, encarando uma garrafinha de água pela metade, saí de meus pensamentos quando o Théo chegou na mesa, sentando na cadeira a minha frente.

— O que é que tá pegando?

— Nada, cara.- respondi ainda encarando a garrafinha.

— Gosta da Bruna?

— Não.

— Então que merda tá acontecendo? Por que ela não para de perguntar por você, e tu negando ver a garota.

— Não enche, Théo, para de agir como se fosse meu pai.     

— Então pare de agir feito uma criança.- engoli a seco.

— Ela perguntou por mim?

— Vim te chamar para vê-la, ela estar te chamando.

— Não tô afim de ver ela.

— Então tá fazendo que merda aqui ainda?- suspirei fundo.

— Eu não sei.- passei a mão em meus cabelos, eu não fazia ideia do que estava acontecendo, o medo me deixou paralisado, não sabia o que pensar, nem o que fazer.

— Já passou, irmão, isso não é culpa tua.- Théo bateu em minhas costas.

— E se tivesse acontecido, Théo, como eu iria viver com essa culpa?

— E se, não aconteceu nada, pare de se torturar por um talvez que não aconteceu.

— Tive medo, Théo.

— Todos tivemos, ela é nossa amiga.

— Eu ia arruinar minha vida duas vezes em uma noite, se apertasse aquele gatilho, não sei o que aconteceu comigo.

— Não vou te reportar, fique tranquilo. Você deixou suas emoções falarem mais alto, ninguém é de ferro, e se fosse a Arthena ali eu nem imagino o que faria.

— Ela te laçou.- ele sorriu.

— Vou levar ela comigo.

— Ela ainda estuda, Théo.

— Quando ela acabar, tô gamadão nela, não me vejo sem aquela magrela.

— Vai ser cachorro assim longe, pra gostar de osso.- Théo bateu em meu braço.

— Vamos lá.- ele se levantou e estendeu sua mão para mim. Assenti e levantei, entrando no corredor do hospital.   

Estava encostado na porta da sala onde a Bruna se encontrava, procurava coragem para entrar lá dentro, Théo me puxava enquanto eu estava segurando na outra parede, me negando entrar. Caí no chão ao sentir a porta aberta.

— Parem com isso! O hospital inteiro está ouvindo esse show de vocês dois.- me levantei rápido ao perceber que era a mãe da Bruna, reclamando com a gente.

— Me desculpa, dona Maria.- falei pra mesma.

— Breno né?- assenti.— Já entendi porque ela fala de você.- não entendi absolutamente nada do que ela quis dizer.

Titânio - feitos pra tudo suportarOnde histórias criam vida. Descubra agora