Stevie tava assistindo um vídeo dela de novo.
Era lanche, mas hoje ele não comeu.
O dia tinha sido uma loucura.
Além de nunca ter comido tanto camarão tinha certeza que não ia conseguir superar aquele sorriso que ela lançou para ele naquela manhã. O estomago ainda doía só de lembrar, era um dor boa. Era tipo um frio. Algo que ele nunca tinha experimentado antes. A forma como seu coração acelerava sem o seu controle era quase assustadora.
Ele fechou o vídeo.
Tentou respirar fundo.
Idiota.
Sentimento besta.
Mesmo assim o coração não parou de palpitar, ainda que tentando muito.
Ele sabia que o que estava acontecendo com ele era pura bioquímica: A Emmy era dopamina, um neurotransmissor e precursora natural da adrenalina e da noradrenalina que aceleram o fluxo sanguíneo coronário e o consumo de oxigênio no miocárdio, resumindo: ela eleva a frequência cardíaca, aumenta a testosterona, surge o suor, aumenta a energia e tira a fome e o sono. Além do prazer, é claro.
Esse era o maior efeito da dopamina. O que mais viciava o usuário dela. O prazer. Mas era passageiro, já que sua sensação não dura mais de 10 minutos: ali que morava o perigo. Que começava o vício, já que a sensação causava a dependência de mais.
Stevie respirou fundo sentindo o efeito da dopamina passar.
O efeito da Emmy nele.
Passou as mãos nos cabelos inquieto.
Em vez de uma solução só arrumou mais problemas. Agora com a Helena do lado da Tay seria difícil sobreviver aquele ano sem querer matar um ou dois.
- Estão te chamando – ouviu uma voz atrás dele, era um colega do deposito, Rafa, tinha começado a pouco tempo e não tinha certeza se aquele malandro ia ficar muito tempo, combinava mais com o pessoal da zona 3 do que naquela região 5.
Stevie assentiu para ele e levantou.
- Lá no escritório... – Continuou – Acho que é a gatinha Campbell. – piscou e Stevie se segurou para não revirar os olhos para o colega.
- Obrigado. – murmurou e subiu as escadas, já conhecia o caminho.
A porta já estava aberta e ele conseguiu enxergar o semblante dos cabelos loiros sentada na mesa do pai esboçando um sorriso cínico. Stevie achou cínico.
- Você aqui de novo – suspirou logo que entrou e pode observar as inúmeras sacolas em volta dela em cima da mesa. – Achei que a gente tinha combinado de se ver amanhã... – Ele tentou parecer natural, mas já estava irritado com a loira antes mesmo dela abrir a boca.
- Acredite, Crânio. Queria estar em outro lugar. – ela sorriu de novo escondendo um pouco sua decepção – eu trouxe presentes. Você deveria me agradecer!
Stevie arqueou as sobrancelhas quando ela confirmou o que ele já suspeitava.
- Achei que tinha deixado claro que não era para comprar tanta coisa... – foi a primeira frase que conseguiu formar que não envolvia xingamentos e sangue.
- Eu podei.... Sério, não comprei tanta coisa – falou a Tay com sinceridade pegando a primeira sacola preta que estampava uma marca branca em letras forma, que Stevie suspeitou ser o nome da loja. A maioria das sacolas na mesa eram de lá.
Ela começou a tirar das sacolas calças, bermudas, camisas e até regatas, explicando suas marcas e as vantagens de seus nobres tecidos e conceitos.
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VRotegen [Hiatus]
Teen FictionTudo que o Stevie queria era ser normal. Normal e invisível. Mas ele tem um passado que o assombra todas as noites... 'Depois' que o pai é morto a tiro ele vai para a cidade grande a procura de um recomeço. Um recomeço que ele possa simplesmente s...