Professorzinho

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Desta vez a Taylor foi longe demais.

Esse era o pensamento mais comum dos últimos tempos para o menino dos olhos azuis. Ele tinha até decidido pegar mais leve com a loira depois daquele dia na Optimus, mas depois que ele recebeu o aviso pelo aplicativo do Metropolitano era impossível não voltar a ficar furioso com ela.

"Aulas particulares". Estava escrito.

"Aulas particulares com o aluno 100 do Metropolitano."

Ele estava planejando faltar aula aquela semana toda, não estava fácil em casa.

Ela perdeu o emprego. E se a crise estava feia antes, depois daquilo piorou em 100%, fazia dois dias que ela mal levantava da cama, e no dia anterior não deixou o Stevie dormir, caminhando de um lado para outro na casa, respirando pesado, gritando. Quebrando copos e chorando em seu colo.

"Inscrições na sala 07 da biblioteca central"

Ele estava estupidamente exausto.

O que só piorava sua pouca paciência.

Stevie já tinha tentado de tudo, desde ser rude com a mãe, ignorar seus ataques e fugir até ser sensível com ela, dar colo e concordar sem limites com tudo que ela falasse. Nada resolvia. Era desgastante física e mentalmente estar na sua presença.

O pior é que ele não fazia a mínima ideia de como ajudar ela.

E o que ele não estourava com a mãe, ia estourar com a Tay.

Ele estava louco para gritar, bater... Queria brigar. Precisava brigar!

"Dia 3 de novembro as 10h, não perca, vagas limitadas!".

Ele já estava na escada, a poucos passos da porta entreaberta do QG, da sala 7 na biblioteca central. A poucos passos da Taylor.

Mas quando ele entrou na sala ele viu tudo menos a Tay.

- Olha o sumido. – Mauro levantou do lado da Helena que tava sentada na "mesa do professor" com algumas pessoas na frente dela que logo viraram o rosto na direção do Stevie. – Só porque gabaritou o vestibular acha que tem carta branca para faltar as minhas aulas? – piscou o professor se aproximando do seu discípulo.

- Eu... – a voz do Stevie sumiu e os olhos azuis se encontraram com os mels da Helena, que tentou animar ele com um sorriso amarelo. Mas ele fez questão de mostrar pela sua expressão que não aprovava ela estar envolvida naquilo.

- Só vou fechar meus olhos porque achei essa sua ideia genial. A Helena me contou tudo. – sorriu o mestre.

- Parece que a Helena está envolvida com isso até o pescoço. – murmurou o garoto mais para a ruiva que qualquer outra pessoa naquela sala.

- Estou sim! – orgulhou-se a menina, com um sorriso satisfeito. – É por uma ótima causa – Stevie bufou para a maneira que a menina tinha facilidade de falar com ele pelas entrelinhas, cair nos papos da Taylor nunca era uma ótima causa. – Venha cá ver quantos alunos você já tem. – Helena sinalizava o computador, onde já tinha a lista dos inscritos e um horário provisório que Mauro ajudou ela a elaborar.

Foi quando o aluno100 se permitiu percorrer seus olhos por aquela sala. Sete aluninhos, todos pareciam mais novos que Stevie e Helena, e seus olhos brilhavam com certa admiração para o garoto, como se ele fosse algum tipo de subcelebridade com seu rosto estampada na frente do colégio.

Até mesmo a Helena tinha se surpreendido pela quantidade de alunos que tinham alcançado. Contando com o menino que tava terminando de passar o nome, idade e matéria seriam 27 aluninhos e aluninhas. A maioria entre 9 e 13 anos.

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