Capítulo 10: As Batalhas que os Esperam

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Nova Jerusalém

Paraíso

Miguel observava o mapa do Paraíso diante dele. Havia sete marcas prateadas que representavam as cidades-refúgio e Nova Jerusalém. Milhares de pontos vermelhos estavam espalhados por todo o globo, indicando a localização dos Filhos do Abismo. Todavia, as maiores concentrações estavam em Paris, em Roma, no Grand Canyon e em Chengdu, na China. Sabia que se tratavam dos exércitos que estavam se formando e, portanto, se organizando para guerrear contra os anjos. Era apenas uma questão de tempo até que eles atacassem com força total qualquer uma das cidades-refúgio. Ele havia criado aquele mapa usando sua magia, e, a cada minuto, era atualizado também através dos poderes celestiais.

Uma patrulha tinha sido enviada para investigar a aglomeração na China, pois até então, eles nunca viviam em colônias maiores do que cem Filhos, e ali, mais de dez mil estavam reunidos. Eles deveriam apenas investigar, mas até o momento, nenhuma notícia deles tinha retornado.

Tentando ver o lado positivo da guerra, os anjos já tinham conseguido selar um número grande de inimigos, quase cem mil, restando cerca de um milhão ainda no Paraíso. Um grande perímetro limpo dos seres do Abismo tinha sido criado em volta de Nova Jerusalém, sendo que países como Egito, Iêmen e Omã, Turquia, Geórgia e Azerbaijão, estavam completamente limpos e Turquemenistão, Afeganistão, o Paquistão, a Líbia e o Sudão estavam parcialmente limpos; Miguel imaginava que em pouco mais de uma semana eles estariam completamente livres.

Entretanto, esse também seria um problema, já que quanto maior a área que eles tinham limpado, maior seria a quantidade de anjos necessária para manter esses lugares limpos. Ele estava tentando decidir qual seria a melhor estratégia. Deveriam criar um muro que os protegeria pelo Oriente Médio enquanto desviava suas tropas para a África a fim de libertar aquele continente primeiro? Ou então, murar os países Africanos que tinham libertado e avançar pela Ásia, de modo a acabar com a aglomeração perigosa que estava acontecendo ali? Ou, então, esquecer tudo isso e lançar um ataque contra Kifo antes que ele se tornasse estupidamente poderoso? Isso seria um ataque suicida, afinal, mesmo agora, ele ainda era mais forte do que qualquer querubim.

Do nada, os Filhos que estavam no Grand Canyon se dividiram. Ali havia cerca de duzentos mil Filhos, que eram todos que estavam na América e tinham jurado lealdade a Kifo – conforme Vizard, o prisioneiro de Miguel, havia dito. Claro que ele também afirmara que Kifo iria atacar Nova Jerusalém atrás dele, e isso não tinha acontecido ainda, isto é, se realmente fosse acontecer. Uma parte dos homens de Kifo, cerca de setenta e cinco mil, estavam marchando para Nordeste e outros setenta e cinco, indo em direção ao sul. Miguel tinha que falar com Salazar e Alev imediatamente.

Os dois querubins surgiram nas telas de televisão dez longos minutos depois. Eles pareciam bem, pois como todos os Filhos estavam reunidos com Kifo, eles estavam tendo dias tranquilos. Infelizmente, não por muito tempo.

– General. – Salazar cumprimentou, um pouco irônico, mas Miguel não tinha humor para lidar com besteiras como essa; Alev cumprimentou do mesmo jeito, mas com tom respeitoso.

– Senhores, sinto lhes informar, mas os Filhos do Abismo estão marchando na direção de vocês. – Miguel foi direto ao assunto. – Calculo que setenta e cinco mil estão marchando para suas cidades-refúgios.

– E Kifo está vindo para qual de nós? – Alev perguntou; pelo seu tom, Miguel sabia que ele estava temeroso de ter que enfrentar o Filho da Morte.

– Nenhum. – Quem respondeu foi Salazar. – Nós estamos mantendo sempre um olho em Kifo, e descobrimos que, há alguns dias, a Morte fez uma visita a ele.

Afterlife: HeartlessOnde histórias criam vida. Descubra agora