Taylor

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Stevie comia bem no lanche, aquela seria sua refeição mais completa durante todo o dia. Desde que começou no Metropolitano nunca tinha sentido fome, claro que muitas vezes o estomago roncava as 23h quando chegava do trabalho, mas nada que uma fatia de pão não resolvia. As vezes ele chegava mais cedo no refeitório, só para poder servir umas 3 vezes sem ninguém reparar, principalmente a Helena e aquelas amigas estranhas dela que insistiam em almoçar com eles.

Mais um motivo do Stevie ter vido mais cedo nesse dia. Por mais que amasse a amizade que tava construindo com a Helena, gostava de seus momentos a sós, e durante o almoço era um dos melhores momentos do dia.

Quando terminou o segundo prato viu uma menina vindo em sua direção. Tinha certeza que estava enganado até que ela largou a mochila na mesa dele e apoiou suas mãos na mesa de frente para ele, sorrindo um sorriso soberano, quase nobre. Mesmo assim debochado. Stevie a analisou. Uma típica patricinha do Metropolitano, exalava autoconfiança e arrogância. Sem conhece-la já sentiu uma pontinha de irritação pela menina.

- Ouvi falar que você é um crânio. Stevie, né? – ela sentou na cadeira vaga de frente para ele. Ele a fitou confuso, quer dizer de onde essa garota maluca veio e o que ela queria logo com ele?

Ela encarou ele com superioridade, esperando alguma resposta que não veio. Ela suspirou em silencio e decidiu sorrir, tudo bem. Ele era um aluno novo, não tinha como saber ainda quem ela era.

- Sou Taylor Campbell... – Ela esperou alguma mudança de expressão no rosto do Stevie, por causa do sobrenome dela, mas Stevie continuou com uma expressão sem muita importância. Taylor suspirou um pouco irritada – O negócio é o seguinte, eu preciso tirar um 8 e meio em português, mas...

Ele não escutou mais nada. A Emmy tinha entrado no refeitório com os amiguinhos dela, aquele sorriso fazia ele congelar por dentro. Não entendia como aquela garota tinha mexido com a cabeça dele em poucos vídeos. Tão perto e mesmo assim tão longe, ela nunca o notaria. Ainda mais com todos aqueles amigos dela e a popularidade que não tinha nada a ver com o Stevie. Mas ele tinha se conformado com isso já! Né?

Mesmo assim ele não conseguiu deixar de seguir ela com os olhos até o buffet e depois até a mesa, longe dele.

E Taylor reparou isso. Quase riu, mas disfarçou.

- Isso é um amor platônico... – Stevie voltou a olha-la, com o cenho franzido um pouco irritado por ela ter conseguido lê-lo mesmo que, na opinião dele, tenha disfarçado bem. Além disso ela foi longe demais. Amor? Stevie duvidou se conseguiria sentir isso por outra mulher além de sua mãe. Era um sentimento idiota, que torna a pessoa vulnerável. Preferia não conhecer. Por isso não perdeu tempo em responder a Taylor. Então ela continuou:

- Eu posso te ajudar. Fazemos uma troca, você me ajuda a estudar e eu te consigo uma aproximação com teu amor. – ela sorriu cinicamente, fazia quase um beicinho.

Porque insistia naquela ideia idiota?

- Não tenho nenhum amor – ele levantou, pegou o prato para deixar na área suja, antes de sair olhou a Taylor – e nenhum interesse em te dar aula.

E saiu.

Taylor sorriu.

Gostou da atitude dele. Ela que tinha todos aos seus pés, o seu desprezo acabou sendo um charme. Stevie não conhecia a Taylor, ela não desistia quando colocava algo na cabeça. Ainda mais porque agora o Stevie se tornou ainda mais interessante. Não porque ele podia ser uma solução para não repetir em português, mas porque era um desafio.

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