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Arthena

  — Você o que? -perguntei ainda atônita diante o que tinha ouvido da Bruna.

  — Foram só umas gotinhas, não vai matar ninguém, o Lulu tá aí vivão.

— Lulu é um cachorro, Bruna.

  — O Breno também é um animal, tá tudo normal.

A olhei incrédula, e a mesma revirou os olhos.

  — Ta bom Arthena, vamos ligar pra eles, ai você vai dormi super tranquila sabendo que o Breno apenas vai passar a noite inteira no banheiro.

  — Liga então.

  — Mais eu não tenho o número deles, achei que você tivesse pego.

  — Não pediram ué.

  — Você tava no maior climão com o gostosão e não deu seu número a ele?

  — Que clima? Tá louca. Tenho o Ruan, esqueceu foi?

  — Nossa Thena, eu desisto de você.

  — Vamos voltar a parte que você pôs laxante pra cachorro no suco do Breno.

  — Cagar é bom, né você que vive no vaso. E para de encher meu saco, eu vou subir e vou dormir, boa noite vacilona.- a mesma beijou minha testa e subiu.

  — Eu não sou vacilona!- gritei pra mesma já distante.

Passei a mão no meu cabelo, sentei no sofá e liguei meu celular, eu tô uma verdadeira chata eu sei, mas é que esta tudo tão confuso, tô com tanto medo de me perder.

Subi para o quarto de hospedes, deitei na cama e faleci.

Na manhã seguinte acordei com um ser pulando em cima de mim.

— Levanta, levanta..

— A casa ta pegando fogo?- perguntei sem animo e de olhos ainda fechados.

— Não.. - cortei a mesma

— Beyonce descobriu nossa existência?

— Não merda. A minha mãe estar com um homem.

— Normal Buna.

— Não caralho, ela estar com um homem na cama dela.

Cai literalmente da cama com o comentário da Bruna.

— Você tem certeza?- perguntei animada.

— SIM, eu vi quando eles chegaram.

— Se veste, vamos preparar um café pra eles e depois fazer a linha Csi, e investigar o tal cara.- Bruna assentiu, e correu em direção ao corredor animada.

Pode parecer estranho nossa reação, mas é que a mãe da Bruna é a tipica mulher incrível traumatizada por um babaca, e sim estou me referindo ao ex marido dela e também pai da Bruna. Ele traia e maltratava a mesma, ela não trabalhava por conta dele também, era dedicada a casa, quem vê a mulher forte hoje que é não diz que era a mesma de seu passado, frágil e submissa de ex um marido machista e traidor. Ela pôs um fim em tudo quando descobriu que ele tinha outra família, Bruna e dona Maria sofreram demais com esse susto. Fiquei ao lado da Bruna, e até o Lucas que não sabia lidar com momentos assim, ele ficou calado todo o tempo, mas o entendiamos, a sua presença já fortalecia.

— Tô pronta, vamos.- disse Bruna ao encostar na porta do quarto, fazia tempo que havia assim, estou bastante feliz.

— Vamos, você cozinha e eu arrumo e faço o suco e o café.- a mesma assentiu varias vezes levantando e abaixando a cabeça.

Descemos e aprontamos tudo, só estávamos esperando eles descerem.

— Thena, já sabe o que vai querer de presente? Porque se não disser, será um vibrador negão.

— Nem pense nisso... - parei de falar quando percebi uma movimentação estranha na sala, fomos até lá.

Maria: — Não não, você precisa ir embora, eu tenho uma filha.

homem misterioso: Ela tem um cabelo cacheado ou liso?

Maria:— O que?- a mesma virou e só ali percebeu nossa presença.

— Claro que sou eu, tô esperando elogiar meus cachos.- disse Bruna balançando os cabelos.

— Lindos cachos.- falou o homem.

— Já me conquistou. Prazer, Bruna, filha unica e que aceita subornos pra quando quiser a casa só pra vocês.- a mesma piscou e estendeu a mão.

— Carlos, já te disse que sou sócio de uma empresa de cosméticos, não que seja importante assim sabe... cremes pra cabelo.

— Venha papaizinho fiz um café delicioso pro senhor... depois discutimos a questão dos cremes, só aceito linha completa.- o mesmo riu.

— Você fez só?- perguntei.

— Não se mete que você nem usa creme nessa palha, Carlos é sócio de uma empresa, não de Deus pra fazer um milagre nessa bucha.

— Falou a Maria Betânia, roubou o arbusto do vizinho e pôs na cabeça.

— Meninas parem com isso, o Carlos ainda tá aqui.- disse Maria.— E que estar de saída também.

— Não ele não tá, vem meu best friend, vamos tirar a barriga da mísera.- falou Bruna pegando o homem pelo braço e levando á cozinha.

Tomamos um café animado, apesar da Maria estar tensa. Carlos era demais, além de ter uma ótima auto estima, estava se dando super bem nas conversas com Bruna, até diria que são pai e filha se não os conhecessem.

— Você volta aqui ne?- perguntou Bruna se despedindo do Carlos.

— Claro, vou esperar ansioso pelo convite de sua mãe.

— Ela vai chamar sim!

— Tchau meninas, foi um prazer.- abraçamos o Carlos, nos despedimos e entramos esperando a mãe da Bruna.

— Pega um copo, vou tentar ouvir o que estão falando la fora.

— Não Bruna. - a repreendi.— Só a janela, sem copos, vamos.- levantamos rápido e fomos até a janela, cai de boca no chão ao ver os dois no maior beijão.

— Ca-ra-lho, já sei a quem puxei.- disse Bruna perplexa.

— Eu tô impactada, viado.

— Até a minha mãe beija e eu não.

A porta se abriu e eu me joguei no chão rápido, enquanto a Bruna foi pra trás da cortina.

— Arthena, ta tentando encontrar a dignidade da Bruna ai no chão.

— Com uma mãe dessa, pra que inimigos.- falou Bruna ao sair de trás da cortina.

— Eu sabia que você tava me espiando, minha filha não é porque suas unhas são grandes que você é uma pantera.

— Pantera é do seu tempo linda, somos as três espiãs demais.- pôs as mãos na cintura.

— Cadê a outra Invisível?

— A Clover foi atrás de macho.

— Não Bruna, Clover é você.- eu afirmei.

— Amigas ajudam, não fazem o contrario não, sua ingrata. - revirei meus olhos.

— Tenho que ir, amanhã tem um teste de literatura, preciso revisar.

— Tchau cachorra.

— O que é isso Bruna?- repreendeu dona Maria.

— Tchau tia.- me despedi da mesma rindo.

Titânio - feitos pra tudo suportarOnde histórias criam vida. Descubra agora