+77 final parte 1

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Arthena

— Arthena.- ao passar pela porta de casa, meu pai, que estava sentado no sofá, me chamou.

— Sim?

— Devo me preocupar?

— Não entendi, pai.

— Devo me preocupar com o fato de ter visto minha filha chorando no carro do seu namorado?- engoli a seco, e o encarei.

— Não.- neguei com a cabeça. — Eu fiz merda, pai.- meus olhos se encheram de água, eu estava muito chorona ultimamente.

— Venha aqui, filha.- ele abriu seus braços, e eu fui até ele me aconchegar. — Qual o seu medo?

— Dele me deixar.

— Ele não vai fazer isso.

— Ele está muito magoado, deveria ter visto a cara dele, era de decepção.- meu pai suspirou, enquanto fazia um carinho na minha cabeça.

— Eu o vi, minha filha, está estampando na cara daquele homem, que te ama.

— Eu sei disso, mas só amor não sustenta, não é o suficiente.

— Onde você ouviu isso?

— Ele quem falou.

— Então ele é burro, se tem amor, tem tudo, isso é o suficiente, o amor tudo suporta, e tudo supera. Se ele não ver isso, talvez, não te mereça como eu pensei.

— Eu vacilei, papai. Ele tem razão de estar bravo.

— Seja lá o que você tenha feito, sei que o que o Théo sente, e que irá superar.

— Eu espero, pai.- enxuguei meu rosto, e me levantei. — Vou subir, estou cansada.- ele assentiu, e depositou um beijo na minha cabeça.

— Boa noite, querida.

— Boa noite, pai.

(...)

O sol já tinha nascido, e eu não havia conseguido dormir. Cogitei pela ideia de ligar para o Théo, a madrugada inteira, mas não fiz, ele precisava do seu espaço, precisava pensar, e sei que eu não melhoria a situação estando no seu pé.

Hoje era terça. Me levantei, e fui para o banheiro fazer minha higiene matinal. Estava sem vontade alguma de ir para a escola, mas se eu ficasse em casa, seria ainda pior.

...

— Você está péssima.- disse a Bruna, ao me encontrar no pátio do colégio. Era intervalo.

— Você também não está muito bem.- ela bufou, e se olhou através da sua câmera frontal.

— É de se esperar, de um corretivo que custou três reais.

— Onde você achou?

— Site chinês.- assenti surpresa.

— Que cheiro é esse?

— Cheiro de que?

— Esse cheiro, você peidou, Bruna?

— Eu assumo meus peidos.- o cheiro ruim embrulhou meu estômago.

— Vou ao banheiro.- saí correndo, sem esperar a mesma me responder.

Titânio - feitos pra tudo suportarOnde histórias criam vida. Descubra agora