Prologo

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Foi no inverno, quando aconteceu. Julho, fim das férias. Era um dia atipicamente quente para a estação e para a cidade que mesmo no verão possuía seus ventos gelados. Ainda mais naquele horário, tardezinha. Quando Tom & Jerry passava na TV, a hora que a casa parecia não ter criança. Não que Stevie fosse como todas aquelas crianças inquietas e ativas de sua idade. Até aquele momento de sua vida nunca soube o que era bater bola no bairro, ficar até tarde brincando na rua com os amigos ou mesmo dar uma volta de bicicleta. A sua estava colecionando poeira na garagem.

Era incrivelmente antissocial para seus 7, quase, quase 8 anos de idade, e ele ficava especialmente quieto quando Tom e Jerry passava na TV.

Seus olhos azuis brilhavam fixamente contra a TV de 19 polegadas.

Ele soprava levemente o cabelo crescido demais para cima quando teimosamente tentavam tapar sua visão. Não perdia um episódio. Sabia todos de cor. E hoje, como de costume, estava lá, vidrado dês de o fim do programa anterior. Grudado na tela para contestar, mais uma vez, que o inteligente rato ia vencer o gato.

Mas naquele dia foi diferente.

Porque no meio do episódio um carro preto parou em frente de sua casa e buzinava sem parar. Mitsubiche. Stevie não entedia nada de carro na época, para ele não passava de um carro estilo velozes e furiosos, um carro que se destacava naquele bairro de classe média baixa. Um carro que estava atrapalhando sua programação rotineira. Mesmo assim levantou em direção a porta para acabar logo, chamar o pai, se fosse rápido talvez desse tempo de ver a segunda parte do episódio. Mas antes que pôs a mão na maçaneta foi parado pelo pai que apareceu de lugar nenhum, com medo em seu olhar. Fato que Stevie nem percebeu, até parece, o herói dele, com medo?

- Ei, meu garoto, vamos jogar um jogo?

Ele encarou o pai inocente. Inocência que não deveria nunca ser roubada:

- Mas e o Tom e Jerry, pai...?

O pai do Stevie o ignorou e o pegou no colo, ele desistiu, se tinha algo que Stevie gostava mais que assistir Tom e Jerry era brincar com o pai dele, e era tão raro isso acontecer, onde ele tava com a cabeça de questionar ele afinal?

Um sorriso se alargou em seu rosto.

- Que jogo que é pai?

O pai pensou um pouco.

- É esconde-esconde...

Ele levou o Stevie até o fundo da casa e até a casa na arvore. O pequeno franziu o cenho.

- Mas você já sabe onde eu vou me esconder...

- Não sou eu que vou te procurar.

Stevie assentiu. Pronto para ganhar aquele jogo!

O pai dele sentou ele na casa da arvore e pelo buraco da porta ele o encarava, aquela vez que podia ser a última.

- Preste bem atenção, Stevie. Quero que você fique aqui, bem quietinho, até eu vir te buscar.

- Por quê?

- Porque se não, você perde o jogo.

Stevie assentiu.

Esperando que o pai saísse, mas ele continuou imóvel por um tempo. Aquele tempo que parecia uma eternidade e mesmo assim talvez não passou de 1 minuto. Antes de descer sussurrou. "Eu já venho te buscar."

Essas foram as últimas palavras do pai antes de descer da arvore e sumir para dentro da casa. E Stevie esperou. Tão quietinho, mas tão quietinho que ele conseguia ouvir sua própria respiração, então tratou de respirar mais baixo, até parou de respirar por breves segundos.

E então ele ouviu, lá de dentro da casa, um barulho que o deu certeza que tinha perdido o jogo, e que o pai não ia mais voltar...

"PANG" 


***

oioi pessoas! :D

Tudo bem com vocês? :P

Caso tenha gostado do capítulo (ou da cena, como gosto de chamar *-*) não esqueça de deixar aquela estrelinha e aquele comentário fofo!

Prometo não morder :3 Ao menos que você seja bem fofinho >.<

Ahh e aquela crítica também é super bem vinda :D

bjsmil & até a próxima cena!   

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