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BRUNA  2/3

— Você tá bem mesmo?- já era a quarta vez que Breno me perguntava a mesma coisa. 

— Sim, estou preocupada com a Arthena. 

— Théo tá com ela.

— Você é um fofoqueiro.

— Ele me jogaria da janela do hotel se eu não o avisasse.

— Ruan é um pau de bosta.

— Tu tá realmente bem?- revirei meus olhos. 

— Vou limpar sua sobrancelha.

— Mas eu nem me machuquei.

— É só pra mim me sentir menos culpada, por você ter espancado o embuste.- ele riu.

— Bruna?

— Sim.- respondi da cozinha, pegando a jarra do suco.

— O que aconteceu com teu pai?- parei de encher os copos no mesmo instante em que ouvir sua pergunta.

— Por que está me perguntando isso?

— Sua mãe, falou alguma coisa sobre você ter mudado depois dele..- suspirei e entreguei o copo para o mesmo.— Pôs nada aqui não né?- revirei meus olhos. Fui até a janela e vi o casal 20 abraçados, no maior amor, sorri ao ver que estão bem e felizes, Arthena merece isso depois de tudo.

— Vamos subir?- Breno assentiu, e subiu atrás de mim. Sentei em minha cama, fitando o copo com suco de acerola.

— Foi mal pela perguntava, não queria te irritar com isso.

— O homem que se diz meu pai, nos traiu.- disse olhando para o chão.— Ele sumia, não queria que minha mãe trabalhasse, a privava de tudo, ele batia nela, Breno.- segurei as lágrimas,— Ele já sumiu por dias, eu fiquei doente, precisava de cuidados, e minha mãe teve que se virar pra cuidar de mim, e arcar com os gastos dos remédios e consultas médicas, os pais da Arthena nos ajudaram com tudo.- tomei um gole da bebida em minhas mãos.— Pra mim ele era o pai perfeito, nem sonhava que ele batia nela, a ficha só caiu quando descobrirmos que ele tinha outra família, isso explicava os sumiços.  

— Não precisa ter vergonha de chorar, você é humana.

— Tenho vergonha dele, tudo foi culpa dele.

— Tudo o que?

— Eu não era assim, eu era tão doce..

— Duvido.- joguei o travesseiro no mesmo.

— Eu era, tão boa, ele me corrompeu. É tudo culpa dele, eu incentivo a minha mãe a ser feliz, confiar em um cara legal e tirar o trauma de si sabe..- suspirei.— Mas a traumatizada sou eu.

— Você continua sendo doce.. feito um limão.- ri de seu comentário idiota.

— Vai tomar no cu.

— Tô dizendo.- revirei meus olhos.— Quem disse que você não é boa?

— Todos acham isso.

— Você é doida, ninguém pensa isso de você. Ouve o que vou dizer, porque será a primeira e ultima vez.- assenti.— Você é uma das pessoas mais incríveis que passou por mim, sua loucura me fascina. Gosto da sua companhia, me sinto bem perto de você.- o olhei atônita.

— É piada?- perguntei sem acreditar.

— Não vou repetir nunca mais, e se você falar, eu nego.- sorri pro mesmo.

— Somos mais inimigos que amigos, mas eu também curto tua companhia, te aturo pelo casal.

— Não consigo nem te aturar.- revirei meus olhos.— Vai ficar cega assim.

Titânio - feitos pra tudo suportarOnde histórias criam vida. Descubra agora