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BRUNA (não revisado)

— O que foi?- perguntei para o Breno, depois de dez minutos em silêncio.

— Nada.- disse, tomando um gole de seu suco.

— Fala logo.

— Que porra, Bruna.- me olhou seriamente.— Não é nada.

— Isso é fogo no cu.

— Deixo o titulo pra você.

— Vai ficar me tratando assim é?- ele se manteve calado.— Se for avisa logo, que eu vou embora.

— De moto táxi?

— Vou até a pé.

— Para de coisa, a comida já tá vindo.

— É ai que vou embora mesmo.- ele me ignorava, que merda foi que eu fiz.— Depois da comida, a garantia pra mim ficar é zero.

— Come e vaza.- aquele não era o Breno engraçado, divertido de sempre, era um Breno que eu não conhecia, mas que não estava gostando nenhum pouco.

— Vou mesmo, comer da sua comida e meter o pé.- debochei.

A comida chegou, e eu comi praticamente todo o almoço. Breno me ignorava, comia e mexia em seu celular todo o tempo, bufei irritada, está com uma na mesa e marcando de ir comer a outra, a Juliana.

Assim que acabei minha refeição, levantei para ir embora. Peguei minha mochila, e parei de frente para ele. Ele me encarou com as suas sobrancelhas juntas.

— O que foi?- perguntou.

— Me fala você.- ele suspirou fundo.

— Melhor você ir embora.

— Breno, presta atenção nas suas palavras, não sou mulher de voltar atrás.- disse firme.

— Dia ruim, Bruna, só isso.

— E desconta em mim?

— Sim, porque a culpa é sua.

— Não te fiz nada!

— Sim você fez, você faz!

— O que eu te fiz, Breno?- ele passou sua mão no rosto, e balançou sua cabeça várias vezes.

— Melhor tu ir, vou te pedir um carro.

— Não!- olhei para o lado.— Nasci só.

— Você vai sair sozinha por aí, depois de tudo que houve?

— Estou sozinha nessa mesa desde o momento em que sentei nessa cadeira.- ele mudou seu semblante, entendeu minha indireta.

— Não sei o que te falar..tô estressado, sei lá, o trabalho.

— Conversa comigo.- trocamos olhares por alguns segundos, logo ele virou sua cabeça.

— É que eu era do exercito, era bom.. mas aconteceu algumas coisas e eu tive que sair, e como sou apaixonado por tudo que envolve armas, e salvar a pátria..- ele deu de ombros.— Por que não, policial?- ele respirou fundo, e depois soltou o ar.— Aconteceram umas coisas comigo no passado, exercito sabe?- eu assenti.— Que me ferraram, me deixou muito mal, diria que até traumatizado, e eu achava que não iria superar ter deixado o exercito nunca, até que percebi que tinha medo da mudança, e que estava apegado a algo só pelo fato de eu estar acostumado.- ele passou a mão em seu cabelo.— Mais ai, meu presente hoje, como policial federal, me fez perceber que eu fiz a melhor escolha.- ele sorriu, e eu devolvi o sorriso.— E que o exercito, não me fazia tão bem como a pf, sinto que estou fazendo algo por amor pela primeira vez.

Titânio - feitos pra tudo suportarOnde histórias criam vida. Descubra agora