Titânio - feitos pra tudo suportar

+73

ARTHENA

Acordei cedo, hoje era segunda, mais um dia de aula. Estava cansada por conta do meu final de semana com o Théo, porém, só de passear nas lembranças, lembro que todo esse cansaço valeu a pena.

Já estava a caminho do colégio, Bruna não respondeu a minha mensagem, então é quase certeza que ela não irá hoje. Théo, havia me informado, que tinha deixado o Breno na casa dela durante a madrugada. Não sei porque, mas acho que esses dois escondem algo, ou eles tem uma química muito forte e não perceberam.

Saio dos meus pensamentos, com o meu celular vibrando. Era o Ruan. Eu ainda não tive tempo para buscar o que ele tinha me pedido, mas hoje eu faria isso. Ignorei sua ligação, e lhe enviei uma mensagem.

"Ainda não tive tempo para procurar, prometo que hoje mesmo faço isso e te envio."

Mensagem enviada, e lida.

Logo, meu celular vibrou, era uma notificação de mensagem do Ruan.

"Preciso te ver, é urgente!"

" não foi esse o combinado"- enviei.

" é urgente"

"Não posso te ver, terá que se virar, o combinado não foi esse."- mensagem entregue.

" não pode ou não quer?"

" seu namoradinho já está te controlando"

Busquei paciência diante aquelas mensagens, e lhe respondi pela última vez.

"Se vire!😘"

Não esperei para ver se ele visualizou, apenas tranquei a tela do meu celular, e segui para minha escola.

Tive todos os horários, no intervalo aproveitei para pesquisar pelas casas de reabilitação, e estudar mais sobre a proteção a testemunha. Até pensei em tirar algumas dúvidas com o Théo, mas sei que ele não iria ficar quieto diante isso, ou talvez até fosse motivo de briga em nossa relação.

Ao sair do colégio, comprei um lanche para substituir meu almoço, e peguei o ônibus para uma cidade ao lado da minha, onde tem uma das clínicas mais bem avaliadas. Resolvi ir tirar algumas dúvidas.

Não aguentava mais as ligações do Ruan, então resolvi desligar meu celular.

Ao chegar na clínica, tive que passar por um processo de segurança,e pude entender o porquê dela ser tão bem avaliada.

Estava andando pelos corredores, e observando algumas salas e o ambiente, enquanto uma das funcionárias me falava sobre o local.

― É sério, tem certeza que você nunca veio aqui?- dei risada, ela havia implicado com isso, dizia afirmar que já tinha me visto aqui.

― É a minha primeira vez aqui, já disse.- ela assentiu, sorriu e prosseguiu.

Ao final da expedição, ela me deu o número para contato e uma caneta de brinde. Agradeci pela simpatia da mesma, e já estava deixando o lugar quando a mesma me chamou, junto com a outra funcionária.

― Lembrei!

― O que?- perguntei, intrigada.

― Onde já te vi, quer dizer, a Fabiana quem me lembrou.- elas riam entre si.
― Eu realmente nunca vim aqui.

― Sabemos, boba. Era um garoto que estava aqui a um tempo, ele tinha uma foto sua.

― O que?

― Sim, era isso mesmo. Um garoto alto, magro..- a tal Fabiana confirmou.

― Vocês devem estar enganadas, não me lembro de ninguém que se internou aqui.